RIO - Ivete Sangalo e Saulo Fernandes, cantor da Banda Eva, têm em comum mais que o carnaval baiano. Ambos são apaixonados por crianças e pelo universo infantil. Fãs de musicais dos anos 70 e 80, como Arca de Noé, Os saltimbancos e Plunct, plact, zum, conversaram muito, em reuniões informais, sobre suas infâncias, e, nessa brincadeira lúdica, fizeram algumas canções como Sensacional, sobre uma criança que pula "para tentar crescer, para pegar as estrelas lá do céu".
Inconscientemente já preparavam o CD A casa amarela. Assim como Adriana Calcanhotto, que, ao se debruçar sobre este universo, criou Adriana Partimpim, Ivete e Saulo transformaram-se em Veveta e Saulinho, seus apelidos de infância. "A gente não tinha a pretensão de fazer disco infantil. Saulo é um seresteiro e, sempre que nos encontramos, ele pega o violão para tocar Chico, Djavan. Um dia ele disse que tinha uma melodia e queria que eu letrasse. Era linda, meio circense. Então disse: 'Vamos fazer como se fôssemos crianças aprendendo a crescer, já que chega um momento em que a gente tem essa pressa de querer ser logo rainha, não mais princesa"', conta Ivete.
Mas o projeto informal terminou mesmo virando disco graças aos sobrinhos de Ivete, ao filho de Saulo e aos amigos músicos, que, ao ouvirem as canções, incentivaram a continuidade da parceria: "O mais próximo disso que eu tinha feito foi a participação em filmes da Xuxa. Mas, quando percebi, já tínhamos composto o Funk do xixi, Frufru, Mundo de Lela. Não pensamos em fazer uma carreira com ele. A nossa intenção é passar para as crianças as nossas sensações da infância".
LEMBRANÇAS
Saulo conta que, quando criança, foi criado com muita música e que era fã da obra infantil de Vinicius de Moraes. "A casa amarela é, inconscientemente, lembranças das nossas histórias. Tanto que ele é todo narrado em primeira pessoa. De repente, tínhamos uma casinha cheia de histórias na nossa sala", compara.
Curiosamente, o disco tem axé, blues, funk, música circense, balada, reggae e, é claro, canção de ninar. Saulo diz que a opção por um leque musical generoso foi intuitiva. "Buscamos arranjos na coerência do universo que a música pedia. Mundo de Lela, por exemplo, tem uma modulação que surgiu ali juntamente com a imagem de uma criança mergulhando em outro universo. Então o arranjo foi junto nesse mergulho. Bicho pedia uma coisa mais blues, com arranjos de metais. Já Sono, não poderia ser outra coisa senão uma canção de ninar".
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