São Paulo. A vaga na Libertadores ainda não está assegurada, mas se depender da vontade do atacante Edmundo, o Palmeiras precisa renovar o contrato do técnico Caio Júnior independente da ida para a América. Para o jogador de 36 anos, o treinador é nome mais que ideal para seguir no comando do Verdão.
"Terminamos o ano passado sem um time, e agora o Palmeiras tem um. Para o ano que vem, com a contratação de três ou quatro jogadores de nome, com um patrocínio forte, o Palmeiras entra pra disputar títulos", destacou o Animal.
Assim como o treinador, o contrato de Edmundo tem duração até o fim do ano. A diretoria palmeirense não fala do planejamento antes do término da temporada, mas o camisa 7 acredita que o clube não deve enrolar nas conversas com Caio Júnior.
"O Caio Júnior tem mercado aberto, e acho que o Palmeiras não pode vacilar para renovar. É diferente do meu caso, em que esperar é normal", apontou.
Os elogios mútuos estranham quem olha de longe, afinal, Edmundo e Caio Júnior protagonizaram momentos de tensão ao longo do ano. O Animal não titubeou em nenhum momento ao criticar uma alteração feita pelo treinador, que como represália lhe tirou a tarja de capitão.
"A única vez que fiquei magoado com o Caio Júnior foi quando fui cortado do banco contra o Sport, no primeiro turno, porque não recebi explicação. Não sei se foi por culpa dele, é que é difícil tomar conta de 35 homens, cada um querendo uma coisa. Até para você resolver isso internamente é complicado", minimizou.
Para o atacante de 36 anos, os incidentes ajudaram a criar uma amizade recíproca entre as partes. O treinador gostou da postura do jogador, que, como atleta mais experiente do grupo, chamou para si a responsabilidade sobre a discordância do plantel com o bicho oferecido pela diretoria em caso de conquistar a vaga na Libertadores. E Edmundo sabe que o laço entre os dois começou em um clássico contra o Corinthians no primeiro turno, quando saiu de campo sem dar a mão para Caio Júnior.
"Aquele episódio me aproximou muito mais do Caio do que afastou. Hoje, sei que, se precisar dele, terei resposta positiva. O bicho para mim é irrisório, mas para muitos é mais do que o salário, é uma boa grana. A partir daquele dia, não fui mais capitão e não tive explicação. Não é porque tinha que me explicar. Estava chateado e descontei em uma pessoa que não tinha nada a ver. Tenho discernimento de pedir desculpa. Ele entendeu, o mais legal do Caio é que ele não guarda mágoas", concluiu.
INTERESSE do Vasco
Xodó dos palmeirenses, Edmundo quer permanecer no Jardim Suspenso para 2008. Em entrevista ao canal Sportv, o camisa 7 voltou a enaltecer o seu momento no Palmeiras e não tem dúvidas ao revelar publicamente que sua opção é seguir no clube na próxima temporada.
"Minha preferência é o Palmeiras, a não ser que a diretoria chegue e diga pra mim, 'não te queremos mais'. Eu quero ficar. Mas nem quero falar muito sobre isso, porque estamos em uma fase decisiva no Campeonato Brasileiro, buscando a vaga na Libertadores", destacou o jogador de 36 anos.
A última passagem de Edmundo pelo Vasco foi em 2003, quando saiu pela porta dos fundos após criticar duramente o time montado pelo clube para a disputa do Brasileirão daquele ano.
"Antes você tocava a bola para jogador de Seleção Brasileira. Hoje, você pára e quando vai ver está do lado de um ex-jogador do Madureira, do Olaria, Friburguense", disse o Animal à época. Crucificado pelo presidente Eurico Miranda, virou pessoa não grata em São Januário, sua segunda casa. Para o camisa 7, o interesse ventilado pela imprensa carioca não deve ser sério, até pelas rusgas que ficaram com o mandatário cruzmaltino.
"Ficaria contente e satisfeito se o Vasco me procurasse, mas até agora é só especulação, ninguém me procurou", completou.
Da Colina, o Animal prefere guardar apenas as boas lembranças, como o título brasileiro de 1997, ano em que terminou como artilheiro e melhor jogador do clube.
"Apesar de eu ter sido campeão e artilheiro, o que importa mesmo é que o Vasco montou um time em 97 que era maravilhoso. O ambiente era muito saudável, algo raro de se ver no futebol", concluiu.
Para permanecer no Parque Antártica, contudo, Edmundo precisará mostrar futebol. A diretoria estuda contratar um reforço de peso para a disputa da Libertadores com o salário pago ao atacante. O camisa 7 mostra consciência de que sua permanência não está assegurada e, mesmo com o apoio dos companheiros, promete empenho para cativar os dirigentes alviverdes.
"São 15 dias decisivos. Se forem positivos, as portas se escancararão. Se forem negativos, elas se fecharão. É nisso que eu trabalho", disse.
Saiba Mais
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.