CAXIAS - O julgamento do ex-auxiliar administrativo Daniel Lopes Nascimento, 32, acusado de matar sua mulher, a bioquímica Déborah Lobo, com quarenta e seis facadas, no quarto do casal, começou ontem às 9h no auditório do Fórum Desembargador Artur Almada Lima, em Caxias. A previsão de encerramento estava prevista para o início da madrugada.
O crime aconteceu na madrugada de 17 de fevereiro de 2006 e deixou estarrecida a população de cidade. A arma do crime foi uma faca de cozinha. Para se defender da acusação de ser o assassino da esposa, na ocasião, Daniel Nascimento disse que naquela noite ele e Déborah dormiam em quartos separados. E por isso "não vi quem atacou minha mulher." Ele chegou a afirmar que teria visto "um vulto fugir" da residência do casal pulando o muro, sugerindo que alguém teria entrada na casa para roubar e foi flagrado por Déborah.
A versão do acusado não convenceu nem a polícia nem o Ministério Público (MP), que ofereceu denúncia contra ele. Mesmo assim ele continuou negando a autoria do delito. "Eu não matei minha esposa, a polícia me prendeu porque eu era o único que estava no local do crime", justificou sua prisão. Só não conseguiu explicar em que circunstâncias seu rosto foi arranhado a unhas.
Quatro homens e três mulheres formaram o Tribunal do Júri Popular, presidido pelo juiz Manoel Antônio Veloso. A acusação está a cargo dos promotores de justiça Pedro Lino e Erlane Carvalho. A tese do MP é a de que o crime foi doloso. A família da vítima, presente ao júri, não contratou um advogado assistente de acusação.
A principal testemunha de acusação, a doméstica Rosilene Silva, à época do homicídio trabalhava para o casal. Em seu depoimento ela reafirmou tudo o que havia dito antes à polícia e ao juiz. Contou que, na madrugada do
assassinado de sua patroa, de seu quarto ouviu gritos pedindo socorro.
Problemas
O advogado Naldson Carvalho, contratado para defender Daniel Nascimento, a princípio disse que iria descaracterizar a tese de homicídio doloso, levantada pelo MP, alegando problemas mentais do acusado. Ele chegou a afirmar em entrevista que a perícia médica que confirmou a sanidade mental de Daniel não obedeceu aos critérios técnicos exigidos. Mas após o início do julgamento mudou de tática.
"A defesa não está negando que não tenha sido o acusado o autor dos golpes que culminaram com a morte da vítima; mas tenho como tese a inconsciência dele, em virtude da associação de um medicamento para dormir que ele tomou naquele dia, dado por Déborah, e mais bebida alcoólica, quatro copos de cachaça; então, ele ficou inconsciente e praticou o ato (o assassinato da mulher) sem saber o que estava fazendo", defendeu Naldson Carvalho.
O advogado complementou dizendo que a inconsciência de Daniel motivada pelo remédio que tomou e a bebida alcoólica "é um caso fortuito de embriaguês", que ocorre quando alguém se embebeda por motivos alheios à sua vontade.
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