Fotografia

Merilyn Monroe em exposição

Atualizada em 13/10/2022 às 11h27

Paris - Marilyn Monroe nua. Mais magra do que se imaginava. Marilyn Monroe com uma grande cicatriz na altura da barriga. Detalhe que muitos desconheciam. Marilyn Monroe com sardas no corpo que nunca apareceram nas fotos glamourosas das revistas de cinema. Marilyn Monroe dormindo de verdade, sem pose, caras e bocas. Embriagada. O que a mostra Marilyn, A Última Sessão, que fica até o fim de outubro no Museu Maillol, em Paris, tem de excepcional é isso: pela primeira vez, franceses vêem fotos de um dos maiores ícones da beleza do século XX no seu estado quase natural, já que a atriz, mesmo na versão mais despojada, não abriu mão do cabelo armado nem do delineador preto nos olhos. Mais magra, com cicatriz, sardas ou rugas nos olhos, não importa: a mulher de 36 anos, captada pela lente do fotógrafo Bert Stern pouco antes de se suicidar, é simplesmente maravilhosa. Linda.

Mais de 40 anos depois de sua morte, o poder que Marilyn Monroe (1926-1962) ainda exerce no imaginário de homens e mulheres é enorme. A exposição atrai curiosos de todas as idades. Bert Stern já era fotógrafo famoso, um caçador de ícones, quando propôs à atriz uma sessão fotográfica para a revista "Vogue". Uma idéia que o perseguiu no avião rumo a Nova Iorque, voltando de uma sessão com a atriz Elizabeth Taylor, no auge da repercussão do filme Cleópatra.

O fotógrafo descreveu sua obsessão assim: "Fazê-la vir sozinha num recinto, sem ninguém mais, e tirar sua roupa. Ninguém conseguiu fazê-la posar nua depois que Tom Kelley produziu as célebres fotos de calendário, na década de 50. Tirar a roupa de Marilyn é tão simples quanto ir ao Egito para tentar colocar uma pirâmide num copo de Martini", contou. A revista se empolgou. A atriz topou. Um encontro foi marcado em Los Angeles. No lugar de um estúdio, Stern sugeriu a suite de um hotel. Marilyn, conhecida por seus caprichos, iria aparecer? Ela apareceu e uma poderosa ligação se instalou entre os dois. Stern a fotografou durante 12 horas, em duas sessões. Uma maratona regada a champanhe, vinho, que acabou com a atriz estirada nua na cama, num sono profundo. As garrafas de bebida e seu escarpin branco no chão. Esta é a última foto da seqüência da exposição.

fotos

O resultado do primeiro encontro foi extraordinário: Marilyn nua e crua. Mas a "Vogue" achou que a atriz estava nua demais e pediu para Stern fotografá-la novamente, desta vez vestida e bem maquiada. No total, Stern conseguiu fazer 2.571 fotos — as últimas da atriz. A maior parte do trabalho foi leiloada e acabou nas mãos de um colecionador nova-iorquino, Leon Constantiner. A mostra em Paris reúne uma pequena seleção deste longo trabalho.

O catálogo da exposição conta em detalhes a troca entre o fotógrafo e sua modelo. Stern contou que queria Marilyn no seu "estado puro": nua. E, na dúvida sobre como abordar o assunto com ela, pediu que a "Vogue" fornecesse lenços transparentes, com formas geométricas. É nesta seqüência de fotos com lenços que se vê Marilyn no seu estado mais natural: com sua cicatriz na barriga, os seios sem os artifícios da armação de um sutiã. A atriz chegou com cinco horas de atraso. O fotógrafo se encantou no primeiro instante: "Esqueci minha mulher, meu bebê, minha vida apaixonante em Nova Iorque. Nada mais existia naquele instante. Apaixonei-me. 'Você é muito bonita.' Ela me olhou, abriu a boca e respondeu: 'De verdade? Que gentil de sua parte'." Para Stern, Marilyn se mostrou uma mulher normal "e não uma dessas vedetes de Hollywood totalmente inacessíveis". Quando desvendou a ela seu plano de fotografá-la nua, a atriz perguntou: "E minha cicatriz, vai ser vista?". Ela tinha se submetido a uma operação de vesícula. Stern explicou que a foto poderia ser retocada, e contou a Marilyn que tinha acabado de fotografar Elizabeth Taylor com sua cicatriz no pescoço. E ela não se importara que a cicatriz aparecesse. Marilyn hesitou, mas topou, imaginando que o lenço iria esconder a marca. Stern diz que levou apenas 15 minutos para convencê-la a tirar a roupa.

Contente com o resultado, ao voltar para Nova Iorque chegou a surpresa: a "Vogue" queria uma nova sessão, com fotos de moda de Marilyn, e não dela nua. Contactada pela revista, Marilyn aceitou, novamente, deixar-se fotografar. De volta a Los Angeles, no mesmo hotel, Stern teve que trabalhar desta vez com o batalhão habitual do mundo da moda: cabeleireiro, maquiador. Num dado momento, pediu para todos saírem do quarto, para trabalhar sozinho. Foi a partir daí que produziu uma nova série dela nua, desta vez na cama. Marilyn já estava bêbada.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.

Em conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) - Lei nº 13.709/2018, esta é nossa Política de Cookies, com informações detalhadas dos cookies existentes em nosso site, para que você tenha pleno conhecimento de nossa transparência, comprometimento com o correto tratamento e a privacidade dos dados. Conheça nossa Política de Cookies e Política de Privacidade.