Operação Tântalo

Prefeito de Turilândia se apresenta à polícia após operação que investiga desvio de R$ 56 milhões

Prefeito Paulo Curió, esposa, ex-vice-prefeita e outros investigados estavam foragidos desde a deflagração da Operação Tântalo II.

Ipolítica

Paulo Curió (União) era considerados foragido desde a última segunda-feira (22)
Paulo Curió (União) era considerados foragido desde a última segunda-feira (22) (Reprodução/Prefeitura de Turilândia)

SÃO LUÍS – O prefeito de Turilândia, Paulo Curió (União Brasil), a esposa dele, Eva Curió, a ex-vice-prefeita do município, Janaína Lima, e outras duas pessoas se apresentaram, nesta quarta-feira, na Delegacia Geral de Polícia Civil do Maranhão, em São Luís.

Eles eram considerados foragidos desde a última segunda-feira (22), quando foram alvos da Operação Tântalo II, deflagrada pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA), que investiga um esquema de desvio de R$ 56 milhões em Turilândia.

A operação apura indícios de organização criminosa, fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro, supostamente cometidos durante a gestão do prefeito Paulo Curió à frente da administração municipal.

Operação Tântalo II e prisões realizadas

A Operação Tântalo II foi deflagrada na manhã de segunda-feira pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do MPMA. Durante a ação, foram cumpridos 51 mandados de busca e apreensão e 21 mandados de prisão.

Na ocasião, foram presos a vice-prefeita de Turilândia, Tânya Mendes (PRD), além de cinco vereadores e outros investigados. O prefeito Paulo Curió não foi localizado em sua residência no dia da operação.

As ordens judiciais foram executadas em municípios como São Luís, Paço do Lumiar, Santa Helena, Pinheiro, Barreirinhas, Governador Nunes Freire, Vitória do Mearim, Pedro do Rosário, São José de Ribamar, Presidente Sarney e Turilândia.

Investigação aponta prejuízo milionário aos cofres públicos

De acordo com o Ministério Público, o desvio de R$ 56 milhões em Turilândia teria ocorrido por meio da manipulação de contratos públicos para fornecimento de bens e serviços que, segundo as investigações, não teriam resultado em benefícios efetivos à população.

O valor inicialmente identificado como prejuízo ao erário foi de R$ 33.979.768,02, mas, após aprofundamento das apurações, o montante estimado chegou a R$ 56.328.937,59.

Bloqueio de valores e decisões judiciais

A Justiça autorizou o bloqueio de valores nas contas bancárias dos investigados. Inicialmente, foram bloqueados R$ 9,4 milhões. Posteriormente, o bloqueio foi ampliado para R$ 22.349.169,57, valor correspondente à diferença entre o montante inicialmente identificado e o prejuízo total estimado.

As decisões judiciais foram expedidas pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), por meio da 3ª Câmara Criminal, sob relatoria da desembargadora Maria da Graça Peres Soares Amorim.

Vice-prefeita e empresas sob investigação

Segundo o MPMA, a vice-prefeita Tânya Mendes e o marido dela, Ilan Alfredo Mendes, são investigados por receber valores de empresas contratadas pelo município, incluindo recursos relacionados à emissão e comercialização de notas fiscais falsas.

As investigações também apontam que Tânya Mendes teria integrado a chapa eleitoral com o objetivo de manter a influência política do tio, Marlon Zerrão, que possuía ligação direta com o prefeito Paulo Curió.

Entre as empresas investigadas no esquema de desvio de R$ 56 milhões em Turilândia, estão:

  • Posto Turi
  • SP Freitas Júnior LTDA
  • Luminer e Serviços LTDA
  • MR Costa LTDA
  • AB Ferreira LTDA
  • Climatech Refrigeração e Serviços Ltda
  • JEC Empreendimentos
  • Potencial Empreendimentos e Cia Ltda
  • WJ Barros Consultoria Contábil
  • Agromais Pecuária e Piscicultura LTDA

Além das empresas, pessoas físicas, servidores públicos e agentes políticos também são alvos da investigação.

Apreensões e continuidade das apurações

Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos cerca de R$ 500 mil em dinheiro, além de documentos e equipamentos eletrônicos. Todo o material será analisado pelo Gaeco e pelo Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD).

A força-tarefa contou com o apoio de promotores dos núcleos do Gaeco de São Luís, Timon e Imperatriz, além das Polícias Civil e Militar, do Gaesf, do Gabinete do Procurador-Geral de Justiça e de promotorias de diversas comarcas do estado.

As investigações seguem em andamento e podem resultar no oferecimento de denúncia contra os envolvidos no esquema de desvio de R$ 56 milhões em Turilândia.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.