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COLUNA
Geraldo Carvalho
Economista, MBA pela USP e mestre em gestão de empresas
Geraldo Carvalho

Metas financeiras pessoais?

Uma metodologia para balizar seu futuro financeiro.

Geraldo Cunha Carvalho Jr

Todos, de uma forma ou de outra, pensam e se preocupam com o futuro, em ter saúde, conforto e qualidade de vida. Como disse Benjamin Franklin, seguro na vida só mesmo a morte e os impostos, pois tudo pode acontecer na velhice. Dito isso, vejamos uma metodologia para você ter em mente visando saber se está avançando ou patinando em suas finanças pessoais.

 
 

O Banco Itaú, por meio do professor Martin Iglesias, em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), desenvolveu uma metodologia mensurável chamada 1,3,6,9. Como funciona?

35 anos

45 anos

6- 55 anos

- 65 anos

Supondo que um jovem comece a poupar aos 25 anos. Por essa metodologia, o ideal seria que, aos 35 anos, ele tenha um ano de sua renda guardada. Aos 45 anos, ele deve ter três anos de sua renda aplicada; aos 55 anos, o ideal são seis anos de renda e, por fim, aos 65 anos de idade ele possua nove anos de sua renda anual, guardada e aplicada rendendo juros.

Outra recomendação dessa metodologia é o percentual (%) da renda a ser guardada e aplicada em função da idade. Assim, de 25 a 40 anos, a idade menos 15, ou seja, a pessoa com 25 anos deveria guardar mensalmente 10% da sua renda mensal (25-15). Quem começa a poupar com 30 anos deveria começar com 15%. Após os 45 anos, o cálculo é a idade -10, ou seja, poupar 35% da renda mensal.

Eu considero essa recomendação conservadora e plenamente possível de ser alcançada. Creio que, com o tempo e disciplina, a pessoa possa ir aumentando os percentuais poupados além da regra acima. Porém, há outros obstáculos nesta meta, além da renda baixa do Brasil e das dificuldades em se sustentar num país de baixos salários. Diria que a impulsividade da juventude leva a maioria, quando consegue seu emprego ou inicia a carreira, querer se presentear com bens de valor ou reproduzir as condições de conforto que tinha na casa dos pais.

Frequentemente, os jovens compram coisas que vão além de sua capacidade de pagamento, roupas, sapatos, viagens ou carros. Isso estrangula sua capacidade de poupar na juventude e acaba colocando-os num jogo de pagar prestações e comprometer toda sua renda. Alguns ficam nesse jogo, de ganhar e pagar carnês, a vida toda.

A ideia toda é ter uma vida confortável e uma aposentadoria com qualidade de vida. Se a pessoa jovem consome toda sua renda e nada guarda para o futuro, que é imprevisível, coisas ruins podem acontecer.

Considerando o gráfico acima, a maior parte dos brasileiros não poupa, ou investe em coisas como jogos, capitalização ou deixa sob o colchão. Não há, no brasileiro, uma cultura de poupar. Em sociedades que já passaram por privações, como desastres naturais, guerras ou grandes fomes, as pessoas pelas lembranças amargas que passaram, guardam parte considerável de suas economias. Os asiáticos têm sólidos hábitos de poupança, os japoneses são famosos por guardarem demais. O Japão tem um tamanho excesso de poupança que sua economia não cresce, consistentemente, há décadas, somando a uma população que decresce, há 15 anos, fazendo deles velhos e ricos, vivendo uma vida frugal.

Os judeus têm um princípio escrito no Torá: “De tudo que ganhas, guardas um terço, investes um terço e gastas um terço”. Talvez esse princípio explique porque eles são tão ricos!

Em resumo, se quiser ter vida boa, depois dos 60, comece a poupar e faça disso um hábito. Por isso reitero: tenham e persigam metas financeiras realistas, quem vai desfrutar são vocês mesmos. A regra acima é bastante útil como referência.

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