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COLUNA

Rogério Moreira Lima
Engenheiro e professor, foi coordenador Nacional da CCEEE/CONFEA e vice-presidente CREA-MA (2022). É membro da Academia Maranhense de Ciência e diretor de Inovação na Associação Brasileira de
Rogerio Moreira Lima

A pesquisa e inovação em TI e Telecom no Maranhão

Por que o Maranhão precisa de profissionais de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação)? Esses profissionais seriam os Engenheiros?

Rogerio Moreira Lima

Por que o Maranhão precisa de profissionais de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação)? Esses profissionais seriam os Engenheiros? Essa é uma pergunta que a sociedade deve ter em mente! O Século XXI está se sagrando por profundas transformações no modo de vida da sociedade, as quais são possíveis devido ao enorme avanço das Engenharias Eletrônica e de Computação. Desde a invenção do computador até os modernos smartphones, todos têm em comum a necessidade de placas de circuitos impressos e, além dos componentes discretos visíveis, temos os que estão chegando próximo às dimensões do átomo, o transistor. O transistor é um elemento fundamental em um circuito integrado, por exemplo, em um único microprocessador temos milhões de transistores e eles são vitais em um computador, assim como o microcontrolador é vital em um smartphone. Deste modo, o mundo moderno hoje depende dos chips. Em um veículo, por exemplo, chega-se a ter centenas deles, podendo chegar a pouco mais mil. A produção de veículos no Brasil chegou a paralisar por falta destes circuitos integrados, afetando, assim, diretamente o desempenho da indústria automobilística brasileira.

Aviões, telefones, eletrodomésticos, veículos, equipamentos eletromédicos, computadores, tudo dependem em algum grau maior ou menor da eletrônica embarcada e das telecomunicações. Não adianta informação se não temos acesso aos dados, precisamos também de telecomunicações.  Assim, não existe futuro em um país que não direcione recursos de pesquisa, desenvolvimento e inovação à Engenharia Elétrica. Uma breve pesquisa por programas de pós-graduação stricto sensu (Mestrado e Doutorado) em Engenharia Eletrônica no Brasil mostra o tamanho do problema que enfrentamos. A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), fundação vinculada ao Ministério da Educação do Brasil responsável pela expansão, consolidação e avaliação da pós-graduação stricto sensu no Brasil, informa que temos 93 programas de pós-graduação stricto sensu na área das Engenharias IV: Engenharias Elétrica e Biomédica. A Engenharia Elétrica engloba cinco grandes áreas: eletrotécnica, eletrônica, automação e controle, computação e telecomunicações; enquanto a Engenharia Biomédica pode ser vista como a integração entre Ciências Exatas e Engenharia com Ciências Biológicas e a Medicina. 

O CONFEA, órgão responsável pela regulação do exercício profissional da Engenharia, divide os profissionais em grupos e modalidades profissionais,  sendo que a Tabela de Título Profissionais (última atualização 05/09/2023) informa que no Grupo Engenharia Modalidade Eletricista temos os seguintes profissionais: Engenheiros(as) Eletricistas, Engenheiros(as) em Eletrônica, Engenheiros(as) de Comunicação, Engenheiros(as) de Telecomunicações, Engenheiros(as) de Controle e Automação, Engenheiros(as) de Computação, Engenheiros(as) de Software, Engenheiros(as) Biomédicos, Engenheiros(as) de Energia, Engenheiros(as) de Transmissão e também os Tecnólogos da área. Assim, toda área de eletrônica, automação e controle, telecomunicações e computação é abrangida pelos profissionais do Grupo Engenharia Modalidade Eletricista.

O Maranhão tem apenas um programa de pós-graduação stricto sensu profissional, no nível Mestrado, com linha de pesquisa em telecomunicações, o Mestrado Profissional em Profissional em Engenharia de Computação e Sistemas da UEMA (https://sis.sig.uema.br/sigaa/public/programa/cursos.jsf).

Em 23 de março de 2017 foi instituído o Doutorado Profissional, antes tínhamos apenas o Mestrado na modalidade Profissional criado pela Portaria MEC/CAPES nº 80, de 16 de dezembro de 1998. Assim pela portaria de 2017 foram instituídos o Mestrado e Doutorado Profissionais com os seguintes objetivos: capacitar profissionais qualificados para o exercício da prática profissional avançada e transformadora de procedimentos, visando atender demandas sociais, organizacionais ou profissionais e do mercado de trabalho; transferir conhecimento para a sociedade, atendendo demandas específicas e de arranjos produtivos com vistas ao desenvolvimento nacional, regional ou local; promover a articulação integrada da formação profissional com entidades demandantes de naturezas diversas, visando melhorar a eficácia e a eficiência das organizações públicas e privadas por meio da solução de problemas e geração e aplicação de processos de inovação apropriados e contribuir para agregar competitividade e aumentar a produtividade em empresas, organizações públicas e privadas (art. 2º da Portaria MEC Nº 389, DE 23 DE MARÇO DE 2017). 

O Mestrado Profissional em Engenharia de Computação e Sistemas da Universidade Estadual do Maranhão é uma excelente oportunidade de através do ensino, pesquisa, inovação e extensão capacitar profissionais em TICs e atender as demandas da sociedade maranhense, pois dados apontam para uma demanda de 420.000 profissionais no Brasil até 2025 (Área de TI deve gerar quase 420 mil vagas até 2025, mas faltam profissionais. G1 Jornal Hoje, 13 mar. 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2023/03/13/area-de-ti-deve-gerar-quase-420-mil-vagas-ate-2025-mas-faltam-profissionais.ghtml. Acesso em 09 jan 2024).

Conseguimos viver no mundo moderno sem notebook, smartphones, Smart TV, veículos automotores, etc? Se a resposta for não, devemos urgentemente, enquanto nação, começar uma revolução e priorizar a pesquisa aplicada na Engenharias IV e Ciência da Computação para que definitivamente coloquemos o Brasil no século XXI. Então os profissionais devem cada vez mais se capacitar, aprofundar seus conhecimentos no estado da arte da ciência e proporcionar a verdadeira transformação digital tanto na indústria quanto no setor de serviços. Assim, mais do que nunca, tanto o Estado do Maranhão quanto seus municípios, devem apoiar a pesquisa e inovação em Tecnologia da Informação e Telecomunicações, seja por bônus tecnológico ou implantando um parque tecnológico, precisa-se trazer o Maranhão ao século XXI.

 

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