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COLUNA

Euges Lima
Euges Lima é historiador, professor, bibliófilo, palestrante e ex-presidente do IHGM.
Euges Lima

O centenário de Nonnato Masson (1924/2024)

Desconhecido hoje pelas novas gerações, Nonnato Masson, foi um talentoso e conhecido jornalista maranhense da segunda metade do século XX e que teve atuação no jornalismo nacional nos anos de 1950 a 1980.

Euges Lima

Desconhecido hoje pelas novas gerações, Nonnato Masson, foi um talentoso e conhecido jornalista maranhense da segunda metade do século XX e que teve atuação no jornalismo nacional nos anos de 1950 a 1980. No último dia 28 de fevereiro, se estivesse vivo, estaria completando cem anos. Portanto, no centenário de nascimento desse jornalista, escritor, cronista, pesquisador, poeta e acadêmico, ele merece ser lembrado e homenageado. 

Seu nome de registro era Raimundo Nonato da Silva Santos, mas assinava “Nonnato Masson”, era filho de Antonia da Silva Santos e Raimundo Hermenegildo dos Santos, porém foi criado pelos avós, seus padrinhos, que residiam em São Luís. Nasceu na Praia de Mamuna no município maranhense de Icatu em 1924. 

Desde cedo, o jovem Nonato, demonstrou propensão para as letras e para o jornalismo, pois era um dos principais redatores do jornalzinho manuscrito da escola, que se chamava “O Garriça”.

No inicio de sua carreira em São Luís, militou nos jornais O Combate, Correio da Tarde, Jornal do Povo e Pacotilha/Globo até 1956, quando a convite de seu conterrâneo, Odylo Costa Filho, mudou-se para o Rio de Janeiro para trabalhar no Jornal do Brasil, o maior jornal da imprensa brasileira na época. Na redação desse jornal, conviveu por longos anos com outros dois ilustres comprovincianos, Ferreira Gullar e Lago Burnett. 

No JB (Jornal do Brasil), Masson, participou ativamente das grandes inovações pelas quais esse órgão passou nesse período, inclusive, ele foi um dos idealizadores do “Lead” (no JB), que a “abertura da notícia, responsável por introduzir o leitor no que será noticiado”.

No seu currículo, entre outros inúmeros trabalhos, ele cobriu todas as Copas do Mundo do seu tempo. Percorreu os continentes europeu e americano, como correspondente internacional do JB; chegando a ser ganhador do Prêmio Esso de jornalismo (hoje, prêmio ExxonMobil de jornalismo), o maior prêmio do jornalismo brasileiro.

Entre suas várias reportagens que marcaram, destaca-se: “A aventura sangrenta do cangaço”, uma série de reportagens ricamente ilustradas sobre Lampião e seu bando que foram publicadas na revista “Fatos e Fotos”, em 1961. Até hoje essa reportagem é referência para quem estuda e pesquisa sobre o tema.

Depois de mais de duas décadas no Rio de Janeiro, trabalhando no Jornal do Brasil. Em 1980, Masson se aposenta e retorna para o Maranhão. Nessa volta, trabalhou como editor do “Jornal de Hoje.” Chefiou em São Luís a sucursal da Empresa Brasileira de Notícias (EBN), entre outros trabalhos. Também escrevia suas crônicas nos jornais locais, a exemplo de O Estado do Maranhão.

Em 1984 é eleito para a Academia Maranhense de Letras para ocupar a cadeira de número 21, patroneada por Maranhão Sobrinho, fundada por Raimundo Lopes, cujo antecessor foi Salomão Fiquene. Ele só tomou posse dois anos depois, em 1986, sendo recepcionado pelo discurso de José Sarney – então presidente da República -, lido por Evandro Sarney, na condição de procurador de Sarney.

Publicou os livros “Inês é morta” e “Corpo de mulher”, coletâneas com suas crônicas, ambos pelo Sioge (Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado do Maranhão), no mesmo ano, 1984.

“Sobre o pseudônimo jornalístico e literário: “Masson”, com dois “ S ”, existem várias versões não comprovadas. Alguns dizem que era uma alusão à maçonaria, que seria simpatizante, porém, Nonnato Masson, não era maçon. Outros, dizem que era devido a um fotógrafo da Revista Cruzeiro, que chamava-se Jean Mazon e por aí vai...

 Nonnato Masson faleceu aos 74 anos, em São Luís, no dia 8 de março de 1998, deixou um grande legado literário em crônicas, textos, reportagens, poesias e pesquisas, muitos dispersos em jornais e revistas do Maranhão e do Brasil, além é claro dos seus “cinco atos”, seus cinco filhos Elenato, Nonnato, Renato, Noeli e Márcia. Frutos do seu feliz e duradouro casamento em 1971 com a então jovem Maria Elenir Mendes Santos.

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