(Divulgação)

COLUNA

Rogério Moreira Lima
Engenheiro e professor, foi coordenador Nacional da CCEEE/CONFEA e vice-presidente CREA-MA (2022). É membro da Academia Maranhense de Ciência e diretor de Inovação na Associação Brasileira de
Rogerio Moreira Lima

Meio século da telefonia móvel celular. E o 6G?

A origem das telecomunicações remonta a três personagens: James Clerk Maxwell, Padre Roberto Landell de Moura e Guglielmo Marconi.

Rogerio Moreira Lima

Atualizada em 02/01/2024 às 11h10

A origem das telecomunicações remonta a três personagens: James Clerk Maxwell, Padre Roberto Landell de Moura e Guglielmo Marconi. A fundamentação teórica que proporcionou as primeiras comunicações a distância coube a James Clerck Maxwell que em 1.864 unificou eletricidade e magnetismo, surgindo o eletromagnetismo, e com isso a base para propagação de ondas eletromagnética, seja sem fio ou por meios confinados. Os demais personagens, Landell e Marconi, colocaram em prática a teoria de Maxwell através de experimentos demonstrando a possibilidade da comunicação a distância, o início das telecomunicações.

A primeira transmissão sem fio de mensagens é objeto de uma polêmica entre o brasileiro Padre Roberto Landell de Moura e o italiano Guglielmo Marconi. Apesar do reconhecimento internacional do italiano o Padre Landell de Moura teria construído o primeiro transmissor sem fio em 1.892 e feito a primeira transmissão pública entre 1.893 e 1.894, garantindo assim o pioneirismo brasileiro nas telecomunicações. Após vários testes e bons resultados em 9 de março de 1901 Landell de Moura consegue obter a primeira patente, mas a falta de documentação da data precisa dos primeiros experimentos favoreceu o reconhecimento a Guglielmo Marconi que em 1.899 conseguiu transmissão sem fio de códigos morse.

A demanda por mobilidade nas comunicações, data de mais de cem anos, a telefonia móvel teve seu início muito tempo atrás, com o sistema rádio móvel da polícia de Detroit em 1921. Após a 2.ª Guerra Mundial, o desenvolvimento realizado com finalidades militares foi transferido para aplicações civis, posteriormente estudos de radiopropagação foram feitos por Bullington (1950), Young (1952), Egli (1957), Okumura (1968) e Hata (1980). O trabalho de Hata que traduziu, através de fórmulas matemáticas os gráficos de Okumura, foi fundamental para os engenheiros, pois possibilitou projetos feitos com o emprego de calculadoras portáteis. Há 50 anos atrás, precisamente em 3 de abril de 1973 o Eng. Eletric. Martin Cooper realiza a primeira ligação de um telefone celular e a Motorola vence a disputa com o Bells Lab. Após essa primeira ligação, problemas na fabricação e na regulamentação atrasaram a implantação da telefonia móvel celular, e em 1983 entra em operação comercial o sistema AMPS pela companhia americana AT&T, mas somente em 30 de dezembro de 1990 a telefonia móvel teve início no Brasil.

Na primeira década do século XXI, no ano de 2007, a ANATEL publica o edital de licitação para expedição de Autorizações para Uso de Radiofrequências para implantação do 3G. Enquanto a segunda geração (2G) ocupava as faixas de 800/900MHz e 1,8/1,9GHz, a terceira geração (3G) foi nas faixas 1,9/2,1GHz. Assim cada vez mais as novas tecnologias optam por faixas mais altas do espectro de frequências para atender a demanda por banda do usuário. Em 2012 o Brasil começa a implantação do 4G na faixa de 2,5 GHz, e agora o 5G com opção para subgiga e ondas milimétricas: 700 MHz, 2,3GHz, 3,5 GHz e 26 GHz. O congestionamento do espectro obrigou a busca por frequências cada vez mais altas, disponibilizando mais banda, mas também impondo os desafios inerentes a operação em faixas mais altas do espectro. Desta forma, as questões relativas à definição das áreas de cobertura, ao dimensionamento dos terminais móveis, especialmente das antenas, etc. devem ser enfrentadas visando remover os obstáculos que possam impedir a evolução das futuras gerações das comunicações móveis.

Os estudos sobre a tecnologia 6G e especificações de órgãos reguladores já começaram tendo como alvo os próximos 10 anos. As pesquisas iniciais do 6G utilizam a faixa dos tera-hertz (THz) devido a grande demanda por banda. Enquanto o foco do 4G foi a migração total para o mundo IP através por exemplo da solução VoLTE (Voice over LTE), o 5G se propôs a migração do modelo tradicional para um modelo de rede virtualizado, com hospedagem em data centers centralizados, distribuído em nuvem. Mas o que esperar do 6G?

A perspectiva para o 6G é a integração entre: Inteligência Artificial e comunicações, Sensoriamento e Comunicação e Computação Ubíqua. A Computação Ubíqua deve se consolidar no 6G, proporcionando a onipresença dos dispositivos e das pessoas. A pesquisa científica da tecnologia 6G aponta para solução em ondas milimétricas, com alta disponibilidade de banda. O 6G proporcionará mais interação entre o mundo físico e digital: internet tátil, holografia e muito mais. O futuro será disruptivo!

As opiniões, crenças e posicionamentos expostos em artigos e/ou textos de opinião não representam a posição do Imirante.com. A responsabilidade pelas publicações destes restringe-se aos respectivos autores.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.