(Divulgação)

COLUNA

José Lorêdo Filho
Editor da Livraria Resistência Cultural Editora e chanceler do Círculo Monárquico de São Luís
José Lorêdo Filho

Um pré-candidato com ideias definidas

No último dia 13, foi publicada, pelo jornal O Imparcial, uma esclarecedora entrevista com o pré-candidato, já abrigado na legenda do Partido Novo.

José Lorêdo Filho

Atualizada em 21/11/2023 às 16h00

Já tive ocasião de referir neste espaço o lançamento do nome do advogado e professor Diogo Guagliardo Neves como possível pré-candidato à prefeitura municipal de São Luís, em 2024. Pois bem — a possibilidade virou certeza, e a certeza importa em outras tantas possibilidades das mais auspiciosas.

No último dia 13, foi publicada, pelo jornal O Imparcial, uma esclarecedora entrevista com o pré-candidato, já abrigado na legenda do Partido Novo. O professor Diogo Guagliardo Neves é, sem o menor favor, com a naturalidade que lhe cabe, uma das lideranças incontestes do partido no Maranhão. Oficializando a sua candidatura no primeiro semestre do ano que vem, logo se destacará como uma das lideranças em âmbito nacional. Títulos e méritos não lhe faltam para tal.

Católico e monárquico de orientação tradicional, não posso abstrair da velha lição aristotélico-tomista de que há três regimes políticos — monarquia, aristocracia e demoracia —, cada qual podendo degenerar-se, respectivamente, em tirania, oligarquia e anarquia, e sendo a melhor modalidade o chamado regime misto, em que a monarquia é temperada por elementos aristocráticos e democráticos. Cabendo-nos, no entanto, o exercício da democracia — já há muito degenerada, mas isto é outra história —, que a pratiquemos lealmente. É bem verdade que a democracia, para Aristóteles e Santo Tomás de Aquino, em muito pouco se assemelha à democracia liberal, apriorista e abstracionista, em que os canais de acesso ao poder e de se fazer representar são os partidos políticos. Mas, pelo fatalismo das circunstâncias, cinge-nos o manto andrajoso dos philosophes. E, para o bem ou para o mal, nós, brasileiros, demos um jeito de injetar nos “imortais princípios” de 1789 um substrato que tem lá a sua validade. Deixemos de démarches.

A lógica interna da democracia liberal importa em que os postulantes ao poder tenham programas definidos e, somente na medida em que o têm, poderão aspirar a qualquer função pública eletiva. Novamente os condoreiros da “liberdade” ficarão sem o seu canto, pois nada pode haver de mais infenso a uma disputa renhida que a transparência e a definição doutrinal. Seja como for, há os renitentes, aqui e ali, que arrostam a bandalheira “democrática” e, como se diz, mostram a que vieram — o professor Diogo Guagliardo Neves é um desses imprudentes. Sua entrevista a O Imparcial é, desse modo, um documento eloquente, ainda que sintético, de suas ideias, de suas boas ideias.

O substrato doutrinal endossado por esse homem de boas ideias dá bem a medida de sua vocação para a vida pública, atento que está ao presente momento político — empresário de sucesso, sabe o que custam as coisas e de como é dura a vida, de maneira que se faz arauto e defensor das prerrogativas incontornáveis do regime de livre empresa, entendido em conformidade com o direito natural e o princípio de subsidiariedade, em que o poder público se reveste de uma função meramente supletiva; professor universitário e jurista, defende o fiel cumprimento das leis e o acatamento às autoridades, o que, hoje, maliciosamente, a esquerda e parte considerável dos estamentos político e judiciário entendem como endosso a todo tipo de arbitrariedade; autor de ensaios importantes no que toca aos estudos de filosofia política e de história do Maranhão, não escamoteia a sua condição de conservador, ou antes liberal-conservador, e monarquista, no seu credo irrenunciável de “conservação dos valores da nossa sociedade”, sem recorrência a americanismos ou miserabilismos. E é, pois, nessa condição de empresário e homem de ciência e de letras que submete à opinião pública o seu nome. É homem de mãos limpas e disposto a trabalhar. Não é pouca coisa.

Nada disto poderá ser aquilatado como uma espécie de “utopia” de um homem formado desde fora do estamento partidário. Aí está o governador Romeu Zema, eleito e reeleito no primeiro turno em Minas, também ele do Partido Novo, que impôs um novo modelo de governança, baseado na eficiência e na probidade, na coragem de governar com os olhos voltados para a sociedade que trabalha e gera riqueza, na moderação tipicamente mineira de conduzir os negócios públicos e de se relacionar com aliados e adversários. É homem público que não carece de arrivismos e que dispensa os auxiliares subservientes, diferentemente de muitos dos aliados do ex-presidente Bolsonaro e dele próprio, sem desdouro do bom governo que fez.

Em se tratando de Partido Novo — agremiação pela qual não tenho, de per si, qualquer simpatia —, não posso deixar de mencionar outro de seus quadros dentre os mais eminentes: o meu amigo Ricardo Mellão, que exerceu admiravelmente o cargo de deputado estadual em São Paulo, candidato ao Senado em 2022, e que se pauta pelos exemplos de grandeza e honorabilidade de seu pai, o saudoso João Mellão Neto, grande jornalista, deputado e ministro, irônico fustigador do PT nas páginas do Estadão, onde manteve coluna fixa por quase 30 anos. Ricardo Mellão é um quadro que honra a memória de seu pai e se reveste das melhores qualidades do povo paulista.

O professor Diogo Guagliardo Neves é o homem talhado para o momento, nesta nossa pobre ilha — momento de incertezas, acima de tudo. Digo-o não apenas na condição de seu amigo fraterno, mas, sobretudo, como observador engajado e impenitente. No prefácio à 1ª edição do Fogo morto (Rio de Janeiro: José Olympio, 1943), a obra-prima de José Lins do Rêgo, o crítico e historiador Otto Maria Carpeaux já dizia que faltava com a verdade quem dissesse que ele se limitava em elogiar tão somente os romances escritos por seus amigos; é que, a bem da verdade, não contava entre os seus amigos aqueles que escreviam “romances ruins”. Parafraseando o grande ensaísta austríaco, devo dizer que não conto entre os meus amigos aqueles que não dispõem de um mínimo de virtudes humanas — das quais a virtude cívica contina sendo corolário, tanto hoje quanto no tempo de Cícero. Diogo Guagliardo Neves terá o meu voto em 2024.

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