O Relatório Mundial sobre Drogas publicado em 2022, pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) avalia que pandemia potencializou riscos de dependência, este mesmo Relatório, mostra que cerca de 284 milhões de pessoas — na faixa etária entre 15 e 64 anos — usaram drogas em 2020, 26% a mais do que há dez anos antes. Os números também preocupam no Brasil, pois de acordo com o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS), em 2021, registrou 400,3 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas e do álcool. A maior parte dos pacientes é do sexo masculino com idade de 25 a 29 anos.

A partir destes dados, percebe-se que o uso de drogas em nosso país e no mundo permanece sendo um dos maiores problemas de saúde pública. A dependência de drogas lícitas ou ilícitas, ou mais recentemente, Transtornos por uso de substâncias - TUS, considerada há muitos anos como uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) permanece sendo um enorme desafio. 

O Relatório Mundial sobre Drogas informa ainda que cerca de 275 milhões de pessoas usaram drogas no mundo no último ano, enquanto mais de 36 milhões sofreram de transtornos mentais associados ao uso de drogas. O documento foi divulgado recentemente pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Ainda de acordo com as últimas estimativas globais, cerca de 5,5% da população entre 15 e 64 anos já usou drogas pelo menos uma vez no ano passado, enquanto 36,3 milhões de pessoas, ou 13% do número total de pessoas que usam drogas, sofrem de transtornos associados ao uso de drogas. Globalmente, estima-se que mais de 11 milhões de pessoas injetam drogas, metade das quais vivem com Hepatite C. Os opioides continuam sendo os responsáveis pelo maior volume de doenças atribuídas ao uso de drogas.

O Relatório aponta que, durante os últimos 24 anos, a potência da cannabis aumentou em até quatro vezes em algumas partes do mundo. Apesar de a porcentagem de adolescentes que perceberam a droga como prejudicial ter caído em até 40%, persistem evidências de que o uso da cannabis está associado a uma variedade de danos à saúde. Os mais afetados são os usuários regulares a longo prazo. 

Ainda com relação a maconha seu uso como fármaco está disseminado no mundo. A indústria tabaqueira, de cosméticos, alimentícia e a de medicamentos e outras, descobriram na maconha a pedra filosofal. A erva está sendo indicada, do ponto de vista médico, como uma verdadeira panaceia, medicamentos que resolves todos os males do mundo, de tal forma que com este uso indiscriminado, poderá trazer graves problema à saúde pública.

Alguns aspectos clínicos se destacam na expressão clínica da dependência de drogas, tanto lícitas quanto ilícitas: 

1 – O controle do consumo da droga se torna prejudicado (uso contínuo apesar do desejo de parar). Mesmo que as pessoas percebam prejuízos ou danos formais em sua saúde física, mental ou social, não conseguem parar o consumo, isto é, o uso e abuso fica por conta da dependência da substância.

2 - Prejuízo social (descumprimento de obrigações relativas ao seu papel no trabalho, na escola ou em casa). Essa é uma peculiaridade que surgem entre os dependentes que tem a haver com os prejuízos nas relações sociais (lazer, ocupação, família, trabalho, e em outras dimensões sociais em consequência direta do uso da droga. 

3 - Exposição ao fator de risco (direção de automóvel sob uso de substância, por exemplo). Os acidentes que ocorrem no trânsito crescem a cada dia. Segundo o Portal do Trânsito, 31% dos acidentes com feridos ocorrem com pessoas sob efeitos de drogas.

4 - Sintomas farmacológicos (abstinência, por exemplo). Abstinência, é designado um estado físico, psíquico, emocional e comportamental que surge sempre que um dependente de drogas deixa de usá-la. Esta abstinência tem níveis de gravidade: leve moderado e grave. Podendo inclusive ser fatal, dependendo das condições gerais de vida da pessoa e do nível de intoxicação farmacológica de cada paciente.

5 Prioridade no uso. Essa condição vai se instalando de forma lenta e progressivamente, essas pessoas vão abandonado suas atividades habituais, compromissos responsabilidade lazer e outras atividade e passam a dá prioridade ao uso dá ou das substâncias da qual é dependente. A droga passa a ocupar um espaço central na vida do indivíduo, que não consegue controlar o uso, afetando, sobremaneira, sua vida psíquica, emocional, física, consequentemente, social e financeira. 

6 - O dependente químico tende a apresentar a compulsão pelo uso da droga (craving ou fissura), sintomas de abstinência, necessidade de doses crescentes para atingir o efeito inicial, falta de controle sobre a quantidade do uso e abandono de atividades como lazer, convívio social, esportes são resumidamente as condições encontradas na vida dessas pessoas que apresentam o TUS.

Todas as drogas de abuso, apresentam o que chamamos princípios ativos. Que são as substâncias encontradas na composição farmacológica de cada uma destas drogas, como maconha, cigarro, cafeína, cogumelos, crack alucinógenos, folha de coca, anfetaminas, etc.). Esses princípios ativos agem preferentemente em nosso cérebro em áreas específicas e é através disso que as drogas psicoativas fazem o estrago que conhecemos.  

Devido a isto e a muitas outras implicações clínicas e psicossociais sobre o uso destas drogas, que o mundo tenta de se levantar para o devido enfrentamento deste grave problemas nacional e internacional. No Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, ou Dia Mundial da Droga, é comemorado em 26 de junho de cada ano, para fortalecer a ação e a cooperação global para alcançar a meta de um mundo livre do uso de drogas. 

Este ano a campanha denominou-se “Compartilhe fatos sobre drogas, salve vidas”, justamente, para mobilizar e chamar a atenção de todos e das instituições para o engajamento da luta contra esse grave problema internacional de saúde, de segurança, social e institucional. Juntos, nós podemos enfrentar o problema mundial das drogas. Estando aí incluídas comunidade internacional, governos, sociedade civil, famílias e jovens que preparados possamos tomar decisões informadas, direcionar melhor os esforços para prevenir e tratar o uso de drogas, além de enfrentar os desafios mundiais das drogas".

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