Em defesa dos 7 pecados
Circulou na Net uma postagem enunciando os 7 pecados literários. Isso mesmo, condenando-os ao purgatório ou ao inferno sem que um bom advogado se dispusesse a defende-los.
Circulou na Net uma postagem enunciando os 7 pecados literários. Isso mesmo, condenando-os ao purgatório ou ao inferno sem que um bom advogado se dispusesse a defende-los.
Tentarei fazer isso agora mesmo não sendo advogado, mas engenheiro.
7 pecados
1.Gula. Devorar o livro em poucos dias.
2.Avareza. Não emprestar os livros para os amigos.
3.Luxúria. Desejar um personagem
4.Ira. Querer matar um personagem.
5.Inveja. Cobiçar o livro do próximo.
6.Preguiça. Enrolar demais para terminar o livro.
7.Vaidade. Achar que o gênero que você lê é o melhor.
A Defesa
1.Devorar um livro em poucos dias, nunca foi pecado, pelo contrário, é virtude. Se isso for verdade, pequei muitas vezes por pensamentos, palavras e obras. E iniciei a pecar desde cedo, quando li A marca do Zorro na pré-adolescência, Devorei umas 4 vezes e continuei com fome.
2.Não é pecado, é virtude. Um dos postulados básicos do possuidor de um livro é aquele que diz que existem duas coisas que você jamais deve fazer com um livro: a primeira é emprestar, a segunda é devolver.
3.Não pode ser pecado, faz parte, extasia, glorifica. Qual é o bom leitor que jamais desejou Ana Karenina em seus braços, Ou madame Bovary ?
Ou que, baixando um pouco o nível, não desejou na adolescência, Gisele, a espiã nua que abalou Paris, de Brigite Montfort?
4.Desejar matar o personagem é mais raro, mas nem por isso pecado já que desejar matar o escritor ou o poeta é muito corriqueiro. RARARA!
Quem jamais foi despertado por esse desejo depois de ler a primeira página de determinado autor?
6. Não pode ser pecado ler um livro bem devagarinho, aliás, como dizem que deve ser o sexo apreciado pelas mulheres, e elas estão sempre com a razão. Não é enrolação é o efeito da sedução. Para que dure mais.
7. Esse talvez esteja perto de um pecado, mas não chega a tanto, no máximo chega a uma falha básica, perfeitamente perdoável. Não existe gênero especial, todos são bons e especiais a depender de quem os escreve, ou lê.
Portanto leitores, se aceitas as minhas ponderações, chega-se à conclusão que, embora muito criativa e bem humorada a lista, é fácil concluir que para aquele que lê não existe pecado. Como dizia Oscar Wilde, um autor que ao invés de deseja matar, você gostará de sempre ter ao seu lado e devorar: “ Não existe pecado maior que o tédio”. E o maior remédio para o tédio é um bom livro.”
Saiba Mais
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