Reação

Brandão assina nota do Consórcio Nordeste contra Zema

Governador publicou a nota em seu perfil em rede social e disse que continuará em defesa do Nordeste contra a prática de preconceito.

Ipolítica

Brandão saiu em defesa do povo nordestino e publicou nota do Consórcio Nordeste
Brandão saiu em defesa do povo nordestino e publicou nota do Consórcio Nordeste (Divulgação)

SÃO LUÍS - O governador Carlos Brandão (PSB) se manifestou em seu perfil em rede social, em relação a uma entrevista concedida pelo governador do estado de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em que ele menciona a formação de uma aliança Sul-Sudeste em resposta a articulação dos estados do Nordeste.

Brandão optou por não citar diretamente Zema na publicação, mas ao expor a nota, deixou clara a manifestação contra o posicionamento do chefe do Executivo Estadual de Minas Gerais. 

“Como nordestinos e, acima de tudo, como bons brasileiros, defenderemos o nosso povo contra qualquer prática preconceituosa e que negue a nossa importância. Continuaremos agregando, mas combatendo desigualdades, respeitando as diversidades e construindo um país melhor para todos”, escreveu o governador maranhense.

Além de Brandão, assinaram a nota Paulo Dantas, governador de Alagoas; Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia; Elmano de Freitas, governador do Ceará; Rafael Fonteles, governador do Piauí; Raquel Lyra, governadora de Pernambuco; Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte; e Fábio Mitidieri, governador do estado do Sergipe.

Leia também: Vereadores devem avançar com Lei de Zoneamento de São Luís na volta do recesso

Zema

Na entrevista que provocou a reação do Consórcio Nordeste, Zema defendeu o “protagonismo econômico e político” do Sul e Sudeste do país.

Ele também falou que o Brasil funciona como um "produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito", referindo-se aos estados nordestinos.

"Outras regiões do Brasil, com estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos. Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso”, disse em entrevista.

O Consórcio Nordeste repudiou as declarações de Zema e publicou uma nota neste domingo. 

Abaixo, a íntegra da nota. 

O governador de Minas Gerais, em entrevista publicada no jornal O Estado de São Paulo em 5 de agosto, demonstra uma leitura preocupante do Brasil. Ao defender o protagonismo do Sul e Sudeste, indica um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste, sabidamente regiões que vem sendo penalizadas ao longo das últimas décadas dos projetos nacionais de desenvolvimento.

O Consórcio Nordeste, assim como o da Amazônia Legal, valendo-se da profunda identidade regional, cultural e histórica, foram criados com o objetivo de fortalecer essas regiões, unindo os estados em torno da cooperação e compartilhamento de melhores práticas e soluções de problemas comuns, buscando contribuir com o desenvolvimento sustentável e a mitigação de nossas desigualdades regionais.

Negando qualquer tipo de lampejo separatista, o Consórcio Nordeste imediatamente anuncia em seu slogan que é uma expressão de “O Brasil que cresce unido”. Enquanto Norte e Nordeste apostam no fortalecimento do projeto de um Brasil democrático, inclusivo e, portanto, de união e reconstrução, a referida entrevista parece aprofundar a lógica de um país subalterno, dividido e desigual.

Já passou da hora do Brasil enxergar o Nordeste como uma região capaz de ser parte ativa do alavancamento do crescimento econômico do país e, assim, contribuir ativamente com a redução das desigualdades regionais, econômicas e sociais.

É importante reafirmar que a união regional dos estados Nordeste e, também, os do Norte, não representa uma guerra contra os demais estados da federação, mas uma maneira de compensar, pela organização regional, as desigualdades históricas de oportunidades de desenvolvimento.

Nesse contexto, indicar uma guerra entre regiões significa não apenas não compreender as desigualdades de um país de proporções continentais, mas, ao mesmo tempo, sugere querer mantê-las, mantendo, com isso, a mesma forma de governança que caracterizou essas desigualdades.

A união dos estados do Sul e Sudeste num Consórcio interfederativo pode representar um avanço na consolidação de um novo arranjo federativo no país. Esse avanço, porém, só vai se dar na medida em que todos apostarmos num Brasil que combate suas desigualdades, respeita as diversidades, aposta na sustentabilidade e acredita no seu povo.

Assim, nós, governadoras e governadores da Região Nordeste, além de defendermos um Brasil cada vez mais forte e próspero, apelamos pela união nacional em torno da reconstituição de áreas estratégicas para o nosso país, a exemplo da economia, segurança pública, educação, saúde e infraestrutura.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.