SÍTIO NOVO - Três meses após um confronto policial com assaltantes no município de Sítio Novo, no interior do Maranhão, as famílias das vítimas que estavam no micro-ônibus que foi feito de refém dos bandidos, cobram por justiça para o caso. Ao todo, nove pessoas ficaram feridas e cinco morreram.
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O caso aconteceu em 4 de maio deste ano. De acordo com Polícia do Maranhão, uma quadrilha que estaria fortemente armada, assaltou uma agência bancária no município de Sítio Novo do Maranhão. Na fuga, os bandidos interceptaram um micro-ônibus e renderam os passageiros. A maioria eram pacientes que seguiam para a cidade de Imperatriz para uma sessão de hemodiálise.
No caminho, policiais do Centro Tático Aéreo (CTA) interceptaram o bando, houve troca de tiros entre a polícia e os bandidos. Um piloto de uma aeronave do CTA foi atingido durante a operação e buscas pelos criminosos.
Sequelas
As lembranças daquele dia de terror não saem até hoje da cabeça de Elton Coelho. Ele era motorista e o dono do micro-ônibus que foi feito de refém pelos bandidos e ficou no meio do fogo cruzado.
"Vivemos momentos de guerra, de cena de filme, que eu achava que aquilo ali só acontecia em outros países, em outras regiões. E aconteceu com nós. Sou um sobrevivente, estou aqui vivo pela honra e misericórdia de Deus", disse.
Além de Elton, o filho dele, uma criança que agora tem dois anos, estão entre as vítimas do confronto desastroso. Pai e filho carregam as marcas da violência pelo corpo e deixou ambos com limitações.
"Tanto a minha cirurgia da barriga me deixou com limitações, como a do meu braço direito que eu uso para fazer muitas atividades, eu não consigo. Como por exemplo dirigir, eu não consigo, não tenho força de colocar as marchas todas e então assim, para muitas coisas que eu precisava, tenho essas limitações", explicou.
Famílias pedem justiça
Nove pessoas foram socorridas e levadas para hospitais da região. Uma delas era Oneide Costa Fonseca da Oliveira, de 60 anos. Ela chegou a ser internada em um hospital de Imperatriz, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Meses após a morta da idosa, a família da vítima diz que nunca foi procurada pelo Governo do Estado para receber auxílio.
"Estamos aqui para pedir justiça da morte da minha mãe. A polícia chegou atirando por cima da van até hoje não teve justiça pela minha mãe. Nós queremos justiça. Até hoje o governo não entrou em contato com a gente e estamos aqui para pedir justiça", desabafa Leidiane Costa, filha de Oneide.
O viúvo da idosa também pede por justiça para o caso. "Eu quero justiça. A Oneide não merecia isso, ela era uma mulher de verdade, uma mulher de toda confiança, batalhadora, eu quero justiça, até pelo amor de Deus", diz Francisco Duarte, viúvo de Oneide.
Elton Coelho reclama também da falta de apoio e de respostas do Governo do Estado em relação ao caso.
"Até agora não fomos procurados por ninguém que representa o Estado, o secretário de Segurança Pública, nem ninguém. Estamos precisando que alguém se manifeste pois nós estamos precisando desse apoio", pede Elton.
Durante esse período, apenas uma pessoa foi presa. O inquérito policial que investiga o caso ainda não foi concluído.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-MA) informou que o inquérito está em andamento em Imperatriz e por conta da complexidade do caso, depende de laudos da perícia. Segundo a secretaria, a maioria das testemunhas já foi ouvida.
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