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COLUNA

Ruy Palhano
Ruy Palhano é médico psiquiatra.
Ruy Palhano

A vida agitada do dia a dia

As pessoas tem que selecionar as coisas mais importantes e prioritárias em sua vida e executá-las.

Ruy Palhano

Atualizada em 29/08/2023 às 15h33

Muitas das vezes o corre-corre frenético do dia a dia, que passou a ser um traço comum da modernidade, acaba confundindo e predispondo algumas pessoas a terem vários problemas, emocionais, laborais, sociais e médicos. Essas pessoas, vítimas de uma vida cheia de ocupações e compromissos, sacrificam um padrão de qualidade de vida que muitos poderiam dispor e trocam por mundo exagerado de atividades laborativas e ocupacionais, fato que, com o passar dos tempos, irá trazer muitos prejuízos a estas pessoas. 

Digo sempre, que tempo é uma questão de preferência. As pessoas tem que selecionar as coisas mais importantes e prioritárias em sua vida e executá-las. Muitas pessoas ficam correndo de um lado pro outro sem saber o que fazer ou tomando decisões precipitadas ou amontoando uma série de responsabilidades sem saber o que é precisamente que estão querendo. 

Estes excessos de atividade geram esse corre-corre frenético diário que, fatalmente, passará a se incorporar no dia a dia dessas pessoas e como consequência provocará graves problemas em seus “modos vivendi”. Essas atividades exageradas na vida moderna, acabam, como dissemos, gerando problemas emocionais e psiquiátricos desadaptativos, transtornos de ansiedade, transtorno depressivos difusos e estresse pós-traumático. Por quê? Porque os compromissos são tantos que as mesmas não dão conta das responsabilidades para as quais assumiram e o pior, é que essa condição de agitação, modernamente, passou a ser um tipo de característica da vida moderna.

Isto é, a vida vai se transformando, progressivamente, num corre-corre desvairado e, sem poder se desvencilhar desses compromissos exagerados, começa a sentir os efeitos negativos do stress agudo citados acima incluindo ainda: impaciência, intolerância, irritabilidade, episódios agressivos, baixo limiar às frustrações e dificuldades nas relações sociais. 

Frequentemente, esse mal estar descrito acima, se cronifica e passam a apresentar sensação intensa de angustia e de desprazer. Esta situação se instala, porque estas pessoas desconhecem ou demoram a reconhecer, seus limites e até onde podem ir. Desconhecem que somos seres com limitações e a falta dessa percepção leva a esses exageros nas atividades, fatos prejudiciais à saúde física, mental e social. As pessoas tem que saber no tempo, escolher o que fazer é prioritário, o mais importante, o mais relevante e feito isso, executar tais tarefas. 

Ter mais atenção no que se faz, essa é arte fundamental que funciona como impedidor de adoecimento mental e geradora e fonte de prazer no que você faz. Será, que uma pessoa ao acordar, tendo dezenas de tarefas a serem cumpridas no dia, poderá ter satisfação ou prazer em dá conta de tanta coisa? Nenhuma. Porque muito do que tem que fazer o faz sob estrese e tensão violenta. E isso acaba gerando uma incapacidade gigantesca de lidar com tantas tarefas.

Quando chega no final do dia a pessoa está cansada, indisposta, desinteressada, apática, retraída socialmente. Por quê? Porque o que houve foi uma sucessão frustração ao longo desse dia justamente porque ele não deu conta daquelas tarefas que, supostamente, teria que realizar. 

Agora, é preciso que haja bom senso, que haja inteligência, que haja razoável interesse para você selecionar, distinguir, separar o que é que é prioritário na vida e o que não é prioritário na vida, no seu dia a dia em seu cotidiano. 

Não é nada utópico deixar para amanhã ou pra depois de amanhã o que tens que fazer, desde que a prioridade seja realizada para atender as exigências e que não haja também procrastinação. A vida é hoje, é o aqui e agora. A vida é o momento que você vive, a vida é o momento onde você está, a vida é esse constante aprendizado sobre o passado, sobre o futuro. 

Muitos eventos na vida não dependem da gente e muitas coisas que ocorrem na vida dependem de circunstâncias, as quais não depende de cada um de nós e sim de outros eventos ou circunstâncias que ocorrem no dia a dia, viva seu presente. Tem fatos que acontecem sobre o nosso destino que nós não temos nenhuma interferência sobre os mesmos preciso que a gente distingue uma coisa da outra.

O que nos compete é administração direta e objetiva do tempo que nós temos. Isto é responsabilidade nossa, não é de ninguém. Não vá atribuir tais responsabilidades ao filho, ao trabalho, à casa, à família, ao dinheiro ou a outras coisas, nada disso explica o que temos de fazer. Por isso é importante dá preferências e saber utilizar com racionalidade o tempo que temos. 

Cimo dissemos acima o corre-corre na modernidade que vem se tornando um padrão de vida da sociedade moderna, refere-se à agitação e ao ritmo acelerado da vida que muitos estão levando. É uma expressão que descreve a sensação de pressa e urgência que muitas pessoas experimentam devido às demandas do mundo atual.

Na sociedade moderna, há uma ênfase crescente na eficiência, produtividade e velocidade. As pessoas estão constantemente ocupadas, tentando equilibrar múltiplas responsabilidades, como trabalho, família, estudos e vida social. Além disso, os avanços tecnológicos e a conectividade constante através de dispositivos móveis tornaram mais difícil desconectar-se e desacelerar.

Os estudos, demonstram que esse corre-corre pode ter consequências negativas para a saúde física, mental e social das pessoas, especialmente quando esse estresse se torna crônico, facilitando a falta de tempo para cuidar de si mesmo, a dificuldade em estabelecer relacionamentos significativos e a sensação de que nunca há tempo suficiente para realizar todas as tarefas, são alguns dos efeitos colaterais desse ritmo acelerado.

No entanto, é importante lembrar que nem todas as pessoas vivenciam o corre-corre da mesma forma. Algumas podem se adaptar melhor a esse estilo de vida acelerado, enquanto outras podem buscar maneiras de desacelerar e encontrar um equilíbrio saudável, mas o fundamental é que não abusem na execução de tarefas ou atividades.

Enfrentar o corre-corre na modernidade envolve conscientização e a adoção de estratégias para gerenciar o tempo, estabelecer prioridades, praticar autocuidado e buscar momentos de descanso e lazer. Isso pode incluir técnicas de gerenciamento de estresse, como meditação, exercícios físicos regulares, estabelecimento de limites saudáveis, além de desenvolver habilidades de organização e planejamento.

 

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