Vandalismo

Estátua de Iemanjá tem rosto quebrado na praia do Olho d'Água, em São Luís

A suspeita é de que o ato de vandalismo tenha sido motivado por intolerância religiosa.

Imirante.com

Atualizada em 23/07/2023 às 19h56
Estátua teve rosto depredado na praia do Olho d'Água. (Foto: Reprodução / Redes Sociais)
Estátua teve rosto depredado na praia do Olho d'Água. (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

SÃO LUÍS - O rosto da estátua de Iemanjá foi quebrado, neste domingo (23), na praia do Olho d'Água, em São Luís. A suspeita é de que o ato de vandalismo tenha sido motivado por intolerância religiosa.

Lideranças religiosas de matriz africana estiveram no local, repudiaram o ato de vandalismo e cobram do poder público providências para que a imagem seja restaurada e melhor protegida. 

Em vídeo publicado nas redes sociais, o pai de santo Paulo de Aruanda, que também é ativista dos direitos humanos, afirma que a implantação da imagem de Iemanjá na praia do Olho d'Água é fruto de uma negociação das lideranças de matriz africana com o Governo do Estado.

“Agora a gente 'tá' aqui em nome do povo de matriz africana solicitando do governador do Estado do Maranhão que nos ajude, tomando uma providência, no sentido de recuperar a imagem, de inclusive colocar a imagem da forma em que foi negociada com os povos de matriz africana, num lugar mais amplo. Porque, inicialmente, era previsto uma praça para cinco mil pessoas, inclusive com condições de receber aqui pessoas e as caravanas que viriam do interior e, também, de outros estados para fazer suas práticas religiosas na praia do Olho d'Água”, diz o religioso.

Além disso, segundo o pai de santo, havia sido prometido ser colocado local uma redoma de vidro que era para, exatamente, proteger a imagem de atos de vandalismo como o registrado neste domingo.

“Como não tem uma investigação clara, nós vamos chamar d vandalismo, mas pelo visto, pelo que nós estamos observando aqui ela tem um caráter deliberado, pois não foi quebrado as mãos, não foi pichada a vestimenta, foi apenas, e tão somente, arrancado o rosto da imagem”, afirma o líder religioso.

Lideranças religiosas de matriz africana estiveram no local e cobram providências. (Foto: Reprodução / Redes Sociais)
Lideranças religiosas de matriz africana estiveram no local e cobram providências. (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

Em nota, o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), repudiou a destruição da estátua de Iemanjá.

A equipe da Sedihpop esteve presente no local para articular com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) a devida apuração dos fatos e também buscar a restauração da imagem com a Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) e a Secretaria de Estado da Cultura (Secma).

O monumento é alusivo ao processo de luta dos povos de terreiro maranhenses por reconhecimento e liberdade religiosa. Segundo a Sedihpop, além de um dano ao patrimônio público, o ato é de um ataque de racismo religioso aos povos tradicionais de terreiro que deve ser repudiado e combatido.

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