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COLUNA

Dr Hugo Djalma
Médico nutrólogo e neurocientista
Dr Hugo Djalma

As 5 falácias do emagrecimento

Toda vez que você consegue diminuir alguns números na balança seu cérebro automaticamente faz duas associações involuntárias: a primeira é pensar que o caminho seguido está certo.

Dr Hugo Djalma

Atualizada em 29/08/2023 às 15h22

Você provavelmente já ouviu falar que o difícil não é perder peso, mas sim manter a perda. Salvo alguns detalhes, realmente tem todo sentido. Perder peso pode ser por água, gordura, músculos, fomes forçadas, tirar alguns excessos, cirurgias ou medicamentos. De qualquer forma sua visão sobre a dieta que determina o sucesso na manutenção.

Toda vez que você consegue diminuir alguns números na balança seu cérebro automaticamente faz duas associações involuntárias: a primeira é pensar que o caminho seguido está certo. A segunda associação é que seu cérebro exige alguma recompensa por ter emagrecido (acredite, toda atitude exige, sem seu controle, um prêmio)

A primeira falácia é o fato de você acreditar que tem créditos para beliscar ou fugir da dieta porque atingiu parte da meta. Esse crédito busca exatamente as calorias que você mais gosta e reforça sua mente que o bolo da repartição ou a pizza três vezes na semana não estragam o emagrecimento. Pior mesmo é quando o final de semana inicia na sexta e remete ao alívio da dieta, que durou 4 dias e é descompensada em nos outros três.

O segundo problema emagrecimento é que quando você faz atividades físicas, nos outros horários do dia tende a descansar mais, o que termina por diminuir gasto energético total. Vários estudos mostram que você compensa parte do gasto dos treinos se mexendo menos nos outros horários, mesmo sem saber.

A terceira dificuldade ocorre porque você tem um centro neuroendócrino que conta suas calorias e resiste por tudo manter seu corpo com o peso médio. Seria impossível você contar quantas calorias tem na carne frita no óleo ou o pedaço de bolo “fit” com cacau e adoçantes. Esse centro de controle acaba fazendo você ter mais fome e te engordar a todo custo para retomar o peso habitual. Essa resistência energética dura mais de um ano quando você então tem um novo peso médio.

A quarta falácia deriva do fim do agente emagrecedor. Pacientes que terceirizam responsabilidades conseguem emagrecer enquanto dopados de medicamentos ou dependentes de terceiros que fazem suas comidas e controlam seus comportamentos excessivos. Uma mínima viagem sem os remédios ou sem a esposa controladora e volta com cinco quilos a mais. Emagrecimento e autocuidado com saúde é de decisão individual e intransferível.

A quinta dificuldade é exatamente não saber como pensa e você se comporta com 12 quilos a menos. Não tem ideia da hora que dorme, o que vai comer, a qualidade da alimentação ou mínimo de hidratação saudável. Então sai da rotina, dos remédios, vive algum stress ou perde algumas noites de sono e pronto, seu equilíbrio retornará ao peso anterior. Pior de tudo é seu cérebro acreditar que não valeu a pena pelo efeito sanfona e terminar culpando terceiros.

Assim fica bem didático de entendermos quais falácias devemos evitar. De nada adianta viver montanha russa de peso perdendo músculos e gorduras e ganhando só gordura e ficando relativamente mais obeso. Ah, em relação à dificuldade de perder peso ser menor que manter a perda, depende de inúmeros fatores como genéticos, organizacionais, financeiros, familiares e até de força de vontade. Então a dificuldade é plenamente individual e tem suas características no tempo de cada uma.

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