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COLUNA
Diogo Gualhardo
Diogo Gualhardo Neves advogado e historiador.
Diogo Gualhardo

OBRAS PÚBLICAS E FALTA DE MANUTENÇÃO: o ciclo torpe da administração maranhense

A rigor, a infraestrutura é inaugurada em fim de mandato e leva a marca do mandatário. Logo em seguida é abandonada pelo sucessor.

Diogo Gualhardo

Atualizada em 02/05/2023 às 23h50
Diogo Gualhardo Neves advogado e historiador.
Diogo Gualhardo Neves advogado e historiador. (Ipolítica)

Quem frequenta a praça Pedro II percebia que, há bastante tempo, o calçamento de pedra portuguesa aplicado ali estava solto. No sábado já havia um buraco no local. Aparentemente um problema menor, apesar de fácil solução.

A praça havia sido reformada em 2018 pelo município através do PAC Cidades Históricas. Desde então, não houve qualquer manutenção. O “problema menor”, que era enfrentado por moradores e turistas, se agravou. Com a pavimentação fragmentada e as fortes chuvas, a água adentrou o solo e erodiu a muralha. Tornou-se um problema maior, e mais caro. Graças a Deus este caso não resultou em morte de inocentes.

Mas questão tomou ares irônicos, pois se colocou defronte à sede dos principais poderes administrativos locais: Governo do Estado e Prefeitura. E nem é um problema do Centro Histórico em si, mas de todas as obras que são entregues no Maranhão e em sua capital.

A rigor, a infraestrutura é inaugurada em fim de mandato e leva a marca do mandatário. Logo em seguida é abandonada pelo sucessor. Política mesquinha e provinciana. A manutenção ainda é mal-vista porque é barata e não dá voto. Não exige espetáculo, não pede grandes licitações e não faz nome do eleito.

Veja-se a Via Expressa, que, sem nenhuma intervenção, só viu aparecer o poder público recentemente, após mortes por atropelamento e protesto dos moradores próximos.

Em tempo recorde e em franca deterioração é a duplicação da avenida conselheiro Hilton Rodrigues, no Araçagy. O mato toma conta dos canteiros, as paradas de ônibus estão sem proteção, os sinais de trânsito não funcionam. Além disso, soma-se o fato de que foi um projeto mal pensado e mal executado. No prolongamento da Avenida Litorânea, no Olho d’Água, a faixa de areia está sendo loteada por barracas precárias, sem qualquer manifestação dos órgãos responsáveis.

É um quadro caótico que denuncia a precariedade de nossa organização administrativa, da incapacidade da prevenção. Tudo resultando em novos e exorbitantes gastos, para novas obras, que já têm prazo de validade antes mesmo de existirem. O preço muito alto que se paga e que a simples manutenção poderia evitar.

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