SÃO LUÍS - A legislatura que se inicia nesta quarta-feira (1º) na Assembleia Legislativa marca alguns fatos históricos. Pela primeira vez, a Casa será comandada por uma mulher, a deputada estadual Iracema Vale (PSB), que será aclamada possivelmente numa eleição com chapa única.
Ex-vereadora e ex-prefeita de Urbano Santos, ela chega ao comando do Legislativo com a expectativa de manter o que chama de “alinhamento de pensamento” entre os atuais líderes do Estado – numa referência aos recentes consensos que marcaram, também, as eleições da Câmara de São Luís e da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem).
“Sempre acreditei que a política é a forma mais rápida e eficaz de mudar a vida das pessoas. A vontade de me tornar deputada estadual partiu dessa crença. Há 30 anos eu trabalho buscando melhorias para aqueles que mais precisam na minha região. Agora a meta é buscar um futuro próspero para o Maranhão com um projeto que pretende não só aproximar a Assembleia legislativa do povo, mas que tem em sua essência o diálogo e a unidade”, disse, ao comentar seu papel na presidência da Mesa Diretora da Assembleia.
Segundo a parlamentar, seu papel será o de manter a harmonia atualmente existente entre os Poderes.
“Acredito na democracia, na colaboração e harmonia entre os poderes, e me motiva muito ver que existe um alinhamento de pensamento entre o governo e atuais líderes do estado. A minha expectativa é liderar a Assembleia Legislativa de forma participativa, respeitando a pluralidade, incluindo e respeitando acima de tudo o motivo pelo qual todos nós estamos lá, que é servir ao povo maranhense”, destacou.
Bancada feminina – Além de uma mulher presidindo a casa, a atual legislatura marca o início do mandato da maior bancada feminina já eleita no Maranhão. Serão 12 as deputadas que assumirão a partir desta quarta – contra dez na legislatura passada (mas apenas oito eleitas diretamente).
Os números foram destacados pela deputada estadual Daniella (PSB). Para ela, trata-se de uma grande conquista.
“Nós sabemos o quanto é difícil para a gente estar nesse universo predominantemente ocupado por homens. Na bancada que termina, nós tínhamos 10 mulheres, sendo que 8 foram eleitas diretamente e duas assumiram mandatos posteriormente. Então mudamos de 8 mulheres eleitas pelo voto direto para 12. Foi um grande avanço”, declarou.
Também afirmou que pretende fazer uma conexão com a bancada feminina do Maranhão na Câmara Federal, em Brasília - “Essa conexão é necessária. Os poderes sempre têm que trabalhar em harmonia” – e ajudar a preencher o que considera um vácuo de poder.
“Faltavam mais mulheres para defender, com veemência, essa importante bandeira no estado do Maranhão. Ali eu me encontrei, eu vi que poderia fazer muito”, completou.
Representatividade – Já a deputada Janaína Ramos (Republicanos) aponta a expectativa por uma dupla missão: representar o eleitorado feminino, mas também toda a população da Região Tocantina, onde ela etev expressiva votação – a parlamentar é esposa do prefeito de Imperatriz, Assis Ramos (União).
“Eu espero fazer um mandato de deputada estadual à altura do que Imperatriz e a Região Tocantina merecem e precisam. Desejo corresponder à confiança que os quase 39 mil maranhenses depositaram em mim! Também é válido lembrar que vou trabalhar não somente pelos que em mim votaram, mas por todos os maranhenses. Tenho hoje em minhas mãos um grande desafio que é o de representar as mulheres na Assembleia Legislativa”, destacou, lembrando outro marco histórico da atual legislatura: Ramos é a primeira mulher de Imperatriz eleita pra a Assembleia.
“Fui eleita a primeira mulher imperatrizense para esse cargo, mas eu não tenho medo. Na verdade, sou afeiçoada aos novos desafios e vou dar o meu melhor para desempenhar essa função de deputada estadual. Também vou defender outras bandeiras, como o saneamento básico, saúde, educação. Esta é a minha expectativa!”, comentou.
Oposição será a menor da história
Outro detalhe que marca a atual legislatura é o tamanho da bancada de oposição. Oficialmente, apenas dois deputados podem ser considerados opositores do governo Carlos Brandão (PSB) no início do mandato: Wellington do Curso (PSC) e Fernando Braide (PSD).
O PDT – da base do senador Weverton Rocha – deve manter certa neutralidade, mas com maior tendência de apoiar o Palácio dos Leões, após um distensionamento ocorrido ao fim da eleição de 2022.
Em recente entrevista o parlamentar já deu a entender que pode apoiar projetos governistas e que pretende ser uma espécie elo entre o irmão e o governador do Estado.
“Essa relação [entre Governo do Estado e Prefeitura de São Luís] é muito boa para a nossa cidade e para as pessoas. O governador vai caminhar junto com o prefeito em projetos que sejam favoráveis aos ludovicenses. E para facilitar essa união, nada melhor que um deputado estadual como eu, por ser irmão do prefeito e ter o maior interesse em trazer os melhores projetos para a nossa cidade”, disse.
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