(Divulgação)

COLUNA

Marcelo Cheche
Professor do Departamento de História da Universidade Estadual do Maranhão.
MARCELO CHECHE

O que pretendiam os terroristas?

Parece haver aqui, e não apenas aqui, fortes indícios de que o tensionamento dos valores democráticos, institucionalizado nos últimos quatro anos, continuará a ser praticado de dentro das forças do Estado.

MARCELO CHECHE

Atualizada em 02/05/2023 às 16h13
Marcelo Cheche é Professor do Departamento de História da Universidade Estadual do Maranhão.
Marcelo Cheche é Professor do Departamento de História da Universidade Estadual do Maranhão. (Ipolítica)

Os dias seguintes ao 8 de janeiro têm sido ocupados pela necessária apuração das responsabilidades dos depredadores, saqueadores, financiadores, mentores e facilitadores das cenas que estarreceram a parcela da população ciosa do estado democrático de direito. 

Entre as perguntas, também necessárias, estão aquelas que sustentam a investigação das falhas e omissões das autoridades responsáveis, e que exigirão a correspondente punição. Contudo, há uma pergunta que parece exigir outra linha de investigação e que talvez, adiante, convirja em direção a essas mesmas autoridades: o que pretendiam os terroristas? Após a depredação, qual seria o passo seguinte? Acampar na sede dos três poderes, como afirmou uma das pessoas fichadas, à espera de quem? Quais agrupamentos falharam para que uma tentativa mais robusta de golpe se efetivasse? 

Parece haver aqui, e não apenas aqui, fortes indícios de que o tensionamento dos valores democráticos, institucionalizado nos últimos quatro anos, continuará a ser praticado de dentro das forças do Estado, hipótese que reforça a urgência na identificação, apuração e punição dos agentes públicos mentores e facilitadores dos atos terroristas. Nesse sentido, a substituição do comando do Exército foi um importante gesto de reação e de reafirmação dos valores democráticos. Sobre os futuros desdobramentos da apuração, cabe lembrar que terrorismo de Estado e anistia jamais deveriam conviver. Teremos mais uma oportunidade de aprender essa lição.

As opiniões, crenças e posicionamentos expostos em artigos e/ou textos de opinião não representam a posição do Imirante.com. A responsabilidade pelas publicações destes restringe-se aos respectivos autores.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.