Uma Assembleia Legislativa sem oposição, mas com governistas divididos

SÃO LUÍS - Falta menos de uma semana para que os deputados estaduais eleitos em 2022 assumam seus mandatos na Assembleia Legislativa. E, pelo cenário político, esta nova legislatura terá a composição mais estranha que o parlamento já teve.

São 42 deputados e, destes, a maioria absoluta já disse que não fará oposição ao Palácio dos Leões. Ou seja, nesta legislatura não haverá a composição de um bloco oposicionista. No entanto, dos que serão governistas adotarão posições bem distintas.

O grupo se divide entre os governistas de Carlos Brandão (PSB) e os governistas ligados diretamente ao ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB). E a divisão é clara tanto que ficou evidenciada com a disputa pela presidência da Assembleia. Os últimos a declararem apoio a deputada Iracema Vale (PSB) com direito a foto ao lado do ainda presidente da Casa, Othelino Neto (PCdoB), têm a cara bem dinista.

Resta saber como estes deputados aliados com lados distintos irão se comportar a partir de 1º de fevereiro. Quais as pautas que serão conjuntas e aprovadas sem dificuldades e quais serão as matérias que podem deixar mais clara a divisão.

Por enquanto, as “ordens” é de manter a aparência o máximo possível usando o discurso do diálogo e da união como  pano de fundo de uma relação que não vai bem entre o Palácio dos Leões e o Ministério da Justiça.

Deixou claro

Alguns dos deputados que poderiam ser considerados dinista já demonstravm deste o início que não ficaria do bloco de parlamentares ligados a Flávio Dino.

Ana do Gás (PCdoB) é uma destas parlamentares. Quando o seu partido anunciou apoio à candidatura de Othelino para presidente da Assembleia, a deputada usou as redes sociais para dizer que aguardaria a posição do governador Carlos Brandão.

E mais do que dizer que aguardaria esta posição do Leões, Ana usou hastag com o nome de Iracema Vale deixando bem claro que não seguiria o PCdoB.

Cara dinista

Já outros deputados como Rodrigo Lago (PCdoB) e Carlos Lula (PSB) logo depois do resultado das urnas em 2 de outubro já demonstraram que a cara de Dino na Assembleia Legislativa.

Eles se apressaram em declarar apoio a Othelino Neto. Ato, por sinal, que irritou demais Brandão e seu grupo na época.

Os aliados mais próximos do governador reclamaram aos quatro ventos que Flávio Dino demonstrava querer definir os rumos políticos do grupo desrespeitando a liderança que deveria ser a partir de então de Carlos Brandão.

Aguardando

E neste cenário que demonstra está estremecido, alguns deputados (que não serão oposição) ficarão na espreita aguardando um possível racha no grupo governista.

O exemplo é o PDT que tem cinco deputados - alguns declaradamente governistas. As ordens do líder do partido, senador Weverton Rocha, é de que os parlamentares aguardem como ficará cada posição na Casa.

Há uma torcida dos pedetistas para que o grupo Brandão/Dino rachem mesmo. Mas eles sabem que, se ocorrer, não será em 2023. Talvez em 2024 com olhos diretos nas eleições em São Luís.

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