Vai acabar?

STF começa a julgar nesta quarta-feira o Orçamento Secreto

Supremo vai decidir se recurso será mantido ou extinto a partir de 2023; tema provoca tensão entre Judiciário e Legislativo.

Ipolítica

Ministros do Supremo Tribunal Federal vão iniciar julgamento a respeito de tema nesta quarta-feira
Ministros do Supremo Tribunal Federal vão iniciar julgamento a respeito de tema nesta quarta-feira (Rosinei Coutinho/SCO/STF)

SÃO LUÍS - O Supremo Tribunal Federal inicia nesta quarta-feira o julgamento a respeito da constitucionalidade da emenda de relator, chamada de forma pejorativa de “Orçamento Secreto”.

Desde a semana passada há uma tensão no núcleo do governo eleito, sobretudo entre os principais aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a sobre a possibilidade de a emenda de relator ser considerada inconstitucional pelo Supremo.

Alguns aliados do petista defendem a extinção da matéria. Outros defendem que o posicionamento do ministro do Supremo, Gilmar Mendes, seja levado em consideração. 

Mendes sugeriu a manutenção da matéria, com transparência a respeito de todos os atos.

Lula, por sua vez, teme desgaste junto ao presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, a quem tem articulado uma possível reeleição para o comando da Casa. 

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Reação

Líderes do chamado Centrão articulam uma reação caso o STF decida extinguir o Orçamento Secreto. 

Eles prepararam uma minuta de projeto de resolução para tentar convencer ministros do STF a aceitar a manutenção desse mecanismo sob novas regras. 

Há também a possibilidade de o recurso que seria aplicado na emenda de relator em 2023, entre como uma nova destinação exclusiva no Orçamento que está em discussão no Congresso Nacional. A manobra seria uma opção à possibilidade de encerramento da emenda de relator.

A proposta em discussão pelos líderes do Centrão consiste em distribuir os recursos entre bancadas e parlamentares proporcionalmente ao tamanho dos partidos na Câmara e no Senado, numa nova medida inserida no Orçamento 2023. 

Polêmica

O chamado orçamento secreto funciona com a liberação de emendas para atender deputados e senadores, sem que haja a obrigatoriedade de transparência a respeito de quem destina e para onde vão os recursos públicos.  

Desde o ano de 2020, as emendas desse tipo chegaram ao valor real de R$ 53,5 bilhões. 

Houve investigações sobre supostos desvios de recursos da emenda de relator e prisões efetivadas no Maranhão e em Alagoas. 

O tema também divide a opinião de parlamentares que atuam no Congresso Nacional.

Alguns deputados e senadores defendem a extinção do Orçamento Secreto. 

Outros acreditam não haver qualquer irregularidade base para a sua extinção e defendem abertamente a manutenção da peça e a independência entre os Poderes. 

O tema deve provocar novo embate entre o Poder Judiciário e o Legislativo nas próximas duas semanas. 

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