SÃO LUÍS - A operação Quebra Ossos da Polícia Federal no Maranhão trouxe a cena política de novo a questão as emendas parlamentares enviadas a prefeituras do estado. Desde julho, época de reportagem da Revista Piauí mostrando que uma grande quantia de recursos oriundo de emendas parlamentares foi enviada para as gestões municipais, que o assunto não ganhava tanto destaque.
A PF, Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União trouxeram de novo a cena a questão dos milhões de reais enviados a prefeituras que aumentaram de foram exorbitantes serviços médicos-hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS).
São milhares de ultrassonografia de dedos, exames de próstata bem superior ao número de habitantes do município e ainda consultadas que se fossem reais, cada médico atenderia 450 pessoas por dia. Existem mais absurdos, claro.
Em meio a tantos dados fatalmente fictícios, um empresário que não faz parte de qualquer gestão municipal abastecendo o sistema de dados do SUS para a liberação da verba destinada por parlamentares. Este empresário, por sinal, conseguiu liberar sozinho mais de R$ 36 milhões.
Diante de tantos absurdos, fica a dúvida: quem são os responsáveis pelo envio de tanto recurso para as prefeituras no Maranhão? Por que não se sabe quem destinou todo o dinheiro?
Os órgãos de controle não sabem dizer porque a verba é oriunda do orçamento secreto, recurso que vem da chamada emenda do relator, que não deixa rastros do parlamentar que envia o dinheiro aos aliados.
Após reportagem da Piauí, alguns parlamentares do Maranhão admitiram ter recebido recursos do orçamento secreto. Dos 23 membros da bancada maranhense, 12 disseram ter destinado verbas desta rubrica.
O campeão, na época, era o deputado reeleito, Pedro Lucas Fernandes (União). Ele falou em R$ 95 milhões destinados. Depois veio Aluísio Mendes (PSC) com R$ 70 milhões. A senadora Eliziane Gama (Cidadania) também admitiu ter destinado recursos do orçamento secreto e tantos outros parlamentares também.
O que estes deputados e, no caso, a senadora não dizem foi para onde eles destinaram e para que áreas.
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Deve ser este o motivo pelo qual o assunto, apesar de uma operação da PF e de bloqueios de recursos do orçamento secreto para prefeituras no Maranhão, acabou não repercutindo na classe política.
Os opositores do presidente Jair Bolsonaro (PL) somente reclamam do tal orçamento secreto nas redes sociais. Não questionam quem destinou, afinal, muitos aliados fizeram uso da rubrica do relator.
Os aliados bolsonaristas fingem que os recursos para bancar as consultas, exames e outros serviços médicos vieram sozinhas para as prefeituras que incharam os dados no SUS.
Enfim, uma farra com o dinheiro público que precisa ser esclarecida. Precisa saber origem e depois sua aplicação e destinação final dos recursos.
Críticas pela metade servem somente para fins eleitoreiros. A população precisa saber de fato o que foi feito com tanto dinheiro enviado para a saúde do Maranhão que não reflete em nada melhoria no sistema público.
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