Debate/TV Mirante

Veja o que foi #Real ou #Fake nas falas dos candidatos ao Governo no Debate da TV Mirante

Equipe de checagem do Imirante.com levantou algumas das declarações de maior impacto no debate e verificou veracidade ou desinformação

Imirante.com

- Atualizada em 29/09/2022 às 12h31
Candidatos participaram de debate promovido pela TV Mirante nesta terça-feira
Candidatos participaram de debate promovido pela TV Mirante nesta terça-feira (Matheus Soares/Grupo Mirante)

SÃO LUÍS - Seis candidatos ao Governo do Maranhão participaram nesta terça-feira (27) do debate realizado pela TV Mirante, filiada à Rede Globo.

Protagonizaram as discussões, os candidatos Simplício Araújo (Solidariedade); Edivaldo Holanda Júnior (PSD); Weverton Rocha (PDT); Lahesio Bonfim (PSC); Enilton Rodrigues (PSOL) e Carlos Brandão (PSB).

A equipe do Checagem Imirante verificou a veracidade ou desinformação disseminada por qualquer dos candidatos durante o embate. 

Acompanhe abaixo:

Carlos Brandão

1- “Lembrando Edivaldo, que o seu governo foi muito ajudado pelo nosso governo - Flávio Dino e Brandão -. As grandes obras que aconteceram aqui no município de São Luís foram por conta da nossa parceria. Eu acho que você lembra disso”.

Verdade

Edivaldo Holanda Júnior foi eleito prefeito de São Luís em 2012 e reeleito em 2016, apoiado pelo grupo do ex-governador Flávio Dino (PSB) no qual já estava inserido o hoje governador Carlos Brandão. 

A gestão estadual firmou parceria institucional com a Prefeitura de São Luís, na administração de Edivaldo, e conseguiu efetivar projetos e programas, a exemplo do “Mais Asfalto”, que levou pavimentação asfáltica e drenagem profunda para dezenas de bairros na capital.

2 - "Nós não tínhamos nenhuma escola profissionalizante, hoje nós temos os IEMAs.

Não é bem assim

Ao assumir o Governo do Estado, em 2015, o ex-governador Flávio Dino mudou a denominação de programa criado pela gestão da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) e transformou a Universidade Virtual do Maranhão (Univima) em Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA).

O programa Univima já contava com 19 escolas profissionalizantes, que na ocasião eram chamadas de CETECMAs. Flávio Dino mudou o nome de todas as unidades para IEMAs, como consta em Diário Oficial publicado no dia 2 de janeiro de 2015.

No pleito de 2018 a coligação “Maranhão quer mais” chegou a denunciar programa eleitoral do então candidato à reeleição Flávio Dino, que afirmava na campanha ter construído 26 IEMAs até aquele momento.

O juiz eleitoral Alexandre Lopes de Abreu, então, atendeu ao pedido da coligação, concedeu liminar, e determinou que a campanha de Dino parasse de divulgar no horário eleitoral que havia construído todas as 26 unidades de IEMAs. 

Isso porque 19 destas unidades eram comprovadamente antigos CETECMAs que tão somente tiveram a nomeclatura alterada pela gestão do socialista.

Hoje existem ao todo, 50 IEMAs, segundo informações do Governo do Estado. Dezenove destes, contudo, foram criados antes mesmo de Dino e Carlos Brandão iniciarem o primeiro mandato, em 2015. Todas as 19 unidades eram CETECMAs.

Edivaldo Holanda Júnior

1 - "Mas eu gostaria de te perguntar, Lahesio, na verdade, falar para os amigos que estão nos assistindo agora: ele falou de combate à corrupção. Segundo a imprensa, o candidato Lahesio está sendo processado, virou réu, e foi denunciado pelo Ministério Público Estadual, por liderar uma quadrilha criminosa e desviar R$ 44 milhões do município de São Pedro dos Crentes".

Não é bem assim

É verdade que o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes responde a processo e  hoje figura como réu em ação por suposta fraude em licitação naquele município. 

Uma investigação foi levantada pela Seccor (Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção), da Polícia Civil do Maranhão e apontou que entre 2018 e 2019, houve possíveis irregularidades.

O contrato investigado, contudo, é de R$425.954,25 mil e não de R$ 44 milhões, como afirmou Edivaldo.

Na verdade, R$ 44 milhões diz respeito ao valor movimentado por todos os investigados durante o período - aí inseridos empresários -, e não efetivamente desviados dos cofres públicos. 

2 - " […] Você [Weverton] é citado em processos por desvio de recursos, peculato, corrupção ativa, organização criminosa, enfim, foram vários desses já citados".

Verdade

Weverton já foi citado em vários processos e em algum destes figurou como réu por desvio de recursos públicos, a exemplo do processo já extinto que apurava irregularidades em pagamento de obra do Ginásio Costa Rodrigues na gestão do ex-governador Jackson Lago. 

Em 2018, por exemplo, quando ele ainda buscava o mandato de senador, quatro ações ainda tramitavam na Justiça. 

Uma destas, da 6ª Vara Federal de São Luis, investigava suposta prática de ato de improbidade administrativa na aplicação de recursos federais repassados pelo FNDE ao Estado do Maranhão por força do Programa ProJovem Urbano. 

Em outra ação, também na 6ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, o candidato respondia por ato de improbidade, juntamente com o presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi, por supostas irregularidades cometidas no Ministério do Trabalho. 

Weverton, contudo, apesar de citado em vários processos e de figurar como réu em alguns, não possui condenações na Justiça. 

Lahesio Bonfim 

1 - "Agora, ainda bem que o senhor [Edivaldo Holanda Júnior] fala de corrupção. O senhor, durante a pandemia, enquanto eu comprava uma máscara de R$ 1,00 o senhor comprava a mesma máscara por R$ 9,00. A Polícia Federal deu uma batida no seu secretário [Lula Fylho], na sua Secretaria de Saúde, porque vocês estavam com corrupção".

Verdade

A gestão do ex-prefeito Edivaldo Holanda Júnior foi alvo de investigação e de ação de busca e apreensão desencadeada pela Polícia Federal, para apurar superfaturamento na compra de insumos no período de combate à pandemia e desvios de recursos públicos.

A PF realizou ação na Secretaria Municipal de Saúde e também na residência do ex-secretário municipal de Saúde, Lula Fylho. 

A investigação apontava prejuízo de R$ 478 mil aos cofres públicos num contrato superfaturado de compra de máscaras para combater a Covid-19.

Edivaldo Holanda Júnior, contudo, jamais foi arrolado ou citado no processo levado à Justiça Federal.

2 - "Um cidadão [Simplício Araújo] que foi secretário durante quase 7 anos do governo Brandão e agora está cuspindo no prato que comeu. Foi secretário de uma pasta que era para gerar emprego e fez o maior número de desempregados da história"

Verdade

O hoje candidato ao Governo foi sim secretário de Estado da Indústria e Comércio durante a gestão do ex-governador Flávio Dino, como apontou o adversário Lahesio Bonfim.

A gestão de Dino, do qual Simplício fez parte, também chegou a bater recorde histórico na taxa de desemprego no Maranhão. 

É o que aponta relatório do Pnad Contínua, do IBGE, referente ao segundo trimestre de 2021. O documento aponta que o desemprego no Maranhão atingiu patamar recorde, com número de desocupados atingindo a marca de 17,2% da população em idade de trabalhar. 

Em março de 2021, quando o estado já havia batido recorde de desemprego, o instituto apontava 438 mil pessoas desempregadas - em números absolutos -, em todo o estado.

Weverton Rocha

1 - "Candidato Edivaldo, você conhece a história do (ginásio) Costa Rodrigues, melhor do que ninguém. Você foi inclusive do meu partido, você sabe que o Jackson Lago foi cassado aqui no Maranhão e a obra do Costa Rodrigues foi interrompida;  (...) Gostaria também de te lembrar, que aqui nessa emissora o Jornal Nacional deu como encerrado esse assunto, a Justiça arquivando a ação. Peço até que a minha equipe publique agora na minha rede social o vídeo em que o William Bonner, do Jornal Nacional, fala que este assunto está encerrado"

Verdade 

Ação que pesava contra Weverton Rocha por irregularidades em licitação e peculato, no contrato de obra de reforma do Ginásio Costa Rodrigues, foi encerrada pelo Tribunal de Justiça do Maranhão.

No início do mês de julho a informação foi dada em primeira mão pelo Jornal Nacional. O âncora do telejornal, William Bonner, foi quem noticiou o fato.

A extinção da ação ocorreu por meio de decisão da desembargadora Graça Duarte. 

A magistrada atendeu pedido da defesa de Weverton, confirmou a liminar que havia suspendido a ação e considerou que o Ministério Público utilizou provas anuladas ao apresentar denúncia de fraudes e peculato contra o senador.

2 - "A lei que proíbe cortar energia elétrica no fim de semana, é minha, eu fui o presidente da sessão que transformou o Bolsa Família em Auxílio Brasil de R$ 600"

Verdade

É de autoria do senador Weverton Rocha a lei sancionada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, que proíbe a suspensão da prestação de serviços públicos, como água e energia elétrica, na sexta-feira, sábado, domingo, feriado ou no dia anterior a feriado, por inadimplência do usuário (Lei 14.015, de 2020).  

Originária do Projeto de Lei 669/2019, do pedetista, a matéria foi modificada, contudo, na Câmara dos Deputados, e somente depois sancionada pelo chefe da nação. A regra é válida para todo o país.

É também verdade que o pedetista presidiu a sessão que aprovou o programa Auxílio Brasil, que concede benefícios de R$ 600 para pessoas de baixa renda.

Enilton Rodrigues

"A gente vê um presidente da República [Jair Bolsonaro] que desvalorizou tudo o que tinha de ciência no nosso Brasil"

Verdade

O Governo Federal limitou o uso de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), principal fonte de financiamento à inovação do Brasil e provocou reação da oposição no Congresso Nacional. 

Por meio de medida provisória publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), o presidente derrubou a proibição antes prevista em lei de bloqueio de verbas do fundo e criou limites para a aplicação dos recursos. Para 2022, por exemplo, o valor a ser usado será de no máximo R$ 5,555 bilhões. 

Para muitos, representa a desvalorização do Governo para com a ciência e tecnologia. Para a atual gestão, contingenciamento necessário diante da grave crise provocada em todo o planeta pela pandemia da Covid-19.

2 - "É uma vergonha o estado do Maranhão não ter realizado concurso público para a saúde nos últimos 24 anos"

Verdade

Há mais de 20 anos não é realizado concurso público para a área de Saúde pela gestão estadual do Maranhão. 

No Governo Flávio Dino houve um processo seletivo realizado para a promoção de vagas na Emserh, mas o mesmo não assegura aos aprovados a estabilidade que é garantida por meio de um concurso público. 

O edital, lançado em outubro de 2015, transformou aprovados em funcionários da Emserh e não em servidores efetivos do Estado. Todos os aprovados tinham direito a um contrato inicial de 1 ano.

Apesar de inúmeras críticas de profissionais da saúde, na ocasião, a SES defendia a tese de que o seletivo era sim, uma espécie de concurso. 

Simplício Araújo

1 - ''Você vê aqui, R$ 44 milhões desviados, depósito em conta e consegue enxergar perseguição [Lahesio Bonfim]"

Não é bem assim

O valor a que se refere Simplício, em denúncia contra o adversário Lahesio Bonfim, não diz respeito ao montante efetivamente desviado, segundo investigações da Polícia Civil, mas sim o total que foi movimentado por investigados no bojo de um inquérito que apura irregularidades em licitação. 

O prejuízo aos cofres públicos apontados pela polícia e que podem pesar contra o ex-prefeito, alvo da investigação, é da ordem de R$425.954,25 mil. Lahesio, contudo, não possui qualquer condenação na Justiça.

2 - "Na verdade, você [Lahesio] elegeu o governador Flávio Dino e foi colocado para fora do Governo; você votou na presidente Dilma, você já foi fo PT e do PDT"

Verdade

O candidato Lahesio Bonfim já admitiu publicamente ter votado duas vezes no ex-governador Flávio Dino. 

Ele rompeu com o socialista logo no primeiro mandato de Dino, após acusar o gestor estadual de perseguição política. 

Ele cobrava recursos para a manutenção de hospitais de 20 leitos construídos na gestão da ex-governadora Roseana Sarney. Naquela ocasião, Dino havia cortado os recursos aos municípios. 

Lahesio também já foi filiado ao PT e ao PDT. Depois migrou para o PSDB e hoje pertence ao PSC.

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