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Dino minimiza participação do Maranhão em compra de respiradores, mas erra em estratégia

Ex-governador do Maranhão, diante da Operação da Polícia Federal que investiga compra de respiradores nunca entregue para o Consórcio Nordeste, tenta demostrar que o governo do Maranhão não teve participação em aquisição dos equipamentos.

Imirante

Atualizada em 02/05/2023 às 23h37
Flávio Dino finge que repasse de R$ 4,9 milhões do governo do Maranhão não tem responsabilidade de sua gestão
Flávio Dino finge que repasse de R$ 4,9 milhões do governo do Maranhão não tem responsabilidade de sua gestão (Flávio Dino)

SÃO LUÍS - O ex-governador Flávio Dino (PSB), que é pré-candidato ao Senado pelo Maranhão, decidiu minimizar a participação do estado na compra de respiradores em 2020. Os equipamentos – mais de 600 – foram pagos pelo Consórcio Nordeste e que nunca foram entregues.

Com uma postura como se não tivesse permitido o envio de R$ 4,9 milhões para a compra dos respiradores, Dino diz que a Polícia Federal não o investiga ou mesmo investiga o seu governo. Isto porque, claro, a compra foi feita pelo Consórcio que tinha sede na Bahia na época.

Para além das questões detalhadas de quem é a culpa pela compra, o ex-governador do Maranhão, no mínimo, precisava explicar aos maranhenses o que o estado está fazendo para rever os quase R$ 5 milhões do erário dados ao Consórcio Nordeste por respiradores que nunca chegaram.

Para além disto, Dino e seus auxiliares da época desta terrível compra, precisavam ter ido a público se desculpar com a população pela operação desastrosa que pode ter custado vidas em um momento tão complicado da pandemia há dois anos.

E sobre a investigação da Polícia Federal sobre esta compra, é sempre válido lembrar que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) identificou superfaturamento nos valores destes respiradores. Os auditores do tribunal foram claros sobre a necessidade de tomadas de contas especial para que o contrato feito fosse melhor avaliado pelo órgão de controle.

Algo que, na época, causou incômodo ao governo Dino que reagiu buscando Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para tentar desqualificar os profissionais que identificaram movimentos estranhos nesta compra.

Há muito o que ser explicado. Vai além de dizer quem é o responsável. No Maranhão, a compra de 38 respiradores no valor de R$ 4,9 milhões é de total responsabilidade da gestão estadual. O repasse do valor foi feito mediante contrato e assinado por Flávio Dino. É dele a responsabilidade de explicar cada detalhe do contrato, os erros ou equívocos ocorridos e as ações que estão sendo feitas para recuperar o dinheiro público.

Estratégia equivocada

O ex-secretário de Saúde, que é pré-candidato a deputado estadual, Carlos Lula (PSB), não comentou nada a respeito da operação da PF.

Pelo contrário, a estratégia do socialista foi mostrar números sobre mortes pela Covid-19. Como um troféu, Lula mostra dados para afirmar que o Maranhão foi o estado com o menor número de mortes na pandemia.

Estratégia ruim assim como a de Flávio Dino já que os respiradores que nunca chegaram e custaram quase R$ 5 milhões podem ter custado a vida de muitas pessoas que não estão na estatística que é comemorada pelo ex-secretário.

Confusão

O deputado estadual Yglésio Moyses (PSB) decidiu causar confusão interna em seu partido atacando os correligionários.

Primeiro já havia atacado o deputado Duarte Júnior (PSB), que o criticou pela reclamação da liberação do dinheiro público para o futebol profissional maranhense.

Depois, Moyses decidiu atacar o secretário de Comunicação, Ricardo Capelli, considerado um dos principais articuladores de Flávio Dino na formação dos quadros do PSB no Maranhão.

Vai recuar?

O destempero de Yglésio causa desconforto dentro do PSB e já deixa o ex-governador Flávio Dino nada satisfeito com a confusão causada pelo parlamentar.

Já o governador Carlos Brandão, que também é do PSB, já mandou visar para que Moyses recue dos ataques imediatamente.

Resta saber se o desesperado presidente do Moto Clube, que pode ficar de fora de todas as competições nacionais em 2023, vai rever a postura e tentar agir mais nos bastidores para reverter a situação de seu time.

Sem votação

Os vereadores de São Luís não estão dispostos a votar projetos de lei de autoria da Prefeitura de São Luís enquanto a gestão municipal não resolver as questões relacionadas à greve dos professores.

A proposta de reajuste de 33,24% para 800 docentes ficará adormecida na Casa até que um acordo seja feito com a categoria que está no nono dia de paralisação das atividades.

Os parlamentares avaliam que o momento não é para confrontar os profissionais da rede municipal de ensino de São Luís com um projeto de lei considerado “cheio de pegadinhas” para a categoria.

Culpa do prefeito

Outra avaliação feita pelos vereadores de São Luís é a de que o acirramento nos ânimos que levou à greve dos professores foi causada pelo próprio prefeito Eduardo Braide (sem partido).

Os parlamentares acreditam que se o prefeito não tivesse ido às redes sociais e prometido o reajuste de 33,24% aos professores, não teria aumentado a expectativa pelo aumento.

Como apenas “lacrou” nas redes sociais, Braide para tentar reverter o problema, tenta desqualificar as demandas dos professores atacando o movimento grevista e pressionando por meio da Justiça.

Destituído

Após muita pressão, parte dos membros do blocão governista decidiu mudar a liderança na Assembleia Legislativa.

Nove dos 12 membros do bloco retiraram o deputado Duarte Júnior (PSB) da liderança e colocaram de novo do professor Marco Aurélio (PSB) na função.

O nome de Duarte Júnior sempre gerou descontentamentos no blocão, mas por opção do governador Carlos Brandão (PSB) ele acabou sendo escolhido o líder ainda em fevereiro.

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