Crise institucional

Município e Estado entram em divergência sobre vacinação na capital

Secretário municipal de Saúde de São Luís informa que solicitou informações à SES sobre número de vacinados nos arraiais montados pelo Governo, mas não recebeu resposta

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 27/03/2022 às 11h01
(Foto: Laécio Fontenele)

SÃO LUÍS - Uma nova crise institucional entre a Prefeitura de São Luís e o Governo do Estado se instalou nesta semana, a respeito do processo de vacinação de público-alvo na capital contra a Covid-19.

O imbróglio começou depois que cidadãos da capital - vacinados com a primeira dose nos Arraiais da Vacinação, montados pelo Governo do Estado -, começaram a buscar postos do município com a alegação de que não havia vacinas disponíveis nos postos da Secretaria de Estado da Saúde (SES) para a segunda dose.

Algumas pessoas gravaram vídeos e publicaram nas redes sociais, para mostrar o problema.

Esses cidadãos sustentam que o município têm rejeitado pedido de aplicação da segunda dose nos seus postos, com a alegação de que cabe à SES dar continuidade ao processo de imunização iniciado nos Arraiais da Vacinação.

O secretário municipal de Saúde, Joel Nunes, disponibilizou um documento, com um pedido de informações à SES sobre o número de pessoas que receberam a primeira dose pelo Estado. Ele informa jamais ter recebido respostas sobre o ofício encaminhado ao Governo.

Reagiu

Na tarde da última quinta-feira, o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, reagiu e publicou um vídeo em que informa que nova norma técnica do Ministério da Saúde determina que a segunda dose de vacina contra a Covid-19 pode ser aplicada em qualquer município ou estado brasileiro, independentemente do local onde o cidadão recebeu a primeira dose.

Ele informa no vídeo que, caso algum município rejeite aplicar a segunda dose dentro desse contexto, precisa denunciar o caso à SES para que as medidas cabíveis sejam tomadas.

"Há garantia do Ministério da Saúde em norma técnica, garantindo que a segunda dose pode ser tomada em qualquer estado e em qualquer cidade da federação, independente de onde você tomou a primeira dose. Então você chega para tomar a sua segunda dose e é proibido, avisa para gente, que essa atitude é ilegal e a gente vai tomar providências em relação a isso que tem acontecido", disse.

No vídeo, contudo, Lula não explica o motivo de a SES não ter disponibilizado a segunda dose muitos daqueles que receberam a primeira dose nos Arraiais da Vacinação.

A tendência é de que a crise aumente nos próximos dias.

Leia também: Vacinação contra a Covid e o embate entre Governo e Prefeitura

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