Preços ao Consumidor

Alta de preços em São Luís desacelera em janeiro de 2021, segundo o IBGE

Em São Luís, dos nove grupos de despesa pesquisados, dois grupos que mais impulsionaram a elevação de preços foram transporte, e alimentação e bebidas.

Divulgação/IBGE

- Atualizada em 27/03/2022 às 11h04
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte. (Foto: Paulo Soares/O Estado)

SÃO LUÍS - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro/2021, em São Luís, registrou elevação de 0,29%. Houve uma desaceleração no aumento de preços em relação ao mês anterior, dezembro/2020, cujo aumento de preços tinha sido de 2,18%. No caso de São Luís, esse número de janeiro ficou um pouco acima da média do IPCA do Brasil, 0,25%.

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Das 16 regiões de pesquisa do IBGE, no mês de janeiro, em 14 delas houve elevação de preços, sendo que as mais elevadas foram observadas em Campo Grande (0,53%) e Recife (0,50%), seguidas pelas regiões metropolitanas (RM) de Vitória e de Curitiba, além do município de Rio Branco, todas com taxa de inflação na ordem de 0,44%. Duas regiões de pesquisa, Belém e Goiânia, apresentaram quadro deflacionário, -0,03% e -0,17%, respectivamente.

O centro da meta inflacionária para o ano de 2021, conforme autoridades monetárias do Brasil, é de 3,75%, podendo variar 1,5 pontos percentuais para cima (5,25%) ou para baixo (2,25%). Levando em consideração o IPCA acumulado nos últimos 12 meses, fevereiro de 2020 a janeiro de 2021, São Luís tem o terceiro maior índice dentre as 16 regiões de pesquisa, 6,22%, sendo superado pelos municípios de Campo Grande, 7,28%, e Rio Branco, 6,82%. A única região de pesquisa que tem, até o momento, computados os 12 últimos meses, índice abaixo do centro da meta é Brasília, 3,58%.

Em São Luís, dos nove grupos de despesa pesquisados, em seis houve elevação de preços, sendo que os dois grupos que mais impulsionaram a elevação de preços foram transporte, 1,56% (impacto de 0,28 p.p.), e alimentação e bebidas, 1,05% (0,27 p.p.). Esses dois grupos foram responsáveis por cerca de 80% no comportamento final inflacionário do IPCA de janeiro, em São Luís. Além desses dois grupos de despesa citados, elevação de preços nos grupos de despesa artigos de residência, 1,25% (0,06 p.p.), e despesas pessoais, 0,76% (0,06 p.p.), acabaram por influenciar em definitivo a inflação de São Luís, em janeiro. Os outros dois grupos de despesa que tiveram elevação de preços, mas com impacto menor no IPCA foram: vestuário (0,14%) e educação (0,15%).

No grupo de despesa transporte, maiores impactos para elevação de preços foram detectados nos subitens gasolina (3,3%, impacto de 0,1741 p.p.), conserto de automóvel (2,75%, impacto de 0,0510 p.p.), automóvel novo (1,05%, impacto de 0,0228 p.p.), ônibus intermunicipal (4,48%, impacto de 0,0209 p.p.), óleo diesel (6,39%, impacto de 0,0193 p.p.) e motocicleta (0,83%, impacto de 0,0137 p.p.). No caso da gasolina, segundo subitem de maior peso nas despesas das famílias residentes em São Luís, nos últimos 12 meses, o mesmo tem um acumulado de elevação de preço na ordem de 9,10%, muito em contraste com a média Brasil, 1,08%. Dentre as 16 regiões de pesquisa do IBGE, no acumulado dos últimos 12 meses, São Luís tem o maior índice de aumento de preço no subitem gasolina.

Em relação ao grupo de despesa alimentação e bebida, houve nítida desaceleração de preços em janeiro: de 4,06%, em dezembro, o IPCA, em janeiro, recuou para 1,05%. De setembro a dezembro de 2020, a menor inflação nesse grupo de despesa ocorreu no primeiro mês citado, 2,77%. Nos demais meses, outubro a dezembro, o IPCA esteve sempre a uma taxa maior ou igual que 3%. Os principais elementos do grupo de despesa alimentação e bebidas que ocasionaram inflação de 1,05% foram itens como carnes em geral (1,12%, impacto 0,0637 p.p.), frutas em geral (5,38%, impacto de 0,05601 p.p.), alimentação fora do domicílio, que inclui lanches e refeição, (1,49%, impacto de 0,0532 p.p.), pescados em geral (0,93%; impacto de 0,0144 p.p.) e o subitem arroz (0,93%, impacto de 0,0251 p.p.).

Mesmo com quadro de inflação nesse grupo de despesa em função de aumento de preços detectados como os citados acima, houve redução de preços em alguns outros itens e subitens, certamente desacelerando o comportamento do IPCA em relação a esse grupo de despesa: tomate, -4,86%, açaí, -5,26%, macarrão, -0,91%, e óleo de soja, -1,8% são exemplos dessa retração de preços em janeiro de 2021. Enquanto o IPCA de São Luís tem um acumulado nos últimos 12 meses na ordem 6,22%, o grupo alimentação e bebidas tem uma inflação acumulada nesse mesmo período na ordem de 19,29%. A seguir, gráfico com IPCA mês a mês, do grupo de despesa alimentação e bebidas, em que se compara comportamento de preços de São Luís com Brasil.

Em relação ao grupo de despesa artigos de residência, com inflação na casa de 1,25%, em janeiro, observou-se aumento de preços nos subitens móveis para quarto (2,45%) e diversos eletrodomésticos e equipamentos, tais como: refrigerador (2,37%), fogão (3,5%), ventilador (3,56%) e máquina de lavar roupa (3,05%). Quanto ao grupo despesas pessoais, a inflação em janeiro foi na casa de 0,76% e, fundamentalmente, foi impulsionada por aumento de preços em subitens como serviços bancários (0,79%), alimento para animais (3,41%), cabeleireiro/barbeiro (0,68%), cartório (5,08%) e cigarro (1,58%).

Os outros dois grupos de despesa que tiveram alta de preços, vestuário (0,14%) e educação (0,15%), tiveram impacto bastante reduzido em relação aos quatro grupos acima citados: 0,01 p.p. cada um. Tanto vestuário quanto educação tiveram recuo acentuado de preços em janeiro quando comparado com dezembro. O grupo vestuário teve IPCA 12,6 vezes menor (1,77%, em dezembro, e 0,14%, em janeiro), e o grupo educação teve recuo de cerca de 20,9 vezes (3,14%, em dezembro, e 0,15%, em janeiro).

Quanto aos três grupos de despesa que tiveram quadro deflacionário, destaca-se a queda de preço no grupo habitação (-1,67%), depois de ter tido uma taxa de aumento de preços em dezembro na ordem de 2,75%. Depois do grupo alimentação/bebidas e transporte, esse é o grupo que mais pesa nas despesas das famílias residentes em São Luís. No mês de janeiro, mesmo com aumento de preços em importantes subitens de consumo das famílias, como gás de botijão (3,61%; 7° subitem como maior peso nas despesas das famílias), aluguel residencial (0,53%), carvão vegetal (3,61%), e artigos de limpeza, como sabão em pó (0,89%) e água sanitária (1,33%), a mudança de bandeira tarifária, de vermelha para amarela, acabou por impactar o comportamento geral de preços do citado grupo de despesa. A queda de preços no subitem energia elétrica residencial foi de 6,12%, em São Luís. Além da energia elétrica residencial, foi detectada redução de preços em alguns materiais de construção, como tijolos (- 2,44%) e cimento (-1,22%). Vale esclarecer que a energia elétrica residencial é o subitem de maior peso nas despesas das famílias residentes em São Luís.

No caso da deflação no grupo de despesa saúde e cuidados pessoais, -0,80%, a mesma foi impulsionada por diminuição de preços em subitens como perfume (- 1,38%, 5º subitem de maior peso nas despesas das famílias residentes em São Luís), produtos farmacêuticos (-0,60%), produto para pele (-3,36%), produto para cabelo (-2,08%) e artigos de maquiagem (-4,7%). Nova queda de preço no subitem aparelho telefônico (-2,27%), mantendo-se os demais subitens sem variação de preços, acabou por causar deflação no grupo comunicação.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange, ao todo, 16 regiões: as dez principais regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília. Para o cálculo do índice do mês de janeiro/2021, foram comparados os preços coletados no período de 30 de dezembro de 2020 a 28 de janeiro de 2021 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de novembro a 29 de dezembro de 2020 (base). Cabe ressaltar que, em virtude do quadro de emergência de saúde pública causado pela Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março de 2020, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

INPC de janeiro variou 0,21%, em São Luís

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), assim como ocorreu com o IPCA, apresentou uma desaceleração no aumento de preços no mês de janeiro, quando se compara com mês de dezembro, 2,09%. No Brasil, o INPC de janeiro foi de 0,27%. De todas as 16 regiões de pesquisas do IBGE, apenas no município de Goiânia houve quadro deflacionário: -0,25%. As regiões de pesquisa em que se detectaram maiores taxas de INPC foram Recife (0,61%) e Campo Grande (0,60%).

O acumulado do INPC, em São Luís, no período que vai de fevereiro de 2020 a janeiro de 2021 é de 6,10%, ao passo que no Brasil, esse acumulado dos 12 últimos meses chegou a 5,53%.

Em São Luís, dos nove grupos de despesa, em três houve deflação, os mesmos que foram observados no IPCA: habitação (-1,63%, impacto de -0,24 p.p.), saúde e cuidados pessoais (-0,90%, impacto de -0,12 p.p.) e comunicação (- 0,93%, impacto de -0,05 p.p.). Por ordem de impacto positivo no comportamento final de impacto de 0,27 p.p.); transporte (1,32%; impacto de 0,20 p.p.); artigos de residência (1,26%; impacto de 0,07 p.p.); despesas pessoais (0,89%, impacto de 0,07 p.p.); educação (p,17%, impacto de 0,01 p.p.); e vestuário (0,14%; impacto de 0,01 p.p.). O INPC mede uma cesta de bens e serviços para famílias que auferem de 1 a 5 salários mínimos, sendo o chefe assalariado. É um índice de preços voltado a famílias de menor poder aquisitivo, pois a cesta de bens e serviços dele tem subitens mais essenciais e menos sofisticados que a cesta do IPCA.

Para o cálculo do INPC do mês de janeiro de 2021, foram comparados os preços coletados no período de 30 de dezembro de 2020 a 28 de janeiro de 2021 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de novembro a 29 de dezembro de 2020 (base).

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