São Luís

Após três meses de deflação, IPCA de São Luís volta a apresentar alta nos preços

Em julho, o índice de preços foi de 0,57%; todas as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE tiveram quadro inflacionário e São Luís teve a quinta maior inflação dentre elas

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

SÃO LUÍS- O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, em São Luís, registrou elevação de 0,57%. Depois de três meses consecutivos de deflação, a capital maranhense voltou a apresentar quadro de elevação de preços.

Todas as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE tiveram quadro inflacionário e São Luís teve a quinta maior inflação dentre elas. As maiores inflações foram detectadas em Rio Branco (0,75%), Campo Grande (0,73%), Belém (0,72%), Salvador (0,62%) e São Luís (0,57%). A Região Metropolitana de Vitória teve o menor IPCA, 0,21%.

Dados do IPCA
Dados do IPCA

Tanto o IPCA de São Luís quanto o IPCA do Brasil continuam abaixo da meta inflacionária definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4% no ano de 2020, podendo variar 1,5 ponto percentual (p.p.) para cima ou 1,5 p.p. para baixo. No acumulado do ano, em São Luís, ainda prevalece quadro de deflação no ano de 2020, -0,08%, e, no Brasil, há uma acumulação de elevação de preços na casa de 0,46%, bem abaixo do viés inferior da meta determinada pelo CMN, que é de 2,5%. Inclusive, o acumulado de 12 meses, tanto para São Luís, 1,54%, quanto para Brasil, 2,31%, continua abaixo desse viés menor da meta inflacionária (2,5%).

Dos nove grupos de despesa pesquisados, seis apresentaram inflação em São Luís: habitação (2,04%), transportes (1,0%), saúde e cuidados pessoais (0,46%), alimentação e bebidas (0,26%), artigos de residência (0,14%) e despesas pessoais (0,04%). Já os grupos vestuário (-0,15%), educação (-0,10%) e comunicação (-0,39%) apresentaram comportamento deflacionário.

Dos grupos de despesa que apontaram inflação, os que mais impulsionaram o comportamento de elevação de preços em julho foram habitação e transportes, com impactos de 0,30 p.p. e 0,18 p.p., respectivamente.

No grupo habitação, o subitem de despesa que teve o maior aumento de preço foi energia elétrica residencial (5,13%; 0,2753 p.p. de impacto). Esse aumento se deveu à elevação da alíquota do PIS/COFINS. “Como o subitem energia elétrica residencial, dentre todos os subitens pesquisados, cerca de 230 produtos e serviços, tem o maior peso no orçamento das despesas das famílias, seu comportamento influencia bastante o IPCA de São Luís, tanto para um quadro de inflação quanto para um quadro de deflação”, explicou José Reinaldo Ribeiro Júnior, tecnologista de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ainda referente ao grupo habitação, foi constatada também elevação nos preços de alguns itens de material de construção que impactou no comportamento geral desse grupo de despesa: cimento (4,04%; 0,011 p.p. de impacto), tijolo (3,25%; 0,0063 p.p. de impacto) e revestimento de piso (1,99%; 0,0054 p.p. de impacto). Foi registrado, também, aumento do sabão em pó (3,1%) dentro desse grupo de despesa.

Quanto ao grupo de despesa transportes, houve aumento de preços em combustíveis tais como gasolina (4,04%; 0,1896 p.p. de impacto) e óleo diesel (9,05%; 0,0247 p.p. de impacto), além de elevação de preços em conserto de automóvel (0,85%; 0,0155 p.p. de impacto), serviço de grande demanda e com relativo peso nas despesas das famílias. No grupo saúde e cuidados pessoais, os destaques de aumento ficaram com perfume (1,43%), produto de peso e impacto nas despesas das famílias, óculos de grau (4,59%) e produtos farmacêuticos, como medicações para pressão arterial e colesterol (2,22%).

O grupo alimentação e bebidas, depois de dois meses consecutivos de recuo de preços em São Luís, apresentou inflação em julho: 0,26%. Por ter um peso maior nas despesas das famílias do que o grupo de despesa saúde e cuidados pessoais, que teve elevação de preços até maior, 0,46%, apresentou o mesmo impacto na formatação final do IPCA que esse último grupo de despesa: 0,06 p.p.. O item carnes acabou pesando no comportamento final do IPCA do grupo alimentação e bebidas, com aumento de 3,16%. Os tipos de carnes que mais impactaram na composição final dos preços desse grupo de despesa foram: costela (6,37%), carne de porco (4,08%), alcatra (3,28%), acém (8,13%), fígado (9,08%) e músculo (4,4%). Impactaram, ainda, no IPCA, subitens como frango inteiro (1,98%), leite longa vida (8,40%), leite em pó (2,96%) e o item frutas, com aumento médio de 1,83%. Há de se destacar que enquanto o IPCA acumulado no ano de 2020 de São Luís está na casa de -0,08%, o IPCA acumulado do grupo de despesa alimentação e bebidas está na ordem de 4,16%. Essa inflação acumulada no ano nesse grupo de despesa para Brasil também está no patamar acima da média geral: 4,10%.

Já o grupo artigos de residência teve aumento, em julho, de 0,14%, um ritmo menor do que o observado no mês anterior, junho, que foi de 0,95%. Subitens como ventilador (5,23%), fogão (3,02%), televisor (0,96%) e utensílios de plástico (1,38%) impactaram o comportamento final dos preços nesse grupo de despesas. Já o grupo despesas pessoais, novamente, teve aumento de preços, embora num ritmo menos acelerado do que ocorreu no mês anterior: 0,09%, em junho, e 0,04%, em julho. Aumento de preços em subitens como cigarro (4,3%) e alimento para animais (2,82%) foram detectados no mês de julho nesse grupo de despesas.

Queda de preços foram detectadas nos seguintes grupos de despesa: comunicação (-0,39%), com destaque para retração de preço no subitem aparelho telefônico (-1,08%); educação (-0,10%), com diminuição de preços em subitens como livro didático (-0,92%) e curso de informática (-0,64%), por exemplo; e vestuário, que, uma vez mais, apresentou quadro de deflação: -0,15%. Desde o início do ano, apenas no mês de fevereiro esse grupo de despesa teve alta de preços. No ano, o IPCA desse grupo de despesas está acumulado em -3,13%.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange, ao todo, 16 regiões: dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês de julho/2020, foram comparados os preços coletados no período de 1° a 28 de julho de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 29 de maio a 30 de junho de 2020 (base). Cabe ressaltar que, em virtude do quadro de emergência de saúde pública causado pela Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

INPC de julho variou 0,50% em São Luís

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), assim como ocorreu com o IPCA, apresentou quadro de inflação, com taxa de 0,50% em São Luís. Já o INPC do Brasil, no mês de julho, foi de 0,44%. Dentre as 16 regiões pesquisadas, São Luís teve a 7ª maior taxa do INPC no mês de julho.

O acumulado do INPC, no ano, em São Luís, ainda está na situação de deflação, -0,11%, ao contrário do acumulado para Brasil, que apresenta quadro inflacionário de 0,80%. Todas as 16 regiões de pesquisas do IBGE apresentaram alta de preços. O maior INPC de julho foi detectado na capital Rio Branco (AC), 0,83%, seguida por Campo Grande (MS), com taxa de 0,76%. O menor aumento de preços, sob a ótica do INPC, foi detectado no Rio de Janeiro, 0,26%.

Alta de preços nos grupos de despesas alimentação e bebidas, 0,18%, habitação, 1,95%, artigos de residência, 0,13%, transportes, 0,98%, saúde e cuidados pessoais, 0,36%, e despesas pessoais, 0,07%, impactou o comportamento final do INPC de São Luís no mês de julho.

O INPC mede uma cesta de bens e serviços para famílias que auferem de 1 a 5 salários mínimos, sendo o chefe assalariado. É um índice de preços voltado a famílias de menor poder aquisitivo, pois a cesta de bens e serviços dele tem subitens mais essenciais e menos sofisticados que a cesta do IPCA.

Para o cálculo do INPC do mês de julho/2020, foram comparados os preços coletados no período de 1º a 28 de julho de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 29 de maio a 30 de junho de 2020 (base).

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