São Luís

Entorpecentes saem das ruas e entram nas unidades escolares

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 11h58

SÃO LUÍS - Os entorpecentes já fazem parte da realidade de escolas da Região Metropolitana de São Luís. Antes, as drogas eram encontradas apenas fora do ambiente escolar, hoje é comum a apreensão de pequenas quantidades de maconha e crack, principalmente com alunos.

Registros apontam que existem escolas com até 20 alunos envolvidos com drogas. Muitas vezes, os estudantes são utilizados como 'aviõezinhos' pelos pais, que são traficantes. "A questão da droga cresce em todas as esferas, mas no espaço escolar é pior. Tem unidade que o aluno faz tráfico de entorpecente lá dentro e nós temos registro disso", disse o promotor Paulo Avelar.

Um caso emblemático citado pelo promotor foi o de uma família, em que quase todos os membros eram traficantes e as crianças, que tinham de 5 a 9 anos, eram utilizadas para a entrega de entorpecentes.

Para evitar que a situação se alastre, a Polícia Militar implantou o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), que desde 2002 atua com palestras e cursos de prevenção para alunos de todo o Maranhão. Em 13 anos, o programa já atendeu mais de 130 municípios. "É um programa que visa levar informações para crianças do 5º ano, com 9 a 11 anos, que, segundo pesquisas, é o período que ele vai ter o primeiro contato com as drogas", explicou o capitão Wellington Rodrigues, secretário-executivo do Geape.

O curso é formado por 10 lições, que são tratadas em aulas uma vez por semana. Ao fim do curso, o aluno tem uma cerimônia de formatura e recebe um diploma. Em 2013, somente na Cidade Olímpica, mais de 350 alunos foram capacitados no programa.

Bonde das armas

Em 2013, duas armas de fogo foram encontradas dentro de escolas na região metropolitana, uma no Anil e outra no Centro. Facas, estiletes e armas artesanais também foram apreendidas com alunos.

Nem crianças escapam. Carmosina Ribamar Leite, líder comunitária do Loteamento Todos os Santos, em Paço do Lumiar, frisou que em uma escola da região, a UEB Mickey Mouse, que atende apenas a educação infantil e as séries iniciais, até o 4º ano, foram encontradas facas dentro de bolsas de alunos.

A influência de facções criminosas também pode ser vista dentro das escolas. Pichações em paredes evocam os "bondes", nome que está sendo dado aos grupos de bandidos. Alunos chegam a dizer que fazem parte de determinado bonde, já as meninas dizem que são namoradas de chefes criminosos. Alguns diretores e professores relatam que, muitas vezes, tudo não passa de uma brincadeira, mas, mesmo assim, é preocupante.

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