Caso Décio Sá

Treze são indiciados por assassinato do jornalista Décio Sá

Segundo o Ministério Público, o advogado Ronaldo Ribeiro e outras 12 pessoas tiveram participação direta no crime.

Atualizada em 27/03/2022 às 12h17

SÃO LUÍS - O Ministério Público ofereceu denúncia contra 13 pessoas pelo assassinato do jornalista Décio Sá. A denúncia crime foi apresentada a 1ª Vara do Tribunal do Juri.

De acordo com informações, o Ministério Público apontou todos os denunciados por envolvimento direto no assassinato do jornalista. Entre os envolvidos, o advogado Ronaldo Ribeiro e o empresário Gláucio Alencar. Ronaldo Ribeiro é advogado de Gláucio Alencar e estaria sendo investigado também pelo crime de agiotagem.

Operação Detonando

As investigações da polícia que resultaram na "Operação Detonando” teve como desfecho o pedido de prisão preventiva de 13 pessoas além da apreensão de carros, documentos, cheques e notas de empenho de prefeituras maranhenses.

Entre os envolvidos diretamente na morte do jornalista estão: Gláucio Alencar, de 34 anos, apontado como um dos mandantes do crime e suspeito de ter financiado a execução do jornalista; José de Alencar Miranda Carvalho, de 72 anos, pai de Gláucio Alencar, apontado, também, como mandante e financiador do crime; capitão Fábio, conhecido, também, como "Capita", subcomandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Estado do Maranhão, suspeito de fornecer a arma que executou o jornalista; Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, apontado como executor de Décio Sá e que está preso desde o dia 5 deste mês por tráfico de drogas – com uma extensa ficha criminal; Fábio Aurélio do Lago e Silva, de 32 anos, o "Bochecha", preso na Chácara Brasil, é suspeito de participar do crime e teria todo oconhecimento das ações do grupo; José Raimundo Chaves Júnior, o "Bolinha", de 38 anos, preso no Jardim Eldorado, suspeito de intermediar as ações do crime; e Airton Martins Monroe, de 24 anos, suspeito de ter apresentado o executor do crime a "Bolinha".

Agiotagem

As investigações sobre o assassinato de Décio Sá levaram a polícia a descobrir um esquema de agiotagem no Maranhão. No início do mês de julho, a Secretaria de Segurança criou uma comissão de delegados para investigar especificamente os crimes de agiotagem no Maranhão.

O esquema, descoberto com a apuração do assassinato do jornalista Décio Sá, pode envolver prefeituras, com base na análise preliminar dos documentos, cheques e notas de empenho apreendidos em poder de dois dos principais envolvidos no crime, os empresários Gláucio Alencar, do ramo de merenda escolar, conveniado a várias prefeituras, e o pai dele, José de Alencar Miranda, de 72 anos, suspeitos de serem os dois principais mandantes do assassinato.

O delegado da Polícia Federal Pedro Meireles ficou conhecido em todo o Estado pela sua forte atuação no combate ao crime organizado em diversas prefeituras maranhenses envolvidas com o desvio de verbas públicas, durante as operações Rapina I e II, deflagradas em 2008.

No dia 1 de agosto, ele prestou depoimento na Seic, uma vez que foi citado no depoimento do agiota Gláucio Alencar Pontes Carvalho, de 34 anos. No depoimento, o agiota disse que o policial federal teria enviado uma mensagem o informando sobre a morte de Décio Sá. Acompanhado do corregedor da Polícia Federal, Alexandre Macedo da Silva, o delegado da PF chegou à sede da Seic para depor por volta das 9h30. O depoimento se estendeu por aproximadamente três horas e, assim que Meireles saiu da superintendência, ele se recusou a falar com a imprensa.

O crime

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, o crime foi motivado por reportagens publicadas no blog do jornalista. A quadrilha, que atuava no desvio de verbas de merenda escolar e em crime de agiotagem, começou a ter prejuízo a partir da publicação de reportagens no Blog do Décio. Um consórcio formado por empresários encomendou a execução do jornalista.

O executor cobrou R$ 100 mil para matar o jornalista, mas teria recebido apenas R$ 20 mil do valor combinado. Jhonatan Silva, então, voltou a São Luís para receber o valor restante.

Relembre o caso

O jornalista Décio Sá foi morto a tiros no dia 23 de abril, em um bar da avenida Litorânea, com cinco tiros. O motivo do crime foram as denúncias realizadas pelo jornalista, em seu blog, sobre uma quadrilha de agiotas que atuava no Maranhão.

Saiba quem disputa as eleições em São Luís.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.