SÃO LUÍS - Em levantamento feito pelo Programa Municipal de Combate à Dengue, de janeiro a março deste ano, foram notificados 476 casos da doença em 261 bairros de São Luís. Os índices, que são considerados alarmantes, são justificados por causa do grande número de casas abandonadas, fechadas ou nas quais o morador não permite a entrada do agente de controle de endemias, o aumento do volume de chuvas e a presença de terrenos baldios com focos do mosquito. O bairro com maior número de casos este ano é o São Francisco.
No ano passado, considerado um ano de elevado número de registros, foram notificados 2.787 casos de dengue na capital, o que equivale a uma média de 232 por mês, índice semelhante ao de fevereiro deste ano, que apresentou 237 casos. Em janeiro, foram 199 e, em março, 40. A tendência, porém, é de que o número de casos este ano supere os de 2010. "O ano passado não choveu muito, mas este ano já começou chuvoso, o que torna propício para propagação da doença", afirmou o coordenador do Programa Municipal de Combate à Dengue, Pedro Tavares.
Outro motivo para o possível aumento do número de casos este ano é a permanência dos problemas de anos anteriores, como o grande número de casas abandonadas, fechadas e de terrenos baldios, que servem de criadouro do mosquito. Somente no Centro, bairro onde há maior número de casas não habitadas, em apenas um ciclo realizado até o ano passado, 126 casas deixaram de ser inspecionadas. "Pedimos que, quando uma casa estiver abandonada ou à venda, seja deixado um número de contato para poder agendar uma visita", alertou Tavares.
Em bairros da área nobre, o impedimento da entrada do agente geralmente é justificado pelo receio de que assaltantes se disfarcem dos servidores do programa. "Precisamos da colaboração dos moradores. Os agentes precisam fazer o seu trabalho. A saúde tem de estar em primeiro lugar", frisou Tavares. Ele disse ainda que, quando as casas estão fechadas, ao término do ciclo, os agentes realizam uma nova visita no local e às vezes o problema persiste.
Para reconhecer o agente de controle de endemias, o coordenador do Programa Municipal de Combate à Dengue recomenda que seja observada a farda característica da categoria, o crachá com foto e número da identidade do trabalhador. Outro recurso é observar que a visita só acontece a cada 40 dias. Quanto aos casos de locais desabitados que podem possuir foco da doença, os vizinhos podem denunciar através dos números 3212-8282 ou 3212-4326.
Mutirão
Percebendo as dificuldades no combate, a Prefeitura de São Luís e o governo do Estado, apoiados pelo Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, estão realizando mutirões de conscientização. O primeiro aconteceu 25 de fevereiro, no bairro Ilhinha e São Francisco. Depois foi a vez da Cidade Operária, os bairros Recanto Vinhais, Portal do Vinhais, Vila Progresso, Residencial Vinhais III, Vinhais (velho), Residencial Vila Vitória, Conjunto Vale e São Raimundo. A Cidade Olímpica também participou do mutirão, que já passou no Centro, Lira, Belira, Diamante, Goiabal e Centro Histórico.
Os próximos mutirões estão programados para sexta-feira, dia 15, no Anjo da Guarda, Vila Embratel, Bacanga, Sá Viana, Piancó, Gancharia e Vila Isabel. No dia 29, terá visita dos agentes no Cohatrac; dia 13 do mesmo mês, no Coroadinho, Coroado, Sacavém e Coheb do Sacavém; dia 20 de maio no Quebra Pote, Itapera e Arraial. Para finalizar as ações, no dia 27 de maio o mutirão percorrerá Nova República, Maracanã, Tibiri, Tibirizinho, Vila Itamar e adjacências.
Os locais de mutirão foram escolhidos conforme o número de casos notificados. O bairro com maior número é o São Francisco, que nos três primeiros meses do ano registrou 37 casos da doença. Depois segue Coroadinho, com 15, Cidade Olímpica e Turu I, com 14 cada, Cidade Operária, com 13, Bequimão e Vila Embratel, com 11 cada, Anjo da Guarda, com 10, e Vila Palmeira com 9 registros.
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