Honduras

Eleição é tranquila e candidatos torcem por baixa abstenção em Honduras

G1

Atualizada em 27/03/2022 às 13h04

SÃO PAULO - As eleições em Honduras transcorrem com tranquilidade a uma hora e meia antes das urnas se fecharem, informa o repórter da TV Globo José Roberto Burnier, que está em Tegucigalpa e conversou com o G1 por telefone.

A eleição está prevista para terminar às 17h do horário local (20h no horário de Brasília), mas a votação pode ser estendida por mais uma hora. O grande temor que se têm no governo interino de Roberto Micheletti é que o índice de abstenção seja alto. Isso seria um problema grave, já que grande parte da comunidade internacional declarou que não vai aceitar o resultado do pleito.

Para os hondurenhos que defendem o governo interino, a eleição colocará fim ao problema político no país. Contudo, simpatizantes do presidente deposto Manuel Zelaya já anunciaram neste domingo (29) que não irão aceitar o resultado das eleições, que foi organizada por um governo que eles não reconhecem.

Burnier visitou locais importantes de votação, e conta que o movimento estava pequeno na primeira parte do dia, aumentando um pouco à tarde. Em um dos redutos de Zelaya, na periferia de Tegucigalpa, algumas pessoas foram aos locais de votação para dizer que não iriam votar. Mesmo no reduto de Micheletti o movimento era pequeno.

Segundo a Constituição de Honduras, o voto é obrigatório, mas não há nenhuma penalidade para quem não vai até as urnas. O índice de abstenção no país costuma ser alto. Em 2005, quando Zelaya chegou à presidência, 45% dos eleitores deixaram de votar.

Na próxima quarta-feira (2) o Congresso hondurenho vai decidir se o presidente deposto deve ou não ser restituído. A volta de Zelaya é improvável, pois a Corte Suprema do país já ratificou sua posição de que ele violou a Constituição e não pode voltar.

Cinco meses em crise

Estão em jogo os cargos de presidente, 128 assentos no legislativo e 298 de representantes locais. Os mais cotados para assumir em janeiro o próximo mandato presidencial de quatro anos são o conservador Porfírio "Pepe" Lobo, do Partido Nacional, e Elvin Santos, do Partido Liberal, o mesmo do presidente deposto Manuel Zelaya e do interino, atualmente afastado, Roberto Micheletti.

Honduras, isolada internacionalmente desde o golpe de Estado que derrubou o presidente Manuel Zelaya em 28 de junho, busca uma saída para a pior crise política e diplomática na América Central em décadas. Os golpistas acusam Zelaya de corrupção, o que o presidente deposto nega. O governo interino tem uma ordem de prisão contra Zelaya por "traição" e prometia prendê-lo caso ele voltasse ao país.

Zelaya, refugiado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa desde setembro, pediu um boicote às eleições, que afirma serem ilegais porque estão sendo conduzidas pelo governo golpista encabeçado por Roberto Micheletti.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.