ONU

EUA vetam proposta do Brasil sobre guerra entre Israel e o Hamas

Norte-americanoscriticaram texto por não mencionar direito de autodefesa de Israel.

Ipolítica, com CNN e Agência Brasil

Atualizada em 18/10/2023 às 12h37
Joe Biden está em Israel negociando com partes no conflito
Joe Biden está em Israel negociando com partes no conflito (Haim Zach, GPO / Fotos Públicas)

SÃO PAULO - Os Estados Unidos decidiram vetar a resolução articulada pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU sobre a guerra entre Israel e os terrorista do Hamas na Faixa de Gaza. A proposta foi apresentada pelos brasileiros - que atualmente exercem a presidência rotativa do colegiado - nesta quarta-feira (18).

A votação do texto foi adiada duas vezes nos últimos dias, enquanto os Estados Unidos tentavam intermediar o acesso da ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Rússia e Reino Unido se abstiveram da votação e outros doze membros foram a favor da resolução.

Apesar de o texto haver obtido maioria absoluta entre os participantes da reunião, os norte-americanos têm a prerrogativa de vetar uma resolução já que são uma das nações com assento permanente no Conselho de Segurança. China, França, Rússia e Reino Unido possuem o mesmo status.

Na segunda-feira (16), os membros do Conselho já haviam rejeitado proposta da Rússia sobre o conflito, que defendia um cessar-fogo imediato, a abertura de corredores humanitários e a liberação de reféns com segurança, mas não condenava diretamente o Hamas pelos atos de violência cometidos.

O representante do Brasil no Conselho criticou a dificuldade para aprovação de um texto consensual diante de uma situação que ele classificou como “catástrofe humanitária”.

“O Conselho deveria tomar uma atitude e agir rapidamente. A paralisia do Conselho diante de uma catástrofe humanitária não é de interesse da comunidade internacional. Enquanto fazíamos um grande esforço para acomodar posições diferentes — e, às vezes, opostas —, nosso foco estava, e segue estando, na situação humanitária”, afirmou.

O texto brasileiro condenava toda a violência e hostilidades contra civis e todos os atos de terrorismo e apelava à libertação imediata e incondicional de todos os reféns. A resolução proposta pelo Brasil pedia ainda pausas no conflito que permitissem o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, região onde a guerra está concentrada.

Durante a reunião em que o texto foi votado, o enviado norte-americano à ONU afirmou que os Estados Unidos estão “no campo fazendo o trabalho duro da diplomacia”, trabalhando com Israel, seus vizinhos e a ONU para resolver a crise humanitária. Segundo ele, o país está decepcionado com a resolução proposta, já que ela não menciona o direito de autodefesa de Israel.

Mais brasileiros resgatados

O avião que fará a repatriação de cerca de 30 brasileiros que estão em Gaza decolou nesta quarta-feira (18) com destino ao Egito. O VC-2 (Embraer 190), da Força Aérea Brasileira (FAB), estava parada em Roma, na Itália, desde a última sexta-feira (13), aguardando autorização para pousar em território egípcio.

A aeronave também leva 40 purificadores de água portáteis, além de dois kits de medicamentos e insumos enviados pelo governo brasileiro, para atender à situação de emergência na Faixa de Gaza, que vem sendo bombardeada por Israel desde 7 de outubro. 

Segundo a FAB, cada kit tem 48 itens, incluindo antibióticos, anti-inflamatórios, ataduras, entre outros. Já os purificadores têm capacidade para produzir água pura e atender até 13,5 mil pessoas por dia. 

O VC-2 inicialmente pousará no Aeroporto Internacional de El-Arish, localizado a cerca de 60 quilômetros do posto de fronteira de Rafah, que separa Gaza do Egito. 

Depois de descarregar o material, o avião da FAB será deslocado para o Cairo, capital egípcia, onde aguardará instruções sobre a retirada dos brasileiros que estão em Gaza. 

Nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores nessa terça-feira (17), informava que o grupo de cerca de 30 brasileiros e seus familiares diretos estavam abrigados nas localidades de Khan Younis e Rafah, no sul de Gaza, aguardando a abertura do posto de fronteira de Rafah.

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