CIDADE DO VATICANO - Um dia antes do esperado, o corpo do Papa João Paulo II recebeu neste domingo a visitação de líderes políticos e religiosos. Foi o início da longa despedida do Santo Padre, que morreu na noite de sábado, após uma longa agonia.
O corpo, emagrecido pela doença e envolto em roupas rituais, repousou desde as 12h30 (7h30m em Brasília) sobre uma plataforma na Sala Celestina, um recinto ricamente decorado com afrescos, no qual João Paulo II recebia as visitas mais importantes ao Palácio Apostólico, sua residência oficial.
As imagens foram transmitidas desde cedo pelo canal de TV do Vaticano - o que permitiu que, pela primeira vez na História, católicos romanos de todo o mundo acompanhem ao vivo o velório de seu líder desde os primeiros momentos.
João Paulo II foi vestido com roupas vermelhas e brancas, usa uma mitra branca e está deitado sob um crucifixo. O cetro episcopal está sob o braço.
Autoridades políticas italianas, diplomatas de vários países e incontáveis autoridades eclesiásticas passam diante do corpo, flanqueado pela Guarda Suíça. A visitação foi encerrada por volta das 16h (horário local, 13h do horário de Brasília).
Nesta segunda-feira, será a vez de os fiéis começarem a prestar suas homenagens diante do corpo, que será levado para a Basílica de São Pedro. A previsão é de que o traslado ocorra por volta das 17h (10h). A previsão é de que um milhão de pessoas passe diante de João Paulo II para prestar suas últimas homenagens.
A hora exata do traslado será decidida apenas na congregação de cardeais - a primeira reunião dos líderes da Igreja desde a morte do Papa - que começa na manhã desta segunda-feira. Outros detalhes dos funerais também devem ser tratados na ocasião. Os cardeais vão abrir o testamento de João Paulo II, no qual ele pode ter expressado desejos finais em relação a onde deveria ser sepultado.
Ainda na manhã deste domingo, o Vaticano divulgou a cópia do atestado de óbito do Papa, assinado por seu médico pessoal. Segundo o documento, João Paulo II morreu devido a um choque séptico e colapso cardiocirculatório.
Missa
Pela manhã, cerca de cem mil fiéis reuniram-se na Praça São Pedro para acompanhar a missa do Dia da Divina Misericórdia. Durante a homilia, o cardeal Ângelo Sodano disse que João Paulo II será conhecido como "João Paulo, o Grande". Segundo o jornal italiano "Corriere della Sera", o título costuma ser usado apenas para Papas que se tornam santos.
O ponto alta da reunião, porém, foi um texto que João Paulo II havia preparado para o Angelus, sua mensagem dominical. Muitos fiéis reunidos na praça choraram enquanto o arcebispo argentino Leonardo Sandri leu a última mensagem do Papa ao mundo, centrada na esperança dada aos cristãos pela morte e pela ressurreição de Jesus Cristo.
"Toda a Humanidade, que hoje parece perdida e dominada pelo poder do mal, do egoísmo e do medo, nosso Senhor ressuscitado nos dá seu amor que perdoa, reconcilia e reabre a alma à esperança" dizia a mensagem de João Paulo II. "A gloriosa Aleluia da Páscoa ressoa. Hoje, a leitura do Evangelho de São João mostra como Cristo ressuscitado apareceu aos apóstolos e mostrou-lhes suas mãos e seus pés, os sinais de sua dolorosa Paixão marcados indelevelmente em seu corpo, inclusive depois da ressurreição", encoraja a mensagem.
Durante a missa em homenagem a João Paulo II, uma mulher morreu de infarto. Segundo a agência de notícias "APCom", a senhora, não se sabe ainda se romena ou ucraniana, foi levada à pressas para o Hospital do Santo Espírito, mas morreu pouco depois.
Em São Luís, neste domingo, será celebrada uma missa em intenção de João Paulo II, na Catedral da Sé.
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