MARANHÃO - Todo ser humano almeja envelhecer com saúde e em segurança, mas, nem sempre acaba sendo dessa forma. As atrocidades como a violência física, psicológica, o abuso, o abandono e até mesmo o impedimento de ter o próprio dinheiro, infelizmente, acontecem com as pessoas idosas e, em geral, cometidas no âmbito familiar.
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Dados da Defensoria Pública do Estado do Maranhão, através do Centro Integrado de Apoio e Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa (CIAPVI), revelam que de janeiro deste ano até o mês de maio foram realizados 986 atendimentos, sendo 414 relacionados à violência praticada contra a população com 60 anos ou mais.
Nesta quarta-feira, 15 de junho, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. A data foi instituída no ano de 2006 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa (INPES) e tendo como objetivo sensibilizar a sociedade para combater a violência contra a pessoa idosa.
A violência contra o idoso pode ser definida como um ato único ou a falta de ação apropriada e pode ocorrer em qualquer relacionamento em que exista uma expectativa de confiança que cause dano ou sofrimento a uma pessoa idosa. Esse ato de violência pode ser denunciado nas unidades de saúde, delegacias, Disque 100, pelo número 190, Ministério Público e na Defensoria Pública.
Triste cenário
O caso de violência contra o idoso é um registro diário no Maranhão. De acordo com a polícia, no dia 14 de maio deste ano, a idosa Francisca Bispo Rodrigues, de 77 anos, foi encontrada sem vida amarrada e com sinais de violência, dentro de sua residência, no povoado Livramento, zona rural da cidade de Peritoró, interior do Estado.
A polícia foi acionada e conseguiu prender em flagrante os dois suspeitos, identificados como Carlos de Sousa Filho e Josimar Silva Santos, ambos de 28 anos. Ainda segundo a polícia, os suspeitos foram levados para a delegacia e autuados pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte).
No dia 21 de março, a polícia prendeu em flagrante um homem, de 23 anos, suspeito de desferir pauladas de cabo de vassoura na cabeça da própria mãe, uma idosa, na cidade de Nova Colinas, distante a 730 km de São Luís.
Em janeiro deste ano, um idoso, de 74 anos, foi resgatado por uma guarnição militar, em Imperatriz, interior do Maranhão. A polícia informou que o idoso vivia em situação de abandono, péssima condição de higiene e sem haver alimentação no local onde residia. O principal suspeito desse ato ilegal é o sobrinho da vítima, que no momento da abordagem, não foi localizado pela polícia.
Número elevado
De acordo com o CIAPVI, somente durante os cinco primeiros meses deste ano houve 414 registros de violência praticada contra a população idosa. Uma média de 82 casos por mês. Número considerado elevado.
No ano de 2021, houve o registro na Defensoria Pública de 875 casos registrados de violência contra o idoso, sendo que 235 foram de negligência, seguidos de 175 casos de violência psicológica, 120 casos de abuso financeiro, 68 casos de violência física e 32 casos de abandono.
No ano passado, os locais da Região Metropolitana de São Luís onde houve o maior registro desse tipo de ato ilegal foram na cidade de São José de Ribamar como ainda nos bairros da Cidade Operária e no centro da capital.
Campanha
A Defensoria Pública do Estado, com a Rede Nacional de Defesa e Proteção da Pessoa Idosa (Renadi), está realizando desde o último dia 7 a Campanha de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa 2022 e vai se estender até o dia 30 de junho.
A coordenadora do CIAPVI, Isabel Lopizic, disse que vão ocorrer atividades tanto na Grande Ilha como no interior do Maranhão. Entre elas, ações sociais, lives e palestras abordando o tema “Viver sem violência é o nosso ideal”.
Isabel Lopizic ainda declarou que o envelhecimento é para todo mundo e o ideal das pessoas é viver sem violência. Entretanto, há indivíduos que não pensam no seu envelhecimento e se deve pensar em políticas públicas voltadas para esse público. “A luta é para que essa violência não tenha mais espaço na sociedade em geral”, frisou a coordenadora do CIAPVI.
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