BARREIRINHAS - Aos poucos, Barreirinhas vem sofrendo com a especulação imobiliária. Mansões luxuosas vão substituindo a Floresta de Buriti, ocupam uma Área de Preservação Ambiental permanente, no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
A Justiça Federal já determinou que nove delas sejam demolidas. Outros 40 processos, que também pedem a derrubada de pousadas, casas e bares estão nas mãos de dois juízes federais.
Uma das casas mais luxuosas construídas dentro do parque está avaliada em mais de R$ 3 milhões. Pela decisão da Justiça, também deverá ser demolida. Há dois problemas: além da construção irregular, o dono acabou fazendo um desvio no rio, fazendo uma prainha só para ele.
Campinho de futebol, lancha, jet ski, quiosques à beira d’água - um parque coletivo que está sendo comercializado. A pedido da dona de outra casa, o empregado cerca parte do Rio Preguiças: “É só para ela tomar banho quando chegar de São Luís".
Pelo jeito, a decisão da Justiça não inibiu novas construções. Bem perto dali duas casas estão sendo erguidas.
"Nunca veio fiscalização nenhuma aqui", justifica um morador.
Cabe ao Instituto Chico Mendes, subordinado ao Ministério do Meio Ambiente, fiscalizar o que acontece no parque. Recentemente, o instituto recebeu duas caminhonetes novinhas, quadriciclos e até uma lancha para o trabalho.
Mas enquanto a especulação imobiliária avança e vai matando o parque, os equipamentos passam a maior parte do tempo trancados na sede do órgão em Barreirinhas. Ninguém quis gravar entrevista. Alegam falta de pessoal. São apenas seis fiscais para patrulhar 150 mil hectares, o tamanho da cidade de São Paulo.
“Embargo imediato, a demolição imediata, sejam adotados pelo poder público para que novas condutas, novas construções não sejam verificadas a cada dia na região", explica o procurador da República Alexandre Soares.
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