SÃO LUÍS - Apesar da crise internacional, o presidente do Consórcio Estreito Energia (Ceste), José Renato Ponte, afirmou, em entrevista a O Estado, que não deve haver atrasos nas obras de construção da Usina Hi-drelétrica de Estreito (UHE), na divisa do Maranhão com o Tocantins. A projeção do Ceste é que o empreendimento inicie sua operação em outubro de 2010.
Segundo José Renato Ponte, não houve qualquer tipo de contingenciamento ou revisão de investimentos na Usina Hidrelétrica de Estreito por parte das empresas integrantes do Consórcio Estreito Energia (Vale, Alcoa Alumínio S/A, Camargo Corrêa Energia S/A, Suez Energia), responsável pelo empreendimento.
“Estreito é vista como uma construção estratégica para todas as empresas que participam da obra. Além disso, a usina tem uma importância ímpar na garantia de energia para o país porque o consumo de energia tem crescido de 4% a 5% ao ano no Brasil”, destacou Ponte. Ainda conforme o presidente do Ceste, a expectativa é que a usina inicie sua operacionalização em outubro do ano que vem com a perspectiva de que ela funcione, em capacidade plena, no fim do ano de 2011.
Andamento
O presidente José Renato Ponte informou que já foram concluídas aproximadamente 30% das obras da Usina Hidrelétrica de Estreito. Atualmente, estão sendo construídos os vertedouros da hidrelétrica (locais por onde passará a água não utilizada na geração de energia) e a casa de força da usina, que fica na cidade de Estreito. Somente os vertedouros têm uma altura entre 30 e 40 metros de altura.
Em setembro deste ano, deverão ser iniciadas as obras de construção da estrutura da barragem. Essa fase irá até janeiro e será retomada em maio do ano que vem. Paralelamente a isso, as máquinas da casa de força devem ser montadas a partir do início de 2010.
Desde quando as obras em Estreito foram iniciadas, no fim de fevereiro de 2007, o empreendimento enfrentou alguns contratempos, como ações impetradas pelo Ministério Público Federal (MPF), que resultaram em liminares determinando a suspensão das obras. Todas as liminares foram cassadas dias depois. Segundo José Renato Ponte, esses contratempos não acarretaram em atrasos no cronograma da obra. “Faz parte do sistema democrático esse tipo de questionamento (sobre os impactos da Usina)”, ilustrou Ponte.
Lago
Pelo cronograma das obras, a expectativa é que o lago da usina (local destinado à água que será utilizada pelo empreendimento) comece a ser enchido no segundo trimestre do ano que vem, já visando o início da operação da usina. Sobre essa fase, inclusive, o Consórcio declarou que está concluindo o processo de indenizações às famílias impactadas pelo projeto. Ao todo, 3 mil famílias serão atingidas. “A obra está toda planejada para não acontecer nenhum tipo de atraso, inclusive no período chuvoso”, garantiu Ponte.
De acordo com o presidente do Ceste, a obra já está próxima de atingir o ápice da geração de empregos diretos. Atualmente, são 6 mil pessoas empregadas pelo empreendimento. Pelos cálculos do Ceste, além dos empregos diretos, estão sendo gerados aproximadamente 16 mil empregos indiretos na área de influência da UHE.
Em 2007, quando a usina começou a ser construída, a cidade de Estreito tinha um universo de 15 mil moradores. “Dos nossos funcionários, 82% são mão-de-obra local. Estreito ganhou muito com a usina, como a construção de postos de polícia, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, ampliação do hospital, entre outras ações”, enumerou Ponte.
A Usina Hidrelétrica de Estreito demandará investimentos da ordem de R$ 3,2 bilhões das quatro empresas envolvidas no projeto. Proporcionalmente, o investimento da Camargo Corrêa é de 4%; da Alcoa, 25%; da CVRD, 30%, e de 41% da Suez Energia. a UHE Estreito produzirá 1.087 MW de energia, ou 10% da demanda de produção nacional, estimada para daqui a três anos, que é de 12 mil MW.
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