IMPERATRIZ - Irenice Cândido Lima, de 42 anos, mora em Imperatriz e viralizou na internet nos últimos dias após a divulgação de uma vaquinha que busca custear o tratamento de Esclerose Lateral Primária (ELP), uma doença neurodegenerativa que já comprometeu 70% da sua capacidade de respiração.
Ela já não anda, não fala, se comunica por meio da escrita e depende diariamente de um aparelho de suporte à vida, um respirador que atua quando seus pulmões já não dão conta de responder naturalmente. “Quando eu estou dormindo e paro de respirar o aparelho faz a respiração por mim e se demoro a voltar ele liga o alarme. Sem ele não consigo ficar deitada, de maneira nenhuma”, relatou.
O quadro de Irenice ainda se agravou após ela contrair a Covid-19, em fevereiro deste ano. Hoje a renda da família vem do benefício que ela recebe do governo por invalidez. O marido teve que deixar o trabalho para cuidar dela e do filho autista do casal, João Paulo, de 8 anos. Mesmo com todas as dificuldades, Irenice fazia pudins para conseguir melhorar a renda, mas deixou de vender por não ter a procura esperada. E as terapias, principalmente respiratórias, podem melhorar a qualidade de vida da advogada, que também busca intervenção na Justiça para que um plano de saúde possa cobrir o tratamento domiciliar. Mas ela sente que cada dia de espera, sem acompanhamento, piora seu estado de saúde.
“A doença é degenerativa, eu já fui encaminhada para tratamento paliativo, eu tenho consciência da gravidade, mas os médicos falam que se eu tiver um bom acompanhamento, viverei muitos anos. Desde janeiro iniciou aqui, em Imperatriz, a hidroterapia em piscina aquecida e eu deveria já ter iniciado”, escreveu.
Para ajudar Irenice, a vaquinha está disponível no ... (link?). O montante para custear o tratamento da mãe e do filho autista, por meses, inicialmente, seria em torno de R$30mil.
“Eu preciso de atendimento todo dia, a doença exige isso. E o atendimento é meu e do João Paulo. Ele tem dias que não quer ir pra escola, tem regredido”, apelou Irenice por qualquer ajuda financeira para ela e o filho autista.
Os primeiros sintomas
Irenice Cândido de formou em direito, em 2016, é advogada, e passou no exame de ordem da OAB ainda no 9º período do curso, mas não conseguiu exercer a profissão porque os sintomas se agravaram nos últimos anos. Seu drama começou há cerca de 12 anos, quando ela sofreu um acidente de moto e machucou principalmente o braço e começou a sentir dores, percebendo que perdia força nos movimentos. Com o avanço da fraqueza muscular, um dos sintomas da ELP, ela passou a usar cadeira de rodas, pela dificuldade de se manter em pé e de locomoção, foi quando o diagnóstico foi fechado em 2018.
Irenice ainda teve a Síndrome de Steven Jhonson, que pode ter sido causada por uma medicação usada no tratamento, porém ela desencadeou um processo alérgico ao remédio.
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