Sem-terra

Sem- terras voltam a ocupar sede do Incra em ITZ

Trabalhadores querem segurança e direito de explorar a terra.

Letícia Sekitani/ Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h48
(Leticia Sekitani/Imirante Imperatriz)

IMPERATRIZ – Trabalhadores rurais do Projeto de Assentamento Batata da Terra, em Senador La Rocque, voltaram a ocupar a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Imperatriz, nesta segunda-feira (10).

De acordo com os trabalhadores, a principal reclamação diz respeito a truculência de policiais, pistoleiros e do antigo dono da terra onde hoje é o assentamento.

Os moradores estão pedindo ao Incra que as terras sejam devolvidas ao Movimento sem Terra (MST), pois de acordo com informações dadas pelos próprios assentados, o fazendeiro está dentro da área do assentamento.

O grupo conta que homens a serviço do fazendeiro que se autodenomina como dono da área, atearam fogo nos barracos, atiraram contra os trabalhadores do local e as ameaças de morte são constantes. Eles, também, reclamam que os filhos não estão indo à escola.

“Nossos filhos não estão podendo mais estudar. Quando fui levar minha filha para a escola, deram um tiro por lá. Ela me abraçou chorando e pedindo para voltar para casa”, relata a moradora que não quer ser identificada.
Os residentes do assentamento Batata da Terra afirmam, ainda, que a filha do dono da fazenda, alertou-os que não falassem demais. “Ela disse que se falarmos demais, vão entrar lá dentro e derrubar tudo com trator”, ressalta outra moradora do assentamento.

“Queremos ver o que a Justiça vai decidir, principalmente sobre os tiros. Eles atiram 24 horas por dia”, completa a mulher.
Segundo os moradores, eles têm provas. Um episódio marcante de uma ação, que eles acreditam ter sido mandada pelo fazendeiro, foi há alguns dias atrás, quando pistoleiros entraram no assentamento.

“Agrediram pessoas, colocaram arma na cabeça de mulheres, as crianças se esconderam em baixo da cama. Nossos filhos vão para o colégio debaixo de bala, mas os filhos deles vão escoltados pelo carro da polícia”.
Eles ainda, afirmam que existem policiais corruptos dentro da fazenda, ajudando nas ações contra os moradores do assentamento.

“Vamos ficar aqui até que alguém nos dê uma resposta. Não podemos continuar vivendo nessa situação de medo todos os dias”, reclama um membro do MST.

Os moradores não quiseram revelar seus nomes por medo de represália. Representantes do Incra foram encontrados para falar sobre o caso.

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