Prisão

Vereador é preso em Davinópolis durante operação que investiga fraudes em contas bancárias

O mandado de prisão foi cumprido na tarde dessa quinta-feira (7).

Imirante, com informações da PC-MA

Atualizada em 08/04/2022 às 10h14
Prisão de vereador foi efetuada em Davinópolis.
Prisão de vereador foi efetuada em Davinópolis. (Arte: Imirante.com)

DAVINÓPOLIS - Um vereador foi preso na tarde dessa quinta-feira (7), no município de Davinópolis, durante uma operação que investiga uma quadrilha responsável por fraudes em contas bancárias.

Segundo as investigações realizadas pelo Núcleo Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Ncyber) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em parceria com a Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf) da PCDF, o vereador é suspeito de ter ligação com o casal preso em Goiânia (GO) no dia 31 de março. O político seria um dos responsáveis por indicar pessoas dispostas a cederem suas contas bancárias para o depósito e saque dos valores obtidos por meio da fraude.

A Justiça atendeu ao pedido do Ncyber e autorizou, nessa quinta-feira (7), a prisão de um vereador de Davinópolis no Maranhão. A prisão é um desdobramento da operação Testa de Ferro. O mandado foi cumprido por agentes da Delegacia Especial de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) da Polícia Civil do DF (PCDF) com apoio da Polícia Civil do Maranhão, por meio da 10ª DRPC, por intermédio do Grupo de Pronto Emprego (GPE).

Segundo informações policiais, o grupo criminoso atua há mais de uma década, principalmente no Centro-oeste e no Pará. Uma das vítimas, uma empresa de calçados, chegou a perder mais de R$ 1.400.000. Estima-se que as fraudes praticadas pela quadrilha podem ter alçado mais de R$ 300 milhões, e muitas vítimas ainda devem ser identificadas.

As investigações começaram em 2019, quando a PCDF efetuou a prisão de indivíduos que realizavam saques, transferências e conversão de moeda nacional em dólar em uma agência bancária. Descobriu-se que essas pessoas eram a base da pirâmide da organização, que emprestavam suas contas para serem beneficiadas com o dinheiro do furto. Em um segundo patamar, havia os recrutadores de conta bancária e, acima deles, os gerentes de operações.

Ainda de acordo com a polícia, o dinheiro dos furtos era transferido para contas dos beneficiários. Assim que os valores ingressavam nessas contas, os gerentes de operações transportavam os beneficiários até caixas eletrônicos e lá determinavam quais operações bancárias seriam realizadas. Por vezes, essas pessoas possuíam máquinas de cartões de crédito fantasmas para realizar compras simuladas nos cartões desses beneficiários.

Seguindo o rastro do dinheiro, o MPDFT e a PCDF chegaram aos suspeitos de liderar a organização. Em 2015, eles já haviam sido alvos da PCDF na operação Safira, que apurou fraudes contra correntistas de um banco, com prejuízo de mais de R$ 40 milhões. Eles permaneciam em liberdade e continuavam aplicando golpes. A dupla, conforme as investigações apontam, tem antecedentes criminais por duplo homicídio, estelionato, organização criminosa, furto mediante fraude, lavagem de dinheiro e posse de drogas.

O líder ou um hacker disparava mensagens de texto de celular contendo links que, quando clicados, instalavam um malware no aparelho da vítima. Confirmada a infecção, integrantes da organização criminosa realizavam contato telefônico se passando por funcionários da instituição bancária a fim de que a vítima fornecesse autorizações e credenciais de segurança adicionais para a realização das transferências. O dinheiro era destinado de forma pulverizada para diversas outras contas de pessoas que as cediam para a organização.

O vereador foi localizado em sua residência na cidade de Davinópolis (MA), conduzido até a Delegacia Regional de Polícia Civil de Imperatriz e encontra-se à disposição da Justiça.

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