Decisão

STF mantém preso condenado por bomba no aeroporto de Brasília

Investigação aponta ligação com acampamento golpista e risco de reiteração criminosa.

Imirante.com

Decisão de Moraes considera fuga, gravidade dos fatos e risco de novos crimes
Decisão de Moraes considera fuga, gravidade dos fatos e risco de novos crimes (Foto: divulgação)

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, manteve nesta terça-feira (30) a prisão preventiva de Alan Diego dos Santos Rodrigues, condenado por tentativa de atentado ao instalar uma bomba no eixo de um caminhão-tanque nas imediações do Aeroporto Internacional de Brasília, em 24 de dezembro de 2022. A decisão foi proferida na Petição 12445.

Segundo o ministro, há risco concreto de que o réu volte a cometer crimes caso seja colocado em liberdade. Moraes relembrou que Alan Diego fugiu de Brasília logo após o atentado frustrado e só foi preso em junho deste ano, no estado do Mato Grosso, após ser localizado pelas forças de segurança.

Ministro afirma que não há fatos novos que justifiquem a soltura do réu

Na decisão publicada nesta quarta-feira (31), Alexandre de Moraes destacou que não existe qualquer fato novo capaz de alterar a situação processual do acusado ou afastar a necessidade da prisão preventiva.

“Há fortes e graves indícios do risco concreto da reiteração delitiva e à aplicação da lei penal, em razão da fuga após a prática dos crimes, considerando o início da instrução criminal, após o recebimento da denúncia”, escreveu o magistrado.

O ministro ressaltou ainda a necessidade de preservar a ordem pública e garantir o regular andamento da instrução criminal, justificando a manutenção da custódia cautelar.

Pedido de liberdade já havia sido negado anteriormente

Em outubro, Alexandre de Moraes já havia negado um pedido de soltura apresentado pela defesa de Alan Diego. Na ocasião, o ministro também entendeu que os fundamentos que justificaram a prisão preventiva permaneciam válidos.

Alan está preso desde junho deste ano por decisão do STF, após denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Denúncia envolve crimes contra o Estado Democrático de Direito

A PGR denunciou Alan Diego e outras duas pessoas pelos crimes de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e associação criminosa armada. Além da denúncia, o órgão solicitou a prisão preventiva dos envolvidos.

Também foram responsabilizados no caso o blogueiro Wellington Macedo de Souza, condenado a seis anos de prisão por planejar o atentado e dar carona a Alan no dia do crime, e George Washington de Oliveira Sousa, que admitiu ter adquirido explosivos e munições utilizados na tentativa de ataque.

Bomba foi instalada em caminhão-tanque próximo ao aeroporto

De acordo com os autos do processo, Alan Diego instalou a bomba em um caminhão-tanque estacionado nas proximidades do aeroporto da capital federal. Ele confessou ter recebido o artefato em um acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, onde manifestantes defendiam um golpe de Estado.

Em maio de 2023, a 10ª Vara Federal do Distrito Federal condenou Alan Diego e outros dois acusados a cinco anos e quatro meses de prisão em regime fechado pelos crimes de explosão e incêndio.

STF analisa crimes mais graves relacionados à tentativa de golpe

Após a condenação inicial, a investigação foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal para análise de possíveis crimes contra o Estado Democrático de Direito.

Em dezembro de 2025, a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, tornar Alan Diego réu por crimes mais graves, como tentativa de golpe de Estado e associação criminosa armada, ao aceitar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República.

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