Abuso de poder

TSE retoma nesta quinta-feira julgamento de Bolsonaro

Bolsonaro é acusado de abuso de poder político em ação do PDT, após ter emitido opinião contrária ao sistema eleitoral em reunião com embaixadores.

Ipolítica

Ministros do TSE darão continuidade nesta quinta-feira ao julgamento de Bolsonaro
Ministros do TSE darão continuidade nesta quinta-feira ao julgamento de Bolsonaro (Alejrandro Zambrana/TSE)

BRASÍLIA - Ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomam nesta quinta-feira (29) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Se condenado, ele pode ficar inelegível e impedido de disputar as eleições de 2026.

Na terça-feira (27) o relator da ação, ministro Benedito Gonçalves, acolheu o entendimento do Ministério Público e votou pela condenação de Bolsonaro por suposto uso indevido dos meios de comunicação. 

O ministro Raul Araújo é quem deverá ser o próximo a votar na sessão de hoje. A expectativa de bolsonaristas é de que ele peça vista do processo e suspenda o julgamento por um período de 30 dias.

A ação ingressada na Justiça Eleitoral contra Bolsonaro é assinada pelo PDT. A legenda sustenta que houve abuso de poder político na reunião entre o ex-presidente e embaixadores estrangeiros. Na ocasião, Bolsonaro criticou o sistema eleitoral brasileiro. A reunião foi transmitida ao vivo pelo canais oficiais do Executivo.

Além do ministro Raul Araújo, também ainda precisam manifestar voto, os ministros: Floriano de Azevedo Marques; André Ramos Tavares; Cármen Lúcia, vice-presidente do TSE); Nunes Marques e Alexandre de Moraes, presidente do tribunal, que durante a gestão Bolsonaro protagonizou desentendimento com o ex-presidente  o que resultou numa crise institucional entre os Poderes.

Reagiu

Nos bastidores, tanto aliados de Bolsonaro, quanto adversários, dão como certa a condenação. Bolsonaristas falam em perseguição política e ideológica do Poder Judiciário. 

Nesta quarta-feira, o ex-presidente falou pela primeira vez sobre o julgamento no TSE. Ele resgatou um vídeo em que o atual ministro da Previdência Social e presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, defende a emissão de um recibo impresso após o voto.

O partido é o autor da ação que pode deixar o ex-mandatário fora da disputa eleitoral por oito anos.

“No dia de ontem, 27 de junho, o senhor ministro Benedito Gonçalves, relator, deu o seu voto pela minha inelegibilidade por oito anos, sob a acusação de abuso de poder político numa reunião com embaixadores. Agora, o autor da ação é o senhor Carlos Lupi, presidente do PDT e atual ministro da Previdência Social do Lula. Veja o que ele disse há poucos meses sobre esse mesmo assunto, diz Bolsonaro”.

O trecho do vídeo utilizado por Bolsonaro foi publicado em 27 de maio de 2021 no perfil de Carlos Lupi no Twitter. “Sem a impressão do voto, não há possibilidade de recontagem. Sem a recontagem, a fraude impera”, afirma a postagem.

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