BRASÍLIA- O Coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), será ouvido novamente pela Polícia Federal, desta vez no inquérito que investiga o recebimento de presentes do governo Saudita. O depoimento acontece nesta segunda-feira (22).
Os investigadores do caso são da Polícia Federal (PF) em São Paulo e ouvirão o militar de dentro da cela em que ele está preso no Quartel-General do Exército, em Brasília. Ele será acompanhado dos dois advogados.
Inicialmente o depoimento estava previsto para o dia em que Cid foi preso preventivamente na Operação Venire, por isso precisou ser remarcado.
Mauro Cid já foi ouvido neste inquérito que investiga a entrada ilegal no Brasil de joias presentaeadas pelo governo da Arábia Saudita. Na ocasião, o depoimento durou pouco mais de três horas, no qual Cid confirmou que recebeu um pedido de Jair Bolsonaro para tentar reaver as joias retidas pela Receita Federal.
Uma comitiva do Ministério das Minas e Energia tentou entrar com joias no Brasil sem declará-las. A suspeita é que elas seriam destinadas a Bolsonaro, burlando a lei que obriga a restituição dos presentes ao acervo da União. A investigação é conduzida pelo delegado Adalto Machado.
Em seu depoimento sobre o caso, Bolsonaro alegou que acionou seus auxiliares para evitar um suposto 'vexame diplomático' e que só ficou sabendo da existência das joias em 2022 um ano após a apreensão no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
O conjunto conta com colar, anel, par de brincos e relógio em ouro branco e diamantes da marca suíça Chopard, avaliado em R$ 16,5 milhões. Outros dois kits, com relógio, caneta, terço islâmico e abotoaduras, também vieram a público.
Na terça-feira (16), a Receita Federal divulgou despacho no qual confirma que as joias recebidas pelo governo brasileiro são isentas de impostos. No despacho, a Receita explicou que presentes destinados à Presidência da República deverão apenas ser informados à autoridade aduaneira na sua chegada e entregues à Aduana para armazenamento e posterioriomente despachadas.
Na semana passada Cid seria ouvido pela Polícia Federal em outro inquérito. Desta vez em desdobramentos da Operação Venire que apura suposta adulteração de dados sobre vacinação no sistema do Ministério da Saúde. No entanto o tenente coronel ficou calado diante dos agentes federais.
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