BRASÍLIA- O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem usado o cargo para distribuir um pacote de regalias aos deputados que irão escolher, em 1º de fevereiro, quem comandará a Casa no biênio 2023-2024. Candidato à reeleição, Lira deu aos deputados, em menos de um mês, R$ 9,3 mil para gastar com combustível e R$ 4,1 mil para outras despesas, além de aprovar reajuste de mais de R$ 7 mil a partir de abril, quando os salários dos congressistas serão de R$ 41.650,92. O total para os cofres públicos chega a R$ 70 milhões.
Favorito para ganhar novo mandato, Lira tem usado todo seu poder no cargo para tentar obter a maior votação da história da Câmara para um candidato à presidência da Casa. Não sem motivo: quanto mais apoio político ele conquistar, mais força terá o Centrão nas negociações com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em troca da aprovação de projetos de interesse do governo.
Sem orçamento secreto, Lira vem sendo pressionado para arrumar formas de conceder privilégios aos colegas. O deputado tem apoio de Lula, do PT e de partidos do Centrão, porém, os petistas esperam que o tamanho da possível vitória do presidente da Câmara não seja muito maior do que a de 2021, quando ele obteve 302 votos na disputa contra Baleia Rossi (MDB). A avaliação no Palácio do Planalto é a de que, se isso ocorrer, Lira e o Centrão vão criar muito problema para o governo.
Os gastos com combustíveis e auxílio-moradia valem a partir do próximo dia 1º e podem custar até R$ 32,6 milhões. Com o aumento salarial dos deputados, a Casa vai gastar R$ 36,4 milhões. Com isso, Lira busca fidelizar colegas ficar forte no comando da Casa parlamentar.
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