BRASÍLIA - Secretária de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e militante do movimento negro, Iêda Leal considerou racismo o tumulto no início da tarde desta quarta-feira (18) entre participantes do acampamento dos movimentos pró-impeachment e as militantes da Marcha das Mulheres Negras em frente ao Congresso. A confusão causou pânico e terminou com a detenção de dois policiais civis que deram tiros para o alto.
“Nós chamamos isso de racismo. Queremos punição para as pessoas que agrediram não uma mulher negra, agrediram 50 mil mulheres que participavam da marcha para dizer que nós não aguentamos mais esse tipo de violência. A organização do evento vai fazer um boletim de ocorrência e buscar justiça pelo que houve”, afirmou Iêda, após reunião de representantes da marcha com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.
Segundo a militante, o conflito na marcha não entrou na pauta com a presidenta Dilma. “Defendemos o fim do extermínio da juventude negra e viemos dizer para a presidenta que é necessária uma atitude bem organizada pelo fim da intolerância religiosa. Ela recebeu nossas reivindicações e vai continuar o diálogo. Temos uma pauta do Mês da Consciência Negra.”
A ministra das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, disse que não poderia afirmar se houve racismo porque não estava no local, mas adiantou que as autoridades do Distrito Federal e do Congresso Nacional estão apurando os fatos.
Após receber as representantes da marcha, Dilma se reuniu com a subsecretária-geral das Nações Unidas e diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, que também participou da marcha. Phumzile vai inaugurar hoje a programação global “Tornar o mundo laranja pelo fim da violência contra as mulheres”, iniciativa da ONU Mulheres.
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