Filosofia, arte e cultura

Escritora revela simbolismos ocultos em obras de Dante Alighieri e Mozart

Filósofa analisa conceitos e valores inseridos cuidadosamente no livro "A Divina Comédia" e na ópera "A Flauta Mágica".

Evandro Júnior / Na Mira

Renomada filósofa brasileira, Lúcia Helena Galvão assina dois volumes da ‘Coleção Comentários Sobre o Simbolismo em Grandes Obras’, da Hanoi Editora. 

No livro ‘Simbolismos em A Divina Comédia, de Dante Alighieri’, a autora evidencia como essa obra-prima italiana representa a jornada de evolução do ser humano. E revela como cada palavra, com seus inúmeros significados, é cuidadosamente pensada para instigar a reflexão. 

Em ‘Simbolismos em A Flauta Mágica’, de Mozart, a professora analisa a fascinante ópera e sua aura de mistérios, que reúne drama, humor, romance e, principalmente, um vasto simbolismo inspirado nos mitos de diversas tradições.

A coleção une a filosofia à arte e à cultura de antigas civilizações para desvendar os mistérios dos símbolos em clássicos. Dessa forma, permite uma compreensão profunda dos conceitos, valores e crenças que estão por trás desses elementos. 

Capa do segundo livro
Capa do segundo livro

Por meio da análise filosófica, é possível observar os significados subjacentes e a importância dessas metáforas na construção da narrativa, bem como a sua relação com a época e a cultura em que a obra foi criada.

Para demonstrar a construção cuidadosa do texto de A Divina Comédia, Lúcia Helena instiga o leitor a perceber a ênfase que o autor dá ao número três. A obra é dividida em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso, cada uma com trinta e três cantos, composta em versos tercetos hendecassílabos, somando trinta e três sílabas. 

Dante ainda acrescenta mais um elemento simbólico ao terminar cada um dos livros com a palavra “estrela” – a luz no fim do túnel que permitiria atravessar esses três mundos, e não apenas depois da morte, segundo a interpretação da autora. 

Já na análise da obra de Mozart, a pensadora revela que, embora diretamente inspirado pelo simbolismo maçônico, o músico também colhe os ensinamentos de várias outras civilizações. 

A ópera apresenta elementos do Egito, revela traços que lembram bastante a mitologia grega e incorpora, também, a alquimia medieval, muito estudada dentro da Maçonaria à época.

Símbolo da soberania egípcia, a serpente que persegue o príncipe Tamino no início da história representa, provavelmente, o mesmo que o Uraeus utilizado pelos faraós em sua fronte. Para a filósofa, a víbora mostra o momento do despertar, como se a sabedoria corresse atrás de Tamino.

Professora de filosofia há mais de 30 anos, Lúcia Helena Galvão acredita que a capacidade de refletir sobre si mesmo e o mundo é um direito e um dever de cada ser humano. Suas obras são, portanto, ferramentas de transformação.

 

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