Dificuldade de ter atenção, privação social, privação do sono e dependência que colocam em risco a saúde física e mental. Esses são alguns malefícios que o psicólogo Lucas Freire aponta como consequências do uso excessivo de telas.
Para combater essa realidade desde cedo, o especialista transforma os encantos da brincadeira “à moda antiga” em uma jornada de autoaprendizado para os pequenos no livro infantil ‘O Leão da Bochecha de Balão e a Redescoberta do Play’.
A narrativa segue um leãozinho que costumava ser alegre e sociável, mas passou a se isolar e deixou de apreciar qualquer atividade sem o celular. Para o personagem, as doses rápidas de dopamina que a hiperconectividade proporciona tiraram o brilho de outros tipos de lazer.
Contando com ilustrações em aquarela de Aline Terranova, o autor envolve sua mensagem em um enredo que prende a atenção por meio de rimas, ideais para a leitura em voz alta. Ao final da trama, o leão sonha com um jardim encantado e flores sorridentes, momento em que relembra da importância de apreciar as diversões que a natureza, os amigos e o ar livre podem oferecer.
Por trás dos ensinamentos do livro está o playfulness, conceito baseado na capacidade de incorporar o lúdico no dia a dia a fim de construir resiliência emocional e mental – e que Freire aplica de forma pioneira no Brasil. “O brincar livre foi substituído pelo celular. Isso empobrece as experiências da infância”, defende o autor.
O psicólogo explica que os primeiros 7 anos de vida são essenciais para sedimentar crenças e entendimentos sobre a vida, momento extremamente prejudicado pela limitação cognitiva e pelos danos físicos e psicológicos que a exposição às telas pode causar. Além de entretenimento ou lazer, o playfulness defende a curiosidade e o engajamento com o mundo ao redor.
Inspirado na própria vivência com o filho, o autor propõe uma reflexão às famílias e uma maneira leve e descontraída de ensinar às crianças o valor de experiências autênticas e de manter a mente curiosa. Para combater o adoecimento de futuras gerações, ‘O Leão da Bochecha de Balão’ convida os leitores a pegarem o livro nas mãos, apreciarem as figuras e o momento de leitura, atitudes de quem vive o play.
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