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COLUNA

Curtas e Grossas
José Ewerton Neto é poeta, escritor e membro da Academia Maranhense de letras.
Curtas e Grossas

Cadê o Rei Momo?

Cadê o Rei Momo? Que fim teve ele? Para onde foi, quem o viu pela última vez?

José Ewerton Neto

 
 

Cadê o Rei Momo? Que fim teve ele? Para onde foi, quem o viu pela última vez?

O Carnaval deste século tem de tudo: tem música sertaneja, funk, forró, rap etc... tem até hino nacional. Tem incentivo para bêbado se soltar e tem blitz pra prender bêbado. Em São Luís, além de disputas de blocos e de escolas de samba o carnaval deste ano inaugurou até disputa de governador com prefeito. Dá pra acreditar? 

Mas, e o Rei Momo? Para onde foi? Onde se encontra um? 

Como nenhuma outra voz se levanta em defesa dessa minoria,  que  este texto seja um libelo em defesa dos mesmos antes que desapareçam por completo. 

1.Uma minoria grande. Alguém já viu um Rei Momo fora do Carnaval? Onde será que moram, comem,  se divertem? Tudo indica que existe uma incrível minoria de seres humanos que nasceram para ser Reis  Momos e apenas isso. O resto do  tempo ficam hibernando e no Carnaval aproveitam a chance de aparecer nem que seja para provar ao mundo que existem e fazem parte da mais notável das minorias: a minoria grande. 

2.Uma minoria feliz. Gordo é sinal de alegria, por isso,  sem essa de Rei Momo magro. Se Carnaval é alegria, nada de Rei Momo magro, evocando penúria, escassez, fome, pandemia.  Tom Jobim falava na grande ilusão do Carnaval. Ora, melhor uma ilusão profissional que uma de mentira, se o dinheiro compra tudo até amor verdadeiro, a gordura compra tudo, até felicidade verdadeira. E, convenhamos, a alegria precisa ser gorda, pois de alegria magra já tem gente penando o ano inteiro atrás de cantores de música sertaneja: magros, idiotas, chatos e em dobro. 

3.Uma minoria simbólica. Existe todo um simbolismo por trás da figura do Rei Momo ( gordo, obviamente) . A própria palavra Momo já é gorda. Momesco  mais ainda. Durante o Carnaval todos mandam às favas  suas pequenas vergonhas e exibem pela primeira vez, despudoradamente, suas barrigas avantajadas. É tão implícita a ideia farta de volume que os homens se fantasiam de fofão enquanto as mulheres, mais realistas, deixam para inchar logo depois do Carnaval. 

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