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Pergentino Holanda
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Pergentino Holanda

O Brasil perde Emanoel Araújo

Mais: Turnê de Kaê Guajajara

PH

- Atualizada em 02/05/2023 às 23h36
Emanoel Araújo, um dos gigantes das artes de raiz afro-brasileira
Emanoel Araújo, um dos gigantes das artes de raiz afro-brasileira

No mesmo dia das celebrações pelos 200 anos da Independência do Brasil, morreu, aos 81 anos, o artista plástico e intelectual Emanoel Araújo, um dos gigantes das artes de raiz afro-brasileira.

Durante mais de seis décadas, Emanoel Araújo construiu uma carreira que ia da escultura à ilustração, da gravura à cenografia, sempre ressaltando o papel da herança negra na cultura brasileira.

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O artista, que foi curador do Museu Afro-Brasil desde a sua fundação, em 2004, atéa sua morte, teve uma primeira exposição individual em 1959, na sua Bahia natal, com um trabalho marcado pela xilogravura e por ilustrações sobre o teatro.

A partir da década seguinte, a sua obra foi se tornando mais abstrata, e na década de 1970 foi premiado na 3.ª Bienal Gráfica de Florença e pela Associação Paulista de Críticos de Arte, que o considerou o melhor escultor e gravador do país.

No livro Emanoel Araújo - Escultor (2011), o crítico Paulo Herkenhoff observa a múltipla vocação de Araújo, lembrando que foi com um volume de Dom Quixote, ilustrado por Daumier, que o artista iniciou ao mesmo tempo uma carreira de artista, bibliófilo e colecionador.

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A primeira exposição individual de Emanoel foi no MASP, Museu de Arte de São Paulo, em 1981. Não demorou  para que Araújo galgasse espaço como um dos principais curadores e museólogos do país, tendo dirigido o Museu de Arte da Bahia (de 1981 a 1983) e a Pinacoteca de São Paulo (de 1992 a 2002).

Assumiu em 2004 a direção do Museu Afro-Brasil, localizado no parque do Ibirapuera em São Paulo, posição que foi o culminar do seu trabalho na curadoria e divulgação da arte negra no Brasil.

Somente em 2005 fui apresentado a Emanoel Araújo e dele guardo a melhor impressão de um artista que, apesar da fama, se mostrava humilde e afável.

Semelhanças e diferenças

É quase inacreditável que a coisa mais marcante do Bicentenário da Independência tenha sido o governo trazer da cidade do Porto para o Brasil o coração embalsamado de Dom Pedro I, além de promover um desfile político-militar em Copacabana, para medir forças com a oposição.

Em setembro de 1972, quando o Brasil comemorou os 150 anos da Independência, crianças e adolescentes de todas as escolas marcharam de uniforme novo para celebrar o feito de Dom Pedro I cantando o hino que começava assim: “Marco extraordinário/ Sesquicentenário da Independência/ Potência de amor e paz/ Esse Brasil faz coisas/ Que ninguém imagina que faz”.

Era o auge da ditadura militar, tempo de um Brasil dividido em três partes: os que idolatravam o regime, os que o combatiam e os ingênuos que não sabiam o que acontecia nos porões.

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O Bicentenário ocorre em um país com mais de 30 anos de democracia, mas não menos dividido do que há 50 anos e às vésperas de uma eleição marcada pela tensão.

De certa forma, lembra 1972: uma parte dos eleitores idolatra o presidente Jair Bolsonaro, outra o ex-presidente Lula, e os que não se identificam com nem um nem outro (por saber demais e não de menos) ganham o rótulo de isentões.

Esses três Brasis que evitaram se encontrar no 7 de Setembro terão de se reconciliar a partir de 30 de outubro, quando sai o resultado da eleição.

Se houver segundo turno, é claro!

Expoente da Música Popular Originária (MPO), Kaê Guajajara nasceu em Mirinzal, neste Estado
Expoente da Música Popular Originária (MPO), Kaê Guajajara nasceu em Mirinzal, neste Estado

 Turnê de Kaê Guajajara

“Kwarahy Tazyr”, primeiro disco completo de Kaê Guajajara, lançado em 2021, ganha agora mais palcos nacionais com a turnê patrocinada pela Natura Musical.

Para abrir os caminhos dessa circulação, Recife recebe a cantora, amanhã, dia 9, no Teatro do Parque. Na sequência, já em São Luís, a artista ocupa a Casa d'Arte no sábado, dia 10, e Chão SLZ no domingo, dia 11. Em Manaus, a agenda acontece no dia 16, no Casarão de Ideias e dia 18 no Te Encontro na Barroso.

Em cada apresentação, um artista local será convidado por Kaê Guajajara. Novas datas serão anunciadas, ainda este ano, no Rio de Janeiro e São Paulo.

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Totalmente acessível em libras, o show “Kwarahy Tazyr” apresenta um formato inédito para a compreensão do público surdo, onde todas as canções foram gravadas pela intérprete de libras Leid Alves.

Ela ressalta que, geralmente, o intérprete de libras é posicionado na lateral do palco, presencialmente, e, dependendo do tamanho do evento ou festival, o público surdo não consegue visualizá-lo.

“Com a interpretação em libras em um telão, todo público surdo será verdadeiramente contemplado na experiência ao vivo”, finaliza.

Ainda como atração, Kaê Guajajara apresentará, em algumas cidades, o show sincronizado ao seu recente lançamento: o primeiro álbum visual indígena da música brasileira, com direção de Kandú Puri e realização do selo artístico indígena Azuruhu.

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Expoente da Música Popular Originária (MPO) e nascida em Mirinzal, no Maranhão, Kaê Guajajara se mudou para o complexo de favelas da Maré (RJ) ainda criança e teve sua vida marcada por preconceitos e racismo por conta de seus traços e origem.

Mais que uma expressão artística, ela vê na música uma forma de resistir e se manifestar contra o silenciamento dos povos originários imposto pelos colonizadores e perpetuada até hoje pelos seus descendentes.

“A circulação nacional da Música Popular Originária é essencial para celebrar a vida e a arte dos povos indígenas, ainda homenageados como folclore, mas pouco reconhecidos como potência contemporânea para um diálogo primordial que é o do bem viver coletivo”, diz Kaê.

“Kwarahy Tazyr” significa “Filha do Sol” em zeeg’ete, língua do povo indígena Guajajara.

DE RELANCE

Os jovens mais ricos do Brasil

A lista de bilionários brasileiros da Forbes selecionou os 10 jovens mais ricos do país. Na lista deste ano, 3,4% dos integrantes têm menos de 40 anos, e apenas quatro deles ainda não passaram dos 35 anos.

Alguns dos nomes herdaram parte de sua fortuna, mas hoje lideram os negócios da família.

É o caso de Pedro Godoy de Bueno, 31 anos, que é diretor presidente do Grupo Dasa e tem um patrimônio estimado pela Forbes de R$ 5,3 bilhões.

Pedro De Godoy Bueno tem uma fortuna de R$ 5,3 bilhões e 31 anos de idade
Pedro De Godoy Bueno tem uma fortuna de R$ 5,3 bilhões e 31 anos de idade

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A lista de bilionários brasileiros segue os critérios da Forbes norte-americana, que tem a participação acionária em empresas listadas em bolsas de valores como principal fonte de informação.

Lideram a lista dos jovens mais ricos do Brasil, segundo a Forbes: Pedro Franceschi, com uma fortuna de R$ 7,15 bilhões e 25 anos de idade, seguido por Henrique Dubugras, com fortuna de R$7,15 bilhões e idade de 26 anos, e Pedro De Godoy Bueno tem uma fortuna de R$ 5,3 bilhões e 31 anos de idade.

Com uma fortuna de R$ 1,2 bilhões, Carlos Nascimento Pedreira Filho, 38 anos, da Bahia, é o único representante do Nordeste.

De acordo com a Forbes, não há nenhum jovem bilionário no Maranhão.

Para escrever na pedra:

“Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz, você precisa aprender a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você”. Do poeta Mario Quintana.

TRIVIAL VARIADO

Com as campanhas na rua há quase um mês, praticamente todos os deputados federais maranhenses que concorrem à reeleição já receberam doações do fundo eleitoral. Algo em torno de R$ 3 milhões para o financiamento da campanha.

Brasileiros eleitores. O dia de nossa obrigação cívica de votar se aproxima. É nosso dever escolher pessoas éticas e honestas. São qualidades inegociáveis. A não reeleição daqueles que estão se locupletando do fundo eleitoral é nossa missão. Votem bem.

Para copiar: não é de hoje que o Uruguai oferece benefícios – que poderiam muito bem ser replicados por aqui – para atrair visitantes. Lá, o governo federal concede desconto total de IVA (imposto de valor agregado) sobre atividades turísticas (como gastronomia e hospedagem) para quem vem de fora – basta ter documento de identidade emitido no Exterior. Vale até até 30 de abril de 2023.

O Desafio Voluntário, campanha anual da Rede Parceiros Voluntários, está de volta e vai até dezembro. A ideia é estimular ações solidárias que façam a diferença nas comunidades. Para participar, basta acessar desafiovoluntario.org.br e fazer a inscrição.

No assunto: para quem quiser iniciar o voluntariado, mas não sabe o que fazer, a Parceiros dá dicas de ações simples e interessantes que podem ser desenvolvidas no trabalho, na escola ou até mesmo em casa. Vale a pena conferir.

O arcebispo de Manaus (AM), cardeal Leonardo Ulrich Steiner, e o presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) no Brasil e bispo da Prelazia de Marajó (PA), dom Evaristo Pascoal Spengler, divulgaram, na segunda, Dia da Amazônia, um documento em que pedem que os candidatos a cargos públicos nas eleições deste ano se comprometam com o cuidado e a proteção da região.

No capítulo: intitulado de “Tempo de sonhar: uma política para o bem comum na Amazônia”, o documento reforça a necessidade de atenção para a região de maior biodiversidade do planeta. 

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