Opinião

Festival BR-135: Carnaval de musicalidade em abertura

Primeiro dia do evento iniciou nessa quinta-feira (18), no TAA.

Gustavo Sampaio/Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 11h47

SÃO LUÍS - O anúncio de artistas tão distintos para a edição de 2014 do Festival Br-135 mostrava que o público podia esperar uma salada recheada de musicalidade, com pitadas paulistas, recheios paraenses, várias sobremesas nordestinas com música maranhense inclusa. A abertura do evento, que começou nessa sexta-feira (18), no Teatro Arthur Azevedo, teve como atrações as artistas maranhenses Otília Ribeiro e Acsa Serafim, com participação do guitarrista Márcio Glam e do grupo Maratuque Upaon-Açu e, é claro, uma das artistas mais esperadas em terras ludovicenses: a bela e camaleoa Céu.

 Acsa Serafim, Otília Ribeiro, Márcio Glam e Maratuque Upaon-Açu na abertura do Festival BR-135/ Foto: Jonas Sakamoto/Imirante.com
Acsa Serafim, Otília Ribeiro, Márcio Glam e Maratuque Upaon-Açu na abertura do Festival BR-135/ Foto: Jonas Sakamoto/Imirante.com

Com atraso de 40 minutos, as apresentações iniciaram com o charme particular de Acsa Serafim, em uma versão contida de You Came Along. Em seguida, Acsa dividiu os vocais com Otília Ribeiro e, ainda, com a guitarra afinada de Márcio Glam, para fazer ecoar pelos quatro cantos do TAA um pouco de Beatles (Oh Darling). Nas duas canções seguintes, We Will Rock You, do Queen, e Mercedes Benz, de Janis Joplin, encontraram vida nas batidas do grupo Maratuque Upaon-Açu.

 Acsa Serafim, Otília Ribeiro, Márcio Glam e Maratuque Upaon-Açu na abertura do Festival BR-135/ Foto: Jonas Sakamoto/Imirante.com
Acsa Serafim, Otília Ribeiro, Márcio Glam e Maratuque Upaon-Açu na abertura do Festival BR-135/ Foto: Jonas Sakamoto/Imirante.com

O atraso para a apresentação da cantora mais aguardada da noite acabou proporcionando bons momentos na própria plateia. Com apresentação da atriz Áurea Maranhão, vários admiradores de Céu evocaram versos famosos da artista, sem contar as palhinhas feitas por André Grolli (Forrozão Mão na Xereca) e Milla Camões (que, recentemente, completou 15 anos de carreira). A música maranhense mostrava que estava viva nos dois lados: no palco e frente a ele.

Pouco depois das 21h30, a ambientação de chuva e o tom psicodélico e urbano de Caravana Sereia Bloom começa a invadir o teatro. Céu surgia leve, intensa e entregue logo nos primeiros segundos de Sereia, canção que abriu a apresentação.

Seguindo o ritmo lento e reflexivo do próprio disco, Céu se permitiu adaptar-se ao próprio palco e, até então, inédito público maranhense. Ao passo que cantava os seus famosos versos, descobria e "vivia" o seu público. Foi assim que o tom jazzístico de Amor de Antigos cativou o público e que Cumadi registrava um dos pontos mais altos do show.

Em Contravento, Céu se despiu de qualquer incômodo em relação ao público e mostrou o seu lado mais ativo: mesmo cantando e tocando, ela também dançava. E, foi dessa forma, criando e comandando seu próprio baile, que Céu foi de momentos intimistas à, literalmente, um verdadeiro Carnaval, que iniciou na versão de Visgo de Jaca, de Martinho da Vila.

 O charme de Céu no palco do TAA/ Foto: Jonas Sakamoto/Imirante.com
O charme de Céu no palco do TAA/ Foto: Jonas Sakamoto/Imirante.com

Samba, rock, jazz, blues, MPB e, ainda, música eletrônica e Hip-Hop (devido, principalmente, à sintonia com a banda de apoio, composta por Dustan Gallas nos teclados e guitarra, Lucas Martins no baixo, Bruno Buarque na bateria e DJ Marco) foram alguns dos estilos vestidos pela paulista durante sua viagem musical que encantava o público do teatro a cada nova faixa cantada. Lenda e Malemolência ganharam a plateia, mas as versões mais solares de Cangote e Retrovisor trouxeram momentos memoráveis, onde muitos não se contiveram e saíram "bailando" pelo teatro.

A apresentação abriu espaço, ainda, para Céu subir ao palco para cantar as canções de Catch a Fire, clássico disco de Bob Marley and The Wailers, lançado em 1973, que a cantora apresentou, recentemente, no exterior (e apresenta nesta sexta, no Rio de Janeiro). Concrete Jungle, uma das canções do disco e bastante conhecida do público, mostrou que para o Carnaval de Céu o reggae tinha entrada garantida.

A cantora paulista encerrou o show com uma versão envolvente de Chegar Em Mim. Amada por Caetano, o brilho nos olhos de vários europeus e estadunidenses e dona de uma das vozes mais marcantes do atual cenário musical brasileiro, Céu, como na canção, veio pra dizer, fez do próprio jeito e chegou em todos nós.

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